Capítulo 45

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A viagem que deveria ter demorado umas oito horas, não chegou a levar quatro.

— Não é meio cedo para já termos chegado? – Indaguei confusa.

— Também acho, mas não há resistência de ar nos atrasando, permitindo que a nave alcance o dobro da velocidade normal. Não disse nada, porque você me contou quem é a menina, então tenho uma ideia muito boa do motivo de nossa viagem ter sido tão mais rápida.

Nos aproximamos da cidade sagrada e Dorian pediu ingresso no palácio, informando que eu estava à bordo e que tínhamos uma amazona ferida precisando de cuidados. Assim que autorizado, deu a volta no palácio e entrou por uma abertura abaixo dele que eu nem sabia que existia.

Assim que ele aterrizou já vi minha mãe, Valéria, Kami, Berty, Nora e Maitê nos esperando com uma maca eletrônica. Dorian abriu a rampa e pegou Aria nos braços, o lobo que milagrosamente não se estressou com a viagem nos acompanhou para fora da nave.

— O que aconteceu com você, Valquíria? – Minha mãe me surpreendeu me abraçando apertado, enquanto Dorian colocava a menina na maca e eu lhe dizia que estava bem.

Kami, Berty e Nora, me abraçaram, se certificaram de que eu estava bem e foram embora. Não havia perigo para elas lidarem.

— Desembucha miniatura. As redes só falam da confusão maluca de eventos inexplicáveis na costa leste de Zarov. Quando vi as colunas de água tinha certeza de que você estava no meio daquela bagunça. – Valéria desembestou.

— Depois, prometo que conto. Mas agora temos que levar a menina para o templo das águas primeiro e depois para o templo do ar.

— Mesmo sendo híbrida ainda não dá ordens nas áreas sagradas, querida. – Maitê expressou.

— Beleza! Diga isso ao pai dela, Amon Ámeno. Mas não me responsabilizo pelas consequências. – Dei de ombros – Se ele, nos ajudando, quase me matou pelo menos duas vezes, nem quero imaginar o que vai fazer se não vir a filha bem, porque se recusaram a colaborar comigo, já que fui eu que fui incumbida de salvar a criança dele.

— Quem a incumbiu de salvá-la? – Minha mãe perguntou.

— Conhece uma moça maravilhosamente linda de pele verde água, cabelos louros e olhos azuis? Porque não faço ideia de quem ela seja... Bem, foi ela.

Vi todas à minha volta arregalarem os olhos para mim, mas só Maitê falou.

— Vamos imediatamente para as áreas sagradas. – Ela determinou, já se virando e seguindo para lá.

— Íria, acho que devo voltar agora. – Dorian se manifestou.

— Nem a pau! Você vem comigo. – Puxei ele pelo braço e enlacei meu braço no dele – Você, meu querido Dorian, faz parte da equipe de resgate. O pai dela vai querer conhecer o piloto que salvou sua filha do próprio estabano dele. Além de merecer uma noite de descanso depois da ajuda prestada, minha mãe é uma rainha hospitaleira. – Olhei de relance e vi Valéria segurar uma gargalhada e minha mãe revirar os olhos.

— Valquíria, isso é muito irregular! – Minha mãe tentou me deter.

— Mãe, eu ser jogada no meio do reino humano, sozinha, nua e sem poderes com uma híbrida esgotada, machucada e desacordada, não acho que seja um procedimento padrão dos deuses. Então toda essa situação é muito irregular! – Rebati, andando com Dorian e Valéria, atrás de Maitê, que empurrava a maca com a garota e o lobo ao lado.

— Por que diabos você estava nua, maluca? – Valéria ergueu a sobrancelha.

— Porque passei uma noite só em Bergmann depois de sair daqui e Saul foi me buscar porque Tétis me convocou nos templos sagrados elementais. Quando ela caiu e ficou pendurada em um penhasco no reino humano, eu estava nos templos. Só se pode entrar lá nua.

Valquíria MaresWhere stories live. Discover now