Capítulo 03

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Los Angeles – 3 anos depois


As cores monocromáticas do escritório eram suficientes para entediá-lo, e, somado as horas incontáveis que permanecia na frente do computador – em uma teleconferência -, não era o cenário e nem a forma que Alfonso desejara passar um dia tão importante como aquele. O seu aniversário era significado de comemorações suntuosas, mas, como seu trabalho era prioridade, nesse ano precisara adiar a festa para o final de semana.

Além do mais, necessitava deixar tudo em ordem para a sua viagem com a Comissão Diplomática dos Estados Unidos, que proximamente iriam visitar a embaixada francesa, localizada em Washington.


Enquanto seus colegas, também representantes, discutiam sobre os novos termos de cidadania global, Alfonso, mesmo atento, esboçava todos os sinais de que por hora, o assunto já fora explicado em níveis satisfatórios. O relógio de pulso era constantemente conferido, já passava das oito horas da noite, e com toda certeza haviam poucas pessoas circulando no prédio. O vinco na testa já estava explicito, e a mão no queixo demonstrava quanto seu corpo precisava de descanso.

Na verdade, o descanso significava um happy hour com os amigos, algumas cervejas e boa conversa, antes de pôr fim ir para seu apartamento, que ficava apenas a três quadras dali. E ele bem sabia que estava atrasado, Melanie havia enviado uma mensagem em seu WhatsApp quinze minutos antes, informando que ela e Chris já o esperavam.


Mas, para a mudança dos seus planos, assim como era de costume dela Anahí adentrou a sala, silenciosamente, graças a amizade pretenciosa que fizera com Lauren, secretária de Alfonso. Além de detestar esperar para ser atendida, quando necessitava vê-lo ou algo do tipo, suportava menos ainda pedir autorização, quando sabia que todas as suas visitas eram bem-vindas. E naquela noite em especial, Lauren havia informado que o chefe estava preso no escritório por horas, bastante estressado e ríspido por sinal, aproveitou para lamentar também da rotina exaustiva com a aproximação da viagem que fariam. Anahi deixou de ouvir nas primeiras frases, mas não poderia deixar de demonstrar simpatia com sua até então aliada.


Alfonso permanecera um mísero minuto atento a tela em sua frente, mas foi tomado pelo aroma inebriante e inconfundível que exalava da pele dela. Os olhos se encontraram, assim que Anahí fechou a porta atrás de si, o sorriso entre os lábios avermelhados fora instantâneo, e Alfonso corrigiu a postura da cadeira, devolveu o gesto, meio confuso, afinal não lembrava de ter combinado nada com ela, e pelo o que haviam conversado no último encontro, ela viajaria sem data prevista de retorno, mas, no final das contas, já devia ter acostumado que Anahí não era nada previsível.


Alfonso: Ana? – Chamou, antes de abafar o fone com a mão.


Ela sorriu com a forma particular que lhe chamava, relembrou em alguns segundos quando Alfonso enfim descobriu seu verdadeiro nome, mas nada que o impedisse de chamá-la de Vivian, principalmente entre um gemido e outro.


Anahí não respondeu, e então deu alguns passos até o meio da sala, centralizando os sapatos no tapete. Para começar a descer a alça do vestido, vagarosamente, deixando que os polegares corressem em seu ombro, sem perder o contato visual com ele. Alfonso curvou o corpo, afastando as costas da poltrona, e pigarreou quando o tecido caiu como uma redoma ao redor dos louboutins.

Ela continuou, levou as mãos até a presilha dos seus cabelos, os deixando cair como cascatas. A tela do computador piscava, e no fone de ouvido, ele pudera notar que os outros tentavam chamar sua atenção, mas naquele momento, pouco se importava com o que discutia anteriormente, inventaria um problema de conexão ou algo do tipo, principalmente quando viu Anahí se livrar do sutiã, deixando seus seios amostra, ele sabia o que deveria fazer, e deixá-la nua e sozinha no meio do seu escritório definitivamente não era uma opção.

Refém do DesejoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant