Capítulo 4 - O violino, a sapatilha e a garota

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Helena costumava dizer que eu tinha um grande dom para me fazer de sonsa em qualquer situação

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Helena costumava dizer que eu tinha um grande dom para me fazer de sonsa em qualquer situação. Usei isso ao meu favor durante a aula inteira. Evitei olhar para trás e fingi estar totalmente focada nas palavras ditas pelo professor ou em minhas anotações no canto da folha do caderno. Estava focada em qualquer coisa que não fosse Ethan Collins ocupando um dos lugares nas últimas carteiras da sala.

Não perdi tempo em arrastar a Louisa da sala assim que chegou ao fim. Solto o ar aliviada quando não estava mais na presença dele. Que droga! Não fazia idéia do porque, mas estava tão irritada. Talvez seja pelo fato dele ter ido embora sem se dar ao luxo de se despedir. Todos esses anos sem a droga de uma notícia.

— Liz, tá tudo bem? — Louisa pergunta quando bato a porta do armário com força, irritada.

A encaro com um aceno positivo.

— Tá tudo ótimo — minto.

— Sério? Não parece — ela aponta para as pontas dos meus dedos que estavam brancos pela força que eu usava para apertar uma folha de papel em uma das mãos.

— Acho que só estou um pouco ansiosa para o teste da aula de música.

Jogo a folha de papel dentro da lixeira ao lado do meu armário.

— Tenho certeza que você se sairá bem — ela diz com um sorriso bonito tentando me acalmar.

— É difícil acreditar em mim mesma quando já faz anos que não seguro um violino — confesso, ansiosa. — Tenho medo de estragar tudo.

— Fica calma, vai dar tudo certo, eu tenho certeza — ela pega um livro de dentro do armário. — Mas agora precisamos nos apressar, antes que a gente perca a segunda aula — anuo dando de ombros.

Louisa me explicou como chegar na sala de biologia que ficava no final de um dos corredores. A professora baixinha não demorou para entrar na sala, fazendo os alunos pararem de falar enquanto a professora dava início a segunda aula do dia.

Achei que o dia não podia ficar mais surpreendente, mas ficou quando notei Arthur Campbel - meu querido irmão mais velho -, vindo em minha direção, e se sentando no banco da bancada ao meu lado. Ele sorriu em minha direção se debruçando na bancada.

— Tem outros lugares vagos na sala — aponto, irônica. —, se você não notou — continuo com um sorriso debochado em sua direção.

— Ah, mas não vejo problema em me sentar ao lado da minha irmãzinha querida — Arthur se reencosta na bancada com aquele sorriso ridículo na cara. — Estava com saudades, lili? — reviro os olhos abrindo o caderno.

Só Mais Um ClichêWhere stories live. Discover now