Capítulo 31

1.5K 264 38
                                    

Nossa diversão foi interrompida quando minha mãe se levantou para dizer o quanto se sentia orgulhosa por sua segunda filha ter retornado e honrado sua casa. Então apresentou uma matriarca e passou a palavra a ela que começou a falar de forma rebuscada meus feitos do dia, momento em que Valéria me disse que eu deveria me levantar e me coloquei de pé.

Juro que tinha intenção de prestar atenção em tudo que ela disse, mas Tânis, ainda sentado como todos os demais, se alternando entre olhá-la e apreciar meus seios (na altura de seus olhos), estava me distraindo um pouco. Pela primeira vez, agradeci aos roncos altos de Enzo, que me deram a capacidade de prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo, e acabei entendendo a ideia geral do discurso, quando todos aplaudiram, inclusive a matriarca eu sabia que era para mim e agradeci com uma meia reverência. Podendo voltar a me sentar.

— Bem, elas levaram seu pedido a sério, porque normalmente teria sido agora que anunciariam a decisão, mas ela se absteve. – Valéria informou.

— Que bom, eu acho. A mamãe vai falar? – Não detive minha curiosidade.

— Não. Ela não gosta de fazer longos discursos, então já disse o que queria e deixou o restante para a matriarca. O rei Tânis também já esteve tantas vezes entre nós que não faz mais sentido discursos por sua presença aqui, logo, estamos liberados das chatices. – Valéria explicou.

— Obrigado deuses! Finalmente. – Suspirei exageradamente.

— Como é dramática. – Valéria reclamou.

— Ela só está cansada. – Tânis me defendeu, ganhando uma olhada significativa de Valéria.

— Certamente, majestade. Gostaria de auxiliá-la? Poderia levá-la nos braços até seus aposentos e permanecer lá, para garantir que descanse devidamente. – Ela provocou.

— Valéria! – Fiquei vinho, enquanto Valéria levou a taça de bebida aos lábios.

— Se me fosse concedida tal honra, alteza, certamente não a recusaria. Mas dificilmente ela descansaria nesse caso. – Ele rebateu bem-humorado e Valéria se engasgou.

Eu queria me enfiar debaixo da mesa. Levou quase um minuto para perceber que ela não estava só engasgada, mas se afogando. Agradeci aos deuses por isso, porque assumi o modo "médica profissional" e consegui esquecer do que eles estavam falando.

Depois de desengasgá-la, ela ainda tossia e tinha espasmos. Escaneei seu peito com o foco e suspirei. A essa altura, metade dos presentes nos rodeavam, inclusive mamãe.

— Preciso de uma maca eletrônica e de alguém que nos guie até uma enfermaria. – Anunciei.

— O que houve? – Mamãe me perguntou.

— Desobstruí as vias aéreas, mas entrou líquido nos pulmões. Tenho duas opções, drenar agora ou tratar com medicação. Não acho que ela queira tomar os medicamentos por mais de uma semana e vai demorar mais para parar de passar mal, então vou drenar. Não se preocupe, fiz isso centenas de vezes, é um procedimento simples. – Garanti para a aflição em seu rosto.

— Tenho mais uma alternativa. Tânis, pode trazê-la por favor? – Mamãe decidiu, me pegando pela mão e me puxando para uma sala ao lado do salão.

Quando Tânis depositou Valéria em uma cadeira estofada, onde mamãe indicou. Ela o agradeceu e pediu que se retirasse. Quando ele o fez, ela soltou minha mão e trancou a porta. Se virando para mim de novo.

— Você conhece todo o percurso dos pulmões até o nariz e a boca de uma amazona, coloque sua mão direita com a palma virada para ela e comande o líquido para sair...

Valquíria MaresDonde viven las historias. Descúbrelo ahora