Capítulo 13 - Sensações

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No dia em que encontrei a minha irmã mais velha morta no segundo quarto do corredor uma única certeza me tomou, eu havia falhado como irmã

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No dia em que encontrei a minha irmã mais velha morta no segundo quarto do corredor uma única certeza me tomou, eu havia falhado como irmã.

Meus pais insistiam em me levar a diversos psicólogos diferentes quando os pesadelos sinistros passaram a me atormentar. Eram raras as noites em que não acordava gritando e suando depois de conseguir despertar de mais um sonho ruim. Todos os psicólogos nos quais meus pais insistiram em me levar diziam a mesma coisa, "Ela é uma criança, não é fácil esquecer o que ela viu. É comum ela se sentir responsável pelo o que aconteceu, mas com o tempo acredito que essa fase vai passar."

Não passou.

As vezes minha cabeça criava imagens tão convincentes que eu custava a acreditar que não eram reais.

Me forcei a deixar isso de lado quando a voz de Henry invadiu o ambiente assim que ele passou primeiro pela porta branca.

— Olha, mamãe, o Ethan trouxe uma garota, e dessa vez não é a Hilary.

Reprimo os lábios ao pensar no quão próximos Ethan e Hilary devem ser.

Beatriz apareceu no meu campo de visão. Henry segurava a mão dela enquanto vinham da varanda atrás das portas de vidro.

O ar pareceu escapar dos meus pulmões quando uma onda de nervosismo passou pelo meu corpo. Beatriz soltou a mão do filho mais novo para poder tampar a boca com surpresa nos olhos. Os olhos dela brilharam, notei que o brilho estava sendo causado por formação de lagrimas.

— Ah, meu Deus! Liz!

Beatriz deu quatro passos à frente para poder me envolver um abraço apertado.

Fecho os olhos com força, retribuindo o abraço.

A última vez em que estive nos braços da Beatriz, foi quando precisei ficar com os Collins enquanto meus pais estavam resolvendo os assuntos da Helena.

— Eu... sinto muito — murmuro sentindo minha garganta arder.

Beatriz me afastou com prudência.

— Não sinta — ela afastou os cabelos dos meus ombros. — Não tenho dúvidas de que tudo ficará bem no final.

Sei que não vai ficar tudo bem, mas decidi assentir.

— Me desculpe por vir tão tarde.

— Você não tinha como saber, querida. Não precisa se desculpar, nada disso é culpa sua — ela tirou as mãos dos meus ombros para poder segurar as minhas mãos. — Estou tão feliz por você estar aqui — sorri junto com ela.

O pigarreio um pouco ao fundo fez Beatriz desviar o olhar. Olhei por cima dos ombros.

— Sabe, é bom estar em casa depois de ficar meses fora — Ethan dramatizou passando uma das mãos entre os fios castanhos do cabelo.

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