Capítulo 33

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Dois meses se passaram e Julie estava mais rechonchuda e cabeludinha. Lauren tentava conciliar o estágio final da universidade com o trabalho de meio período, as aulas da universidade e a vida de mãe. Sem Camila ela não estaria dando nem dois passos. A latina a ajudava como podia para que conciliasse tudo. Refeições prontas (ainda que não tão saborosas e caprichadas), casa organizada e limpa, até um quadro com as datas e os horários importantes, Camila fez para ela. A latina se sentia uma dona de casa em tempo integral e isso lhe preocupava um pouco quando parava para pensar. Não era o que queria para a sua vida, assim como um bebê não estava em seus planos. Mas sem poder ir a escola, com os intervalos dados pelas sonecas de Julie e depois de se acostumar a ficar sem dormir muito, ela tinha tempo de sobra e não era como se fosse ficar vendo televisão e coçando a periquita. No fim das contas, não era a situação ideal, mas era conveniente.


O que realmente preocupava Camila era que sua mãe não a havia procurado. Tudo bem, era de se esperar, mas poxa... A neta dela já tinha dois meses e nada? Ela achava que flores sem bilhete e apenas uma assinatura "de Sinueh e Sofia" resolvia tudo? Falando na pequena, ela estava esse tempo todo sem vê-la também e isso a angustiava. Resolvendo engolir o orgulho que sentia por não ter notícias da mãe, pegou o celular e lhe mandou uma mensagem. "Morando no mesmo lugar. Pode trazer Sofia para conhecer a sobrinha? Sinto falta dela.".

-É bom que não tenha nenhum ser humano pelado na tela desse celular. - Lauren disse, tirando Camila de seu mundinho, chegando no quarto da mesma.

-Se for famoso tá tudo bem? - Camila brincou, ciente de que estava encarando a tela do celular por muito tempo, e indo cumprimentar a namorada. - Como foi o trabalho?

-Tranquilo. - Lauren deu de ombros e deu mais um beijo em Camila antes de ir em direção ao berço que havia no quarto. - Porque estava encarando o seu celular?

-Enviei uma mensagem para minha mãe e acho que foi a expectativa por uma resposta que me deixou hipnotizada. - Camila respondeu dando de ombros e fez uma careta quando Julie ameaçou chorar ainda em seu sono. - Vou fazer o jantar enquanto ela dorme. Antes que reclame, eu tenho visto algumas receitas e estou me adaptando a cozinha.

-Não tenho do que reclamar. Está ficando cada vez melhor. - Lauren disse a acompanhando até a cozinha. - Fora que reclamar de uma comida pronta e quentinha a minha disposição seria um pecado.

-Sua mulherzinha sabe como te agradar. - Camila brincou lhe olhando por sobre os ombros e piscando.

-Oh se sabe. - Lauren respondeu mordendo o lábio.

-Gente, eu ainda moro aqui. - Vero se pronunciou do sofá. - Será que não podem deixar esses momentos pervertidos para quando estiverem entre as quatros paredes do quarto? - reclamou.

-Amor, tava pensando em baixar um aplicativo de encontros no celular da Vero. - Camila disse como se a mesma não estivesse a dez passos dela. - Ela parece tão encalhada ultimamente.

-Isso se chama comprometimento com os estudos! - Vero contra argumento fuzilando Lauren com o olhar, que apenas ria. - E você devia pegar um guardanapo para limpar esse veneno latino que está escorrendo das suas presas agora mesmo. - falou emburrada. Camila gargalhou.

-Essa foi a forma mais fofa que alguém me chamou de cobra. - a latinha respondeu já abrindo o armário da cozinha para pegar o que iria precisar para o jantar.

-Camz, não seja cruel com a Vero. Ela está tentando criar um bom futuro. - Lauren se apoiou no balcão, observando a namorada trabalhar. - Eu já fico feliz que ela esqueceu aquele plano de se casar com um velho rico para subir na vida.

Resiliência CAMRENWhere stories live. Discover now