Capítulo 33

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Anahí teve pouquíssimo tempo para organizar o trabalho e a casa antes de viajar para São Francisco com Alfonso. A confeitaria ficou sob os cuidados de Charles - quanto a isso ela estava tranquila - o problema era conseguir se desligar por um final de semana inteiro do pai, confiar nos cuidados de uma estranha e ao mesmo tempo não estragar os planos de Alfonso com tamanha inquietação. Mesmo que as recomendações da enfermeira a sua frente fossem as melhores, e que Arthur aceitasse a ideia de bom grado, ela permanecia preocupada, afinal não se ausentava por muito tempo desde que voltara a morar com ele.

Arthur: Fique tranquila, não sou mais um bebê. – Disse calmamente, tentando despreocupá-la.

Anahí: O número do meu celular está espalhado por todos os cômodos da casa, por favor não pense duas vezes antes de me ligar, por qualquer motivo. – Pediu, tomando as mãos dele.

Arthur: Vou ligar somente se não conseguir resolver sozinho o meu jogo de caça-palavras, você sabe que sou incapaz de dormir enquanto não finalizo, não é? – Brincou.

Anahí: Sim, eu sei... e também sei que sou melhor que você nesse jogo em disparada. – Devolveu, para arrancar uma gargalhada do pai. – Fique bem, ok? Prometo voltar logo. – Salpicou um beijo na testa dele, que devolveu o gesto.

Ela não sabia distinguir o que sentia, por um lado estava ansiosa para encontrar Alfonso, enchê-lo de beijos e aproveitar aqueles dois dias da melhor forma possível, por outro era como se um pedaço ficasse em casa, tanto cuidado podia soar como exagero para alguns, mas essa era Anahí quando amava, extremamente dedicada e entregue.

Alfonso já esperava dentro do carro, os óculos de sol impossibilitaram que Anahí avistasse o verde oliva, mas não deixou de perceber que ele olhava para ela com devoção, como todas as outras vezes. Ela atravessou a calçada sem conseguir conter o sorriso que crescia à medida que se aproximava dele, e então parou em frente à janela do motorista, levando a mão livre até a cintura.

Anahí: Espero que não se incomode. – Alertou, mostrando Maya que abanava o rabo animada.

Alfonso: Tem alguém que vai adorar a ideia. – Devolveu, e então baixou a janela traseira para mostrar que também estava acompanhado de Marley.

Os dois trocaram uma gargalhada e Anahí balançou a cabeça negativamente ao relembrar de como Alfonso implicava com Maya, e agora se transformara em um autêntico pai de pet. Depois de acomodar a cadela no banco de trás e guardar os pertences que iria levar no porta-malas, foi a vez dela entrar no carro e receber um beijo apressado e saudoso. Alfonso sentia-se eletrizado quando a via, e como estavam livres de receios ou culpas não havia motivo para passar vontade ou deixar de demonstrar como seu corpo regia ao dela, soltando os lábios apenas quando os cachorros começaram a latir ansiosos.

Anahí: Aí, não consigo parar de olhar pra você. – Reclamou, afivelando o cinto. – Ficou muito gostoso com camisa preta e óculos escuros. – Emendou e Alfonso sorriu.

Alfonso: Deve ser porque não é acostumada a me ver sem roupa social. – Brincou.

Anahí: Eu já te vi de todas as formas possíveis. – Disse, maliciosa.

Alfonso: Acho melhor você parar de me provocar, não estamos sozinhos. – Lembrou, apontando para os animaizinhos curiosos atrás e Anahí suspirou frustrada.

Anahí cruzou os braços e fez um bico que logo foi desfeito com um selinho. Só depois disso Alfonso deu partida no carro e seguiram rumo ao destino previsto. No caminho Anahí se distraiu com a playlist dele e ficou frustrada por não possuir nenhuma música de rock, depois contou quantas carros os ultrapassaram para alfinetar a velocidade que Alfonso dirigia. Algumas horas depois desistiu de encher a paciência dele e adormeceu sobre seu ombro.

Refém do DesejoWhere stories live. Discover now