City of Love.

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recadinho aqui em cima pra avisar que esse capítulo foi dividido em duas partes  porque eu não queria demorar mais para atualizar. nessa primeira parte acredito que não tenha nada demais, porém ainda faltaria muita coisa para escrever e acabaria atualizando sabe Deus quando!

enfim, espero que não fiquem irritados e obrigada por esperarem tanto tempo, obrigada também pelos 100K!

Boa leitura!

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JENNIE

Pelo vidro da janela embassado e coberto de pequenas gotículas de água, observei a garoa cair e se chocar contra o asfalto recém molhado em câmera lenta. Eu sempre gostei de assistir a chuva, seja garoas passageiras ou fortes tempestades que rasgam os céus com seus relâmpagos e estrondosos trovões. Assistir tal ato da natureza sempre me transmitiu uma paz absurda, principalmente quando eu estava acompanhada de meus pais. Em minhas doces lembranças, me recordo de quando ficávamos debaixo da área coberta do terraço de nossa casa observando a água molhar as ruas da Coréia do Sul. Nós sempre fazíamos isso enquanto bebíamos chocolate quente e contávamos como havia sido os nossos dias de forma extremamente detalhada, não deixando de fora nem os acontecimentos mais bobos; como ir atravessar a rua e ver um carro que tinha as letras da placa formando uma palavra. Esses eram dias bons, onde não havia graves preocupações e podíamos dormir sabendo que acordaríamos prontos para repetir a mesma agrádavel rotina. É estranho e até mesmo um pouco melancólico pensar em como essas coisas mudaram quando tivemos que ir embora de nosso país natal. Eu me lembro de ter chorado praticamente o caminho todo até o aeroporto, continuando a sentir o gosto salgado das lagrímas durante o vôo também. Foi complicado no início como qualquer brusca mudança é, mas eu acabei me acustumando com o passar do tempo. É claro que tal acontecimento trouxe coisas ruins alguns anos depois - como o rompimento da minha família e meu primeiro relacionamento  - mas também trouxe coisas boas - como conhecer Jisoo, Rosé e claro, minha Lisa -, então acredito que não preciso sentir tristeza ao me recordar de como as coisas eram antes, acho que devo ficar feliz por ao menos elas terem acontecido. E mesmo que não sejam mais assim, ainda posso sorrir com as lembranças.

Com a ponta de meu dedo indicador, desenho uma carinha feliz no vidro da janela; é como quero estar pelo restante da semana que já está chegando ao fim. Observando a chuva cair agora de forma mais forte, inclino a cabeça lentamente para o lado ao pensar de forma infantil se ela está querendo me avisar alguma coisa com o jeito que suas gotas de água estão caindo. Ela estava fraca, e agora está mais forte... será um sinal que as coisas vão se complicar ou eu estou realmente ficando louca vendo coisa onde não tem? Minha vó dizia que a natureza consegue falar conosco, ela nos avisa quando algo de ruim irá acontecer e que precisamos estar atentos aos seus sinais. Bem, seguindo essa linha de pensamento talvez eu possa mesmo acreditar que seja um sinal para alguma coisa. Afinal, praticamente não chove nessa cidade e hoje a água decidiu dar as caras. Los Angeles tem em média somente 35 horas de chuva por ano, enquanto as horas de sol são 3254. Com uma pequena careta no rosto, fechei os olhos e soltei um longo suspiro sentindo a água quente do chuveiro alisando a pele de meu rosto, realmente tô surtando. Quem diabos eu estou tentando enganar? A última coisa que estou sentindo no momento é felicidade, já que posso ser reprovada por conta das notas baixas que tirei e nada consegue tirar isso da minha cabeça. Toda essa minha analogia falsamente poética e a tentativa de me confortar e procurar sinais na chuva foi em totalmente em vão e desnecessário, não consigo parar de pensar nas minhas notas e tal confusão tá deixando até os meus pensamentos confusos e sem nexo.

Magic Shop • JenlisaWhere stories live. Discover now