Capítulo 44

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Uma semana depois...

Anahí: O que você acha dessa roupa? – Perguntou pela oitava vez só aquela noite.

Charles: Todas ficaram maravilhosas my sweet, na verdade não existe nada que fique feio em você. – Cruzou os braços levemente entediado.

Anahí: Você é suspeito, não sei porque pergunto. – Gargalhou, ainda na frente do espelho. – É uma noite importante, não posso usar qualquer coisa.

Charles: Vai pedir o embaixador em casamento? – Brincou, ajudando-a a amarrar o laço do vestido.

Anahí: Não. – Mostrou a língua. – Vou conhecer a minha sogra e...

Charles: E contar que ela vai ser avó? Vai ser uma noite e tanto. – Continuou para ver Anahí ruborizar.

Anahí: Que? Como você sabe?

Charles: Eu simplesmente sei. – Piscou. – Não é difícil deduzir na verdade, você vomita todos os dias e parece que colocou silicone.

Anahí: Você acha? – Apalpou os seios por cima do tecido. – E porque não comentou nada?

Charles: Se você escondeu é porque tem seus motivos. – Deu de ombros. – E eu não sou um velho fofoqueiro. – Emendou com uma risada.

Anahí: Me desculpe Charles é que ainda não caiu a ficha de que serei mãe. – Justificou.

Charles: Não precisa se desculpar, já conheço você o suficiente para saber que precisa de tempo para lidar com tudo isso.

Anahí: Qual a possibilidade de dar certo? – Questionou, a mão direita desceu até o ventre involuntariamente.

Charles: Todas elas minha querida, chegou a sua hora de ser feliz. – Afirmou, pousando as mãos nos ombros dela. – A gravidez é só o início das inúmeras surpresas que viverá ao lado do seu amado.

Anahí esboçou um sorriso terno que imediatamente foi devolvido por Charles, ele tocou o ventre dela e mimou a amiga por alguns minutos, ora beijando-lhe a cabeça ora acariciando a barriga que ser quer havia crescido.

Charles: Agora vá, seu homem a espera. – Instigou e Anahí assentiu. – Vou distrair seu pai e mostrar que sou melhor com caça-palavras. – Os dois gargalharam com a última frase.

Alfonso preferiu chegar primeiro ao apartamento da mãe para se certificar que nada sairia fora do planejado, como também conter os ânimos de uma Ruth extremamente ansiosa. Ela havia preparado o jantar com bastante zelo, mas não podia negar o quanto estava nervosa com aquele encontro. Mesmo sem compreender o motivo Ruth sentia que seria uma noite muito especial. Anahí não estava diferente, enquanto subia no elevador contou mentalmente até cem e respirou fundo antes de por fim bater na porta.

Alfonso: Eu atendo. – Se adiantou, atravessando os passos da mãe.

Ele abriu a porta com um sorriso enorme para encontrar Anahí um tanto desajeitada do outro lado. Alfonso estendeu a mão e mesmo sem querer ela não pode fugir das lembranças do relacionamento que tivera com Jamie. Relembrou das vezes que ele abria a porta dos fundos para que entrasse sem ser vista, ou quando pedia que não fizesse barulho para que ninguém soubesse que estava acompanhado, ela sentiu a garganta amargar com as humilhações que passara quando só desejava ser amada.

E então os dedos de Alfonso tocaram os seus, depois se entrelaçaram e aquele ato foi como um afago direto em seu coração. Percebeu que finalmente havia encontrado um homem capaz de tomá-la pela mão e beijá-la no rosto, um homem que agia com respeito e empatia, que a amava do jeitinho que ela era, que não exigia mudanças, nem desejava podá-la ou lapidá-la, porque esse mesmo homem via beleza no diamante bruto, nas falhas grotescas, via beleza na força, na capacidade de dar a volta por cima, havia beleza em tantos defeitos e ele avistara. E aquele homem era dela, inteiramente dela, não por capricho, sedução ou paixão, Alfonso era dela para que voltasse a ter fé na própria felicidade, para ter certeza que nenhum abuso lhe desqualificaria, porque merecia ser amada, ela sabia que era amada, e finalmente poderia amar de volta.

Refém do DesejoWhere stories live. Discover now