Um dia feliz

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O meu mundo que parecia escuro estava começando a se encher de cor, não era fácil seguir em frente, aceitar o que aconteceu comigo, aceitar que eu sou a vítima. Mas eu tentaria e eu não estava sozinha, tinha pessoas que estavam dispostas a lutar por mim. 
Mas eu lutaria por mim. E eu venceria. 

Sorriu ao olhar para o piano e uma onda de paz me invade, ainda podia escutar todos cantando comigo, me enchendo de esperanças, me enchendo de força para enfrentar o mundo. E eu os amava por isso, meus amigos. Família. 

Dayse: Está inspirada – sorriu para ela – O ajustes que você fez na música ficou lindo – ela falava da música que eles cantariam.

Ana: Que bom que gostaram – me levantei do piano – Viu o Thiago? 

Dayse: Não sei – achei estranho – Não o vi o dia inteiro. 

Ana: Vou ligar para ele – ela concordou e saiu. 

Peguei meu celular para ligar, mas desisti quando vi sua mensagem, ele disse que estava indo para o treino. Uma sensação de que algo está errado me vem ao coração, mas a mando pra longe e pego minha bolsa para ir pra casa dos meus pais. Eu devia ter escutado meu coração, algo estava errado.

Ao caminhar para casa dos meus pais o encontro que eu tive com a Paula e o Antônio me vem a mente, eu me sentia tão mal, suas palavras rasgaram meu coração. Não era minha culpa, não era.

A vendo ali, eu me sentia estranha, era um misto de raiva por suas palavras e também de pena, por ver que ela era tão vitima nisso tudo quanto eu.

Mas o que mais me deixou com medo foi o olhar de ódio que o Antônio me deu, eu sabia que esse silêncio todo não era por acaso e eu sabia da sua raiva, ele não podia falar de nada sobre o processo, a lei do segredo de justiça o impedia. Pensar nele me faz lembrar do seu olhar estanho que ele deu ao Thiago. Da raiva dirigida a ele e a mesma sensação estranha me vem ao coração. 

Ao abrir a porta de casa eu pude escutar a voz da minha mãe e da Bia conversando, me aproximo rindo e as cumprimentando, como eu amava essas duas.

Ana: E o papai? 

Bia: Saiu para o trabalho – fui me sentar no sofá.

Alice: Falando em trabalho eu preciso ir também – ela me deu um beijo e foi se despedir da Bia – Amo vocês!

Quando mamãe saiu, eu sorri para Bia e a chamei para dar uma volta, como fazíamos quando éramos pequenas. 
Era dolorido ver o que eu não acompanhei seu crescimento, que eu havia perdido tudo isso, mas tento mandar toda essa dor pra longe. Não era minha culpa. 

Bia: Falta só uns pequenos ajustes e logo iremos poder abrir o espaço – ela falava do BeU. 

Ana: Não vejo a hora de ver o streaming – disse feliz – Nunca imaginaria que eu iria adorar tanto esse projeto. 

Bia: É o espírito BeU maninha – rimos – Sabe o que eu estava lembrando? – neguei – Lembra quando éramos pequenas e íamos naquela padaria que fica perto de casa e dizíamos.....

Ana: Queremos uma coxinha – ela riu divertida – Ainda está aberta não é? – ela disse que sim – Vamos?

Bia: Vamos! 

Voltamos para casa dos meus pais e quando chegamos perto fomos para a padaria que ficava na esquina, era tão bom poder fazer de novo essas coisas. Ao chegarmos fomos direito para o balcão falar com a atendente. 

Atentamente: Pois não o que vão querer?

Ana/Bia: Queremos uma coxinha! – a moça nos olhou sem entender e nós duas rimos, certas coisas não mudam. 

Déjame dicerte Where stories live. Discover now