Acredito que consegui esconder bem a vontade gigante que estava de afogar o Daniel no próprio copo de chocolate quente, me controlei ao máximo e tentei demonstrar que não havia guardado ressentimento.
— O uniforme fica muito bem em você — elogia com um sorriso galanteador. Escondo uma careta e me forço a sorrir. — Ainda está zangada? Esta zangada por mim ter mentido sobre a minha chegada? — reprimo os lábios tentando me concentrar no copo entre as minhas mãos.
— Ainda não consigo entender.
— O que você não entende?
Estava pronta para soltar todas as perguntas que estavam presas em minha garganta, mas fui interrompida – antes mesmo de começar –, por uma voz feminina animada. Precisei me virar para trás para poder ver Hilary entrando em meu campo de visão.
— Cheguei! — exclama, puxando uma cadeira para se sentar na cadeira vaga do lado do Daniel. — Então, todas as outras mesas estão cheias, espero que não se importem em compartilharem com a gente.
Daniel estreia os olhos.
— A gente? — indaga. — Deu pra brincar de amigo imaginário agora?
Hilary tombou a cabeça para o lado, soltando uma risada alta.
— Aiai, Dan — ela finge secar lagrimas em suas bochechas. —, havia me esquecido como você é bom nessa coisa de comédia.
— Não foi uma piada — Daniel resmunga.
— É, eu sei que não — ela sorri de forma divertida. — Estou acompanhada por um amigo, espero que não se importem.
Que beleza.
Daniel ergue uma das mãos, como se fosse questionar quem seria o tal amigo, mas não teve tempo. Uma voz masculina soou bem atrás de mim. Me sinto arrepiar quando a voz rouca chega aos meus ouvidos, me fazendo pensar no quanto o universo deve me odiar.
— Só pode ser brincadeira — Ethan balbucia, encarando Hilary que mantinha um sorriso pequeno nos lábios pintados de vermelho. — Pensei que fossemos conversar.
— E vamos — Hilary dá de ombros. —, não é nada demais, então não vejo problema em termos companhia.
— Fala sério, Hilary — Daniel tenta se levantar, mas a garota loira segura o braço dele, o forçando a se sentar novamente quando cravou as unhas compridas na pele dele, o fazendo resmungar baixinho.
— Pode voltando a se sentar, meu pãozinho de mel — ela abraça o braço de Daniel, encarando Ethan em seguida. — Pode sentar também, capitão, a Liz não morde — sinto minhas bochechas queimarem com o sorriso malicioso que Hilary carregava.
Escuto Ethan bufar, mas por fim ele puxa a cadeira ao meu lado, se sentando e debruçando os braços sobre a mesa.
— Posso te chamar de Liz não posso? — ela pergunta, colocando as mãos sobre a mesa com um sorriso doce.
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Só Mais Um Clichê
Teen FictionDepois de perder a irmã, algo dentro de Anna Liz mudou. A dor foi capaz de mudá-la exageradamente. Além de sentir que perdeu uma parte dela, pouco tempo depois Liz teve que lidar com o seu coração reduzido a pó, deixado pelo melhor amigo quando ele...