Dias complicados

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Levanto da cama e desço até a cozinha para poder beber um pouco de água, uma dor de cabeça não me deixava dormir, acendo as luzes ao passar e ao chegar na cozinha, pego um comprimido. Minha cabeça latejava e uma sensação ruim me toma. 

Respiro fundo e tomo o remédio lembrando de como as coisas estavam difíceis essa semana. 

Mariano não ficou muito tempo no hospital e logo recebeu alta, eu estava tão feliz pela Ana. Ela estava com a família, mas depois desse primeiro encontro, falar de tudo que aconteceu foi difícil para ela.

Eu segurava sua mão enquanto ela nervosa contava como tudo aconteceu, os anos sem memória. O medo que ela sentiu, os anos fora e tudo que ela viveu sozinha. 

Era muito dolorido para todos aqui escutar tudo, Alice tinha olhos vermelhos e o Mariano uma raiva sem igual e eu o entendia, afinal era sua filha sendo vítima de tudo isso. Ana ainda se sentia assustada, ainda tinha medo de ser rejeitada e sempre me olhava ao se sentir perdida e isso fazia  uma força crescer em mim. Eu enfrentaria tudo para que ela ficasse bem.

Os dias foram passando e eu a via mais feliz, ela estava recuperando o tempo perdido e quando ela voltava mais feliz para a República, eu sabia que ela estava no caminho certo.

Tudo estava caminhando no quesito Ana e sua família, mas com o BeU as coisas já não era assim. A reforma estava pronta e agora era só os últimos detalhes, estávamos vivendo dias complicados.

Abaixo minha cabeça tentando ver se a dor melhorava, mas é em vão, eu ainda tentava entender como tudo isso aconteceu. Primeiro foi o problema com os equipamentos que por um “erro” havia voltado para o remetente, logo depois foi a caixa de som e as luzes. Tudo parecia dar errado e quando eu resolvia um problema, outro aparecia.

Ainda de cabeça baixa sinto uma mão delicada tocar em meu cabelo, sorriu ao constatar de que é a Ana me fazendo um carinho e uma sensação boa me invade.

Ana: Tudo bem? – sua voz era doce e delicada – Está sentido alguma dor? – levantei a cabeça e a olhei, doce e serena e com uma linda cara amaçada pelo sono – Que foi?

Thiago: Está com uma cara linda – ela sorriu e foi pegar um copo de água – Minha cabeça está doendo um pouco. 

Ana: Tomou um remédio? – fiz que sim – Quer um chá?

Thiago: Não se preocupe flor do dia – ela ainda me olhava torto – É só tudo que está acontecendo que está me deixando assim.

A convidei a se aproximar de mim e ela veio, abracei a Ana e ela tinha um perfume maravilhoso. 

Ana: Muito estranho tudo isso não acha? – disse que sim – Do nada parece um cara dizendo que tudo que fizemos não está legalizado?

De tudo que aconteceu, isso foi o que me deixou mais preocupado, um homem alegando ser do departamento de registro disse que não poderíamos fazer a mudança, algo estava errado e eu sabia o que era. Isso era o Marcos tentando nos sabotar.

Não demorou muito para eu provar que tudo estava certo e legalizado e tenho certeza que isso deixou ele muito irritado. Eu não entendia como alguém conseguia viver assim, tentando destruir os outros. 

Thiago: Você sabe quem fez isso – ela concordou – Sinto que ele vai aprontar mais e não sei se devo falar com ele.

Ana: Não sei Thiago – ela disse temerosa – Vamos nos concentrar no BeU e no seu lançamento – sorri com a sua empolgação – Viu que lindo que ta ficando tudo?

Eu sorri, tudo estava ficando lindo, principalmente o primeiro projeto que seria feito, onde todos cantariam uma música que falava de sermos nós mesmo. 

Déjame dicerte Where stories live. Discover now