Capítulo 13

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O silencio tomou conta do ambiente, ah se pudessem ouvir as batidas dos corações, acelerados...assustados.


Alfonso: Como? Vou refazer a pergunta. – Questionou, incrédulo.


Anahí: Não precisa, eu entendi muito bem e não minto pra você. – Piscou, descontraída.


Charles: Qual motivo do queixo caído, Alfonso? – Ironizou, deixando que uma risada rouca escapasse.


Alfonso: Então todo esse tempo... – Iniciou, e Anahí o interrompeu servindo outra dose da tequila.


Anahí: Você perguntou, e eu respondi, não é o momento para detalhes. – Levou o pequeno copo até a boca dele, que logo entreabriu os lábios para receber o líquido cor de âmbar.


Enquanto ingeria a bebida, Alfonso não deixou que seus olhos escapassem dos dela, que pareciam um tanto divertidos após aquela revelação. Para ele, na melhor das hipóteses, ela citaria quatro ou cinco envolvimentos, justamente baseado em histórias que Anahí fazia questão de contar pela metade, deixando-o intencionalmente curioso e frustrado.


Anahí deixou o copo pela metade, a fim de beber o restante, mas foi interrompida pelas mãos apressadas e possessivas de Alfonso, que a tomaram pela nuca, com tamanha ânsia, capaz de deixá-los de joelhos sobre o tapete, antes de aprofundar um beijo angustiado. Anahí estava bêbada demais, o corpo tremulou quando recebera a língua ávida em busca da sua. Por um breve momento Alfonso esquecera que não estavam sozinhos, mas Charles não pensou duas vezes antes de assoviar e gargalhar com o desespero do novo conhecido, o que fez Anahí espalmar as mãos no peito de Alfonso para afastá-lo.


Alfonso: Me desculpe. – Pediu, assim que afastou os lábios.


Charles: Por mim tudo bem, estou adorando a nossa rodada de revelações.


Anahí: E eu preciso de um tempo, a minha cabeça está girando. – Se apoiou no sofá para conseguir levantar. – Continuem sem mim. – Tateou as paredes e caminhou em direção ao corredor.


Charles: Soldada abatida. – Sorriu, recostando a cabeça. – Enquanto ela volta vou tirar um cochilo aqui mesmo, meus neurônios parecem dançar tango. – Fechou os olhos, afrouxando os braços.


Alfonso esperou, remoendo todos os dias que imaginara Anahí em outros braços. Sentiu um enorme frio no estômago, e só então sorriu, abertamente. A cabeça balançava em sentido negativo, mas os dentes a mostra diziam outra coisa. No fundo Alfonso sabia que a recusa para outros parceiros poderia ser apenas porque ele supria todas as suas necessidades e vontades, nunca impôs limite quanto aos gastos, e nunca usara disso para reclamar depois. Mas e se não fosse só por isso? E se ela realmente aprendera a se satisfazer apenas com ele? E se os sentimentos dela estivessem confusos como os dele? Muitos questionamentos passaram na sua cabeça naquele momento, todos sem resposta.


Mas Anahí era assim, uma incógnita, sempre seria. E havia beleza em toda aquela confusão, o fato de sentir que ela voaria para longe a qualquer momento tornava tudo mais instigante. E Alfonso gostava disso, de reconhecê-la todos os dias, como se cada amanhecer aflorasse um instinto diferente, um dia ela agia como doçura, vislumbrando carinho, cuidado, no outro ela aparentava divina luxúria, capaz de seduzi-lo com um simples toque despretensioso, e na pior das hipóteses, era arisca, fugia de qualquer mínima cobrança, ríspida demais quando ele caia na cilada de exigir algo que ela não queria oferecer.

Refém do DesejoWhere stories live. Discover now