Silêncio

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A pior sensação que uma pessoa pode sentir é não ser capaz de fazer nada para tirar a dor de quem você ama. E eu não conseguia fazer isso, Ana estava quebrada, machucada, ela tinha se dado conta de que nunca foi ela, de que a machucaram por medo e ganância e isso a fez cair.

Ainda podia sentir ela tremer, ainda podia ver seu olhar perdido em dor, seu desespero. Eu só queria tirar tudo isso dela, mas eu não podia. Eu odiava todo isso. 

Dou um sorriso triste ao passar minha mão em seus cabelos, Ana dorme agora serena, depois de tudo que ela passou, ver ela dormir me trás paz. Mas também me dá raiva, porque quando não contamos a verdade e não assumirmos que erramos, outras pessoas pagam e mais uma vez, ela pagou por algo que não fez.

Os dias estavam complicados, mas Ana estava se sentindo melhor, o convívio com a família estava fazendo bem. E o processo seguia, Ana não queria ser exposta e assim foi, mas logo os Gutierrez seriam chamados a prestar esclarecimentos e quando isso aconteceu a guerra entre as famílias recomeçou. Isso atrapalhou um pouco o relacionamento da Bia com o Manuel, mas eles estavam lutando para ficarem juntos. Mariano havia passado mal depois de uma discussão com o Antônio e a Ana, ela tentava ficar bem, mas a cada dia eu via ela deixar de sorrir e isso me machucava tanto. Mas o pior aconteceu, eu presenciei um encontro de dor entre duas pessoas que foram enganadas por muito tempo, Ana e Paula e foi triste de um jeito horrível. 

Eu havia acabado de mandar uma mensagem para Ana dizendo que a encontraria na casa dos seus pais e quando eu cheguei lá, Paula a atacava com palavras cruéis, doía só de imaginar. 

Flashback on 

Ao chegar na casa dos pais dela eu achei estranho a porta está aberta, e quando entrei, lá estava as duas chorando, as palavras ditas foram cruéis.

Paula: Você está e ele não – ela tremia – Por sua culpa ele morreu – seu olhar era de puro ódio – POR SUA CULPA MEU FILHO MORREU – ela ia se aproximar da Ana – Monstro!

Thiago: CHEGA!! – entrei no meio e ela parou – Não sabe o que está dizendo! – a raiva me consumia – Isso é uma mentira. 

Olhei para a Ana e ela estava em estado de choque, fui ao seu encontro e a abracei protetor. Ninguém a machucaria.

Ana: Você não sabe a verdade! – ela dizia chorando – Você não sabe de nada. 

Paula: Não sei? – ela tentava se controlar – O que eu sei é que você sempre foi uma péssima companhia para os meus filhos – eu podia ver toda a dor – O que fez durante todo esse tempo? Se escondeu como a assassina que é. 

Thiago: Sai daqui agora.

Ana: Chega disso – ela tentou se acalmar – Você me acusa, você diz que eu matei ele, mas você foi enganada quanto eu.

Paula: Do que está falando?

Thiago: Pergunte a sua família – ela não estava bem – Vai embora por favor. 

Paula: Você está aqui e ele não – ela chorava – Porque tudo tem que ser tão cruel, você fez isso e ainda está aqui – ela olhou diretamente para Ana – Você não devia está viva. Isso é tão injusto. 

A vida era mesmo difícil e quando você nega a verdade e as consequências dos seus atos, pessoas pagavam por isso. Todos sabiam a verdade menos ela, Paula uma mãe que perdeu seu filho, que hoje desejava a morte de uma pessoa, era cruel. Mas ela era tão vitima quanto a Ana, enganada como ela, que por anos acreditou  uma mentira e agora nesse momento, por conta do medo do seu outro filho. Ela não sabia a verdade e machucava quem não merecia. 

Tudo era pra ser um terrível acidente, mas não era mais e agora todas as mentiram contadas, mostravam suas consequências. 

Ao olhar para ela, eu pude só pude sentir dó, quando ela soubesse a verdade o mundo que ela conhece vai deixar de existir e isso vai acabar com ela.

Déjame dicerte Where stories live. Discover now