Déjame dicerte

Escolha

O dia que começou cheio de risos e sonhos estava terminando escuro e frio, meu coração doía e sangrava. Ele estava machucado.

A paisagem do parque que um dia foi linda e que sempre me trouxe paz, hoje não alivia a dor que eu sentia em meu peito. O que eu faria? Pela primeira vez na vida eu não tinha ideia do que fazer.

Abaixo minha cabeça tentando organizar minhas ideias, tudo está confuso dentro de mim. Porque as pessoas tinham que ser cruéis? Decidir, como eu poderia decidir algo assim? Como escolher? Isso era injusto. 

Mas decisões difíceis precisam ser tomadas. 

Flashback on.

Me despeço da Ana com um beijo e saiu para o treino de basquete, tudo estava corrido agora que o time participaria de um campeonato, todos os alunos estavam eufóricos com a novidade e era bom poder vê-los assim tão motivados. O treino foi divertido e cheio de alegria. Depois que o treino acabou, sai da quadra bem contente, o dia estava muito bom. Mas parecia que as coisas mudariam.

Ao ver o Marcos junto com o Antônio perto da República, eu não imaginava o quanto suas palavras me machucariam. Ele me pediu para acompanha-lo com toda a sua soberba e eu estava curioso e cansado de tudo Isso, hoje tudo teria um fim. Mas não era como eu imaginava. 

Ao entrar em sua sala, eu podia ver como ele estava contente, era uma felicidade maluca que chegava a assustar, Antônio me olhava com toda a sua ira e eu sabia que era por conta de como eu falei com ele, um monstro que machucou a mulher que eu amo e que nesse momento. Queria fazer isso de novo.

Thiago: Vai me dizer o que quer? – perguntei um pouco irritado.

Marcos: Calma Thiago – ele disse divertido – É melhor ativar o modo calma – ele ficou sério – O que eu quero é simples, que você feche o BeU. 

Eu o olhei incrédulo, ele realmente achava que eu ia fazer isso? Era algo impossível. 

Thiago: Eu vou embora – me afastei – Já disse milhões de vezes que isso não vai rolar – ele me olhou debochado – Nada do que fizer, vai fazer com que eu feche o BeU. 

Marcos: Tem certeza Thiago? – ele foi até a sua mesa – Sabe eu andei ativando o modo espião e descobri tantas coisas – ele olhou para o Antônio e um arrepio passou por minha espinha – Não é mesmo Antônio? – Antônio riu soberbo – O que aconteceria se todos soubessem que Helena Urquiza fugiu por tantos anos – eu sentia uma raiva tão grande.

Eu não podia acreditar no que ele me dizia, ele usaria a Ana para me atingir? Era cruel demais até para ele.

Antônio: Agora imagina – ele sorriu divertido – Quando todos souberem que ela está viva e que fugiu sem se importar com a família. 

Thiago: Isso é uma mentira – disse com raiva – Como pode ser tão monstruoso? 

Antônio: Uma mentira? – ele olhou para o Marcos – Não é o que todos vão achar. 

Marcos: Ora Thiago Helena sumiu por anos e agora se esconde com medo da exposição – eu não entendia onde ele queria chegar – Que triste será quando todos verem que ela se escondeu, que ela quando soube que dirigia fugiu como a culpada que é. 

Thiago: CHEGA – disse com raiva – Fala logo o que pretende com tudo isso. 

Marcos: Eu já disse – ele mexeu no seu computador – Isso é o que vai acontecer se você não fechar o BeU – ele me olhou divertido – Veja está incrível, a história de Helena Urquizas bem aqui para todos verem! – ele virou a tela do computador e quando eu vi o quê tinha lá, eu me senti sem chão, sem nada. Eu me senti perdido.