Capítulo 33

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Ready To Run (Regulxs)

Albus

Tem coisas que acontecem em nossa vida que nos marcam até o fim dessa. Acontecimentos que nunca somos capazes de esquecer porque fazem parte de quem somos agora. Como por exemplo a primeira vez que você perde um dente – por mais traumático que seja –, não há ninguém que eu conheça que não saiba narrar exatamente como isso se deu.

Ou quando você faz sua primeira viagem à praia, lembra-se como era a sensação de curiosidade para com aquela imensidão azul que ia e vinha diante dos seus olhinhos sem razão de ser? Você sentia vontade de ir até lá, de ficar mais próximo, mas ao mesmo tempo o medo da incerteza não deixava com que chegasse perto demais. Arrisco dizer que você, assim como eu, saiu correndo uma ou duas vezes antes de deixar que a água salgada molhasse seus pés, descobrindo então que eram inofensivas.

E você sorri e cria uma espécie de confiança naquele momento, mas que rapidamente é estilhaçado quando uma pessoa grande, provavelmente seus pais, grita avisando para que tome cuidado, pois o mar tende a tragar as pessoas para dentro. De início você fica confuso, mas ao olhar para baixo você, de fato, percebe que, tão lentamente que é quase imperceptível, você está sendo arrastado para o fundo...

Quando eu conheci Scorpius eu não fazia ideia de que ele, algum dia, se tornaria tudo aquilo que era para mim. Eu acho que só não dei devido valor para os pequenos sinais que, sim, sempre estiveram ali e que tentavam continuamente me mostrar que ele era a minha pessoa.

Como disse Carlos Drummond de Andrade, um poeta de nacionalidade brasileira e que eu como um leitor frequente tanto admirava, “Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.”

E naquele momento não me restava dúvidas de que Scorpius Malfoy era essa pessoa. Não me restava dúvidas de quanto eu o amava.

— O que aconteceu? — Meu pai perguntou assim que adentrou o quarto, olhando-me com um olhar pávido e o rosto branco.

— Eu estava falando com o Scorpius mas ele... ele — as lágrimas rolavam descontroladamente pelo meu rosto, molhando minhas bochechas e embaçando minha visão, enquanto eu revirava meu closet em busca de uma roupa.

— Filho, eu preciso saber o que aconteceu — meu pai disse a mim, já com o celular posicionado no ouvido, certamente fazendo o que eu pedi anteriormente.

James apareceu na porta do quarto também, com um olhar intrigado.

— O que aconteceu, pai? Por que o Albie estava gritando? — o ruivo indagou, revezando o olhar entre um rosto pálido para o outro do Potter mais velho e meu.

— Eu acho que ele sofreu um acidente. — eu disse, sem muita força, com um nó que se formou na minha garganta quase impedindo minha voz de soar.

— Ele quem? — James perguntou altamente e eu apertei os olhos, passando por meu pai e ele. — O Scorpius?

— Oi, Draco... — escutei a voz do meu pai dizer ao telefone, enquanto caminhava apressadamente em direção a porta central.

— Al, aonde você vai? — Lily perguntou sentada no sofá da sala, com uma ruga de preocupação instalada no meio da testa onde algumas mechas do cabelo escapavam do coque frouxo.

— E-ele estava aqui perto... acho que consigo chegar lá... — disse, sem fazer sentido, fitando o cenho franzido da ruiva antes de agarrar a maçaneta gelada.

Ready To Run (Scorbus) Where stories live. Discover now