Déjame dicerte

Palavras

Trovões e relâmpagos, uma chuva estrondosa, a tempestade chegou, pronta para destruir tudo. 

A cada palavra que era dita no vídeo, era uma lágrima derramada, a cada mentira contada, um lindo coração se partia e se entregava a dor, sentimento que corrói a alma, que sufoca e dilacera. A tempestade está inundando tudo de dor.

A olho me sentindo culpado, seguro sua mão tentando passar uma força que eu não sinto, tudo está difícil, decidimos passar por isso, mas não sabíamos o quão duro seria, palavras machucam e estávamos todos feridos.
 
Ana: Eu – ela chorava – Não é verdade nada disso. 

Thiago: Não é verdade – disse firme – Olha para mim Ana – ela me olhou e sequei suas lágrimas – Vamos passar por isso.

Alice se aproximou da filha a amparando, Bia e Mariano se mantinham perto também e quando eu achei que Ana se calmaria e diria que ficaria bem, já que ela sempre fez isso, ela se entregou a dor, sem fingimentos, sem mentiras. Só uma garota que nesse momento estava sofrendo.  Ela sabia que precisava ser verdadeira com ela mesma. Nunca mais ela se esconderia.

A tempestade chegou e estava disposta a acabar com tudo, ninguém seria poupado. Não demorou muito para associarem a Ana com o BeU e quando isso aconteceu, palavras de ódio foram ditas a todos. 

O lugar onde era para todos serem felizes e eles mesmo, agora parecia machucar a todos, os sorrisos desapareceram e deram lugar a tristeza, ao medo e a raiva, e as perguntas chegaram. Porque as pessoas tinham que ser tão cruéis? Porquê tudo tem que doer assim? Quantas vezes mais pessoas inocentes pagariam pelas mentiras de outros? Todas essas perguntas não tinham respostas. 

Porque palavras machucam e estávamos sendo banhados, por uma tempestade de palavras duras.

Covarde, monstro. Você não se importou com nada. 

Essas eram só algumas palavras que a Ana via em cada comentário do vídeo. E a cada vez que isso acontecia, meu coração se contorcia de dor e de raiva, eu não aguentava mais isso. 

A cada dia que passava, as coisas pioram e Ana era mais atacada ainda,  eu a via chorar, mas também se erguer forte. Eu queria poder tira-la de tudo isso, mas essa era a consequência da nossa decisão, precisamos enfrentar, por mais difícil que pareça. 

Levanto para mais um dia e me arrumo, eu precisava tentar me concentrar no campeonato de banquete, todos os atletas contavam com isso e eu não podia desaponta-los. Assim que termino de me arrumar desço para tomar o café da manhã e ao chegar, eu encontro a Ana e o Pietro na cozinha. Pietro devia está fazendo alguma coisa engraçada, já que a Ana tinha um sorriso lindo no rosto.

Pietro: Eu estou falando Ana – ela estava vermelha de tanto rir – Faz todo o sentido. 

Thiago: O que faz sentido?

Ana: Você não vai querer saber – ela veio me abraçar – Bom dia! – lhe dei um beijo. 

Me sentei para comer alguma coisa e ficamos conversando, Ana tinha um sorriso no rosto, mas a tristeza ainda estava lá. 

Ana: Já disse – ela falou séria – O BeU não pode parar, lutamos muito para isso.

Thiago: Ana está certa – disse veemente – É um projeto incrível, não devemos parar. 

Pietro: Bia disse a mesma coisa – ele falou sorrindo – Vocês estão certos o tempo de se lamentar acabou – ele olhou o celular – E parece que já temos o tema do nosso próximo vídeo.

Ana: Que é? – ela perguntou curiosa.
 
Pietro: Segredo – ele riu – Fui preciso falar com a Dayse – ele saiu. 

Ana: Eles vão aprontar – rimos, mas seu sorriso morreu ao pegar o celular.