Capítulo 42

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— Que bom que já está quase pronta. – Ele comentou.

— Quanto tempo isso leva no máximo? – Suspirei.

— No máximo uma semana.

— Tá, então você cuida do meu gato e diz logo o que preciso vestir e fazer para começar?

— Sim, cuido do gato. – Ele riu, vendo Oxley espalhado na minha cama – E só falta tirar o foco e o bracelete, não pode entrar nos templos com isso.

— Sério? – Ergui a sobrancelha para ele, tirando o foco e o bracelete, os deixando sobre a mesinha de cabeceira.

— Muito. Deve entrar nos templos exatamente como chegou a este mundo. Só pode sair de lá vestida se merecer sua vestimenta a cada teste. – Ele foi explicando, enquanto pegava minha mão e me guiava, andando devagar para que me ambientasse e me acostumasse à nudez – Teremos que abrir uma exceção para o refrator, claro, já que ninguém consegue tirar e seu consorte não está aqui.

— Consorte? Sério? – Ergui uma sobrancelha para ele.

— Pensei que soubesse o que um refrator significa em nosso mundo. – Samir expressou e fiquei olhando para ele sem saber o que dizer.

Ele riu, meneou a cabeça e voltou a falar.

— Acho melhor conversar com Kanslor sobre isso, maninha, porque um refrator significa compromisso insolúvel. Você é a mulher dele agora.

— Tá zoando! – Soltei, mas vendo seu rosto acrescentei – Não está?

— Não. – Ele falou sério pela primeira vez – Realmente deve conversar com ele.

— Tá, vou pedir uma explicação quando o vir...

— Só uma explicação? – Samir levantou uma sobrancelha para mim com um meio sorriso.

— Vai à merda, eu me viro com Dante. – Enrubesci de novo, então achei melhor mudar de assunto – Onde está Saul?

— Fazendo as preparações para sua visita aos templos.

— Papai não vai?

— Não. Você foi requisitada sozinha. Vamos levá-la até a entrada e daí em diante o teste é somente seu.

— Devo perguntar?

— Não adiantaria muito, já que para cada pessoa o teste se apresenta de maneira diferente. às vezes é um teste só, às vezes são vários.

— Como vou saber que acabou?

— A água vai lhe dizer. – Como continuei olhando confusa para ele, completou – Não se preocupe, vai saber.

Saímos do palácio e Samir me guiou, ao contrário do que eu esperava, por um caminho seco, um conjunto de cavernas que pelo jeito iam além da ilha, pois podia sentir a água atrás das paredes em grande quantidade.

Ele parou quando encontramos Saul.

— Oi tampinha. Os templos estão em polvorosa por você. – Saul sorriu para mim – Venha, daqui até o primeiro templo sou eu que devo conduzi-la.

Ele pegou minha mão de Samir, que me deu um beijo, me desejando sorte e voltou.

— Está curiosa? – Ele perguntou, me guiando por um portal que nos levou a mais túneis subterrâneos.

— Sempre.

Ele riu.

— Não precisa se preocupar, nunca ninguém morreu nos templos, então ficará bem. A água quer te revelar quem realmente você é. Então seus testes vão determinar qualidades, boas e ruins. Dependendo dos resultados alguém fará contato com você. Tenha em mente que deve ser você mesma, não importa a situação que se apresente.

Valquíria MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora