Capítulo 34

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Ele entrou no ambiente com a tênue luz e abri a boca algumas vezes para o que via. Era um lago de água cristalina dentro de uma caverna, cuja entrada era no teto, por uma pequena abertura que lançava luz na água que refletia iluminando suavemente o ambiente.

Nem me preocupei em ver onde ele parou, apenas corri para o lago, me sentando na margem com as botas na água e usando as mãos em concha para saciar a sede que arranhava minha garganta. Lavei meu rosto e pescoço, quase me esquecendo de que não estava sozinha ali.

— Não haverá rito de passagem. – Ele me assustou falando autoritário, quando considerava mergulhar com roupas e tudo na água.

— Obrigada, mas... Vou ficar em Sandrya pelos próximos dois anos, então? – Me virei, procurando por ele. Claro que estava na penumbra.

— Verena sabe que tem sua primeira missão em Zarov. Não pode prendê-la e impedir sua designação sagrada.

— Certo. Digo isso e estou livre. – Assenti.

— Não. Eu digo isso e está livre.

Olhei para sua silhueta no escuro franzindo as sobrancelhas.

— Merta já sabe que deve trazer Verena à minha porta.

— Tudo bem. – Dei de ombros, me deitando para trás no chão.

— Não a trouxe aqui para relaxar. – Ele chamou minha atenção se aproximando e me olhando de cima.

Finalmente o vi direito. Me olhando de cima bravo, mas lindo...

Me controlei espetacularmente para não babar. Ele era muito impressionante. O homem mais bonito que já vi na minha vida! Quase da mesma altura que Tânis, músculos artisticamente bem definidos, cabelos castanhos escuros quase negros, pele bronzeada e olhos de um dourado bem claro. Usava um traje de couro preto que deixava bastante de seu tórax musculoso e braços à mostra, botas e uma espada cimitarra elegante, na cintura.

Claro que meu cérebro bugou e minha língua foi mais rápida.

— Uau! Meu apelido de bonitão foi mais acertado do que poderia ter previsto. – Falei sem pensar ainda olhando para ele deitada no chão.

— Está tentando me distrair. – Ele me acusou, mas senti a mudança no seu humor, ele não estava mais bravo.

— Te distrair? – Franzi as sobrancelhas.

— Levante-se.

— Ah, pronto! Vamos começar tudo de novo. – Bufei me levantando.

Mal fiquei de pé e ele pegou minha mão com firmeza e escorregou um anel no meu dedo. Olhei o anel e de novo para ele que simplesmente se afastou para uma saída escura.

— Ei, espere aí! – Fui o seguindo, tentando tirar o anel e incapaz de fazê-lo – O que foi isso? Que diabo de anel que parece grudado no meu dedo é esse?

— Vai resolver o problema com seu pretendente a amante. – Ele falou sem se virar para mim – Precisa dele para sua missão sagrada, mas não tem que dormir com ele.

— Então resolvendo isso, essa coisa solta do meu dedo?

— Não.

— Pode me explicar melhor, por favor?

— Estou começando a achar que superestimei sua inteligência.

— Hey! – Me indignei – Minha inteligência diz que está com ciúme.

Ele se virou para mim mais rápido do que eu poderia ter me afastado ou tido qualquer reação. Tentei dar um passo para trás e bati as costas em uma parede de pedra.

Valquíria MaresWhere stories live. Discover now