Capítulo 02

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O jogo havia começado, Anahí tomara a iniciativa dessa vez, não era do seu feitio passar vontade, e foi impossível não sentir o corpo aquecer com o olhar fixo de Alfonso. Além do desejo nítido, ele também transparecia veneração. Ele fechou os olhos logo quando sentiu os lábios quentes grudarem em seu ouvido.

"Você quer dormir comigo essa noite?"

O pedido fora o suficiente para criar uma corrente elétrica que fluía em todos os seus poros.

Ela, sorrateira, afastou-se logo em seguida, sem se quer esperar a resposta de Alfonso, e então molhou os lábios com outro gole de whisky, para por fim deslizar com passos leves e fluidos até a saída mais próxima. Alfonso entendera o recado, afastou a cadeira com os pés e ergueu o corpo, levou a mão até o queixo, acariciando o maxilar, tamanha ansiedade pelo que viria.

Era madrugada, os hóspedes voltavam pouco a pouco para suas acomodações, a música parecia ficar mais distante a cada passo que Alfonso dava em busca dela. Lá fora, a lua brilhava esplendorosa e solitária, enquanto Anahí caminhava vagarosamente ao redor dos quiosques dispostos na lateral da enorme piscina. O copo de bebida a acompanhava, até que os dedos quentes envolveram seu pulso, ela devolveu o gesto com um sorriso contido nos lábios, e só então virou na direção dele.

Anahí: Você é bom com códigos. – Proferiu, repousando o copo sobre o banco próximo.

Alfonso: Digamos que não foi gentil da sua parte me deixar sozinho no clima quente que criou, nunca mais vou ouvir Lady Marmalade da mesma forma. – Ponderou em meio sorriso, enquanto deslizava o polegar no pulso dela, em movimentos circulares.

Anahí: A música faz isso com as pessoas...a dança. – Disse, antes de rodopiar sobre os pés, ao redor dele, arrancando uma gargalhada.

Alfonso: Sim, concordo. – A tomou pela mão outra vez, para girá-la em sua frente, até chocar-se em seu corpo. – Você me concede uma dança?

Anahí: Sem música? – Contestou curiosa.

Alfonso: Fecha os olhos. – Pediu e assim ela fez. – Podemos usar a imaginação a nosso favor. – Encostou os lábios no ouvido dela, deixando ali uma leve mordiscada. – O cenário ajuda, hum? – Perguntou conduzindo dois passos para a direita, depois para esquerda.

Anahí: Oh sim. – Concordou, deixando-se envolver.

Alfonso pousou a mão na cintura dela, e a outra procurou seus dedos e os entrelaçou. Anahí permanecia de olhos fechados, enquanto ele embalava os passos conforme sua vontade. Ele aproveitara o momento para capturar todos os detalhes de seu rosto, os traços finos próximos aos olhos, o tom rosado dos lábios, por baixo do batom que ficara estampado nas taças de bebida.

Anahí levou a mão livre até o nó da gravata dele, o aproximando mais, e Alfonso fitou seus lábios entreabertos, até que ela abrisse também os olhos, onde viu o desejo explícito em cada milímetro de sua retina. Os passos diminuíram conforme os dois se encaravam, na verdade, Alfonso mal podia tirar os olhos da boca dela, que parecia tão quente e convidativa, queria beijá-la, mas, o pouco que conhecera, pôde perceber como agia sempre na defensiva, e teve medo de pôr tudo a perder, um ato impensado poderia estragar a noite, que para ele estava apenas começando.

Já Anahí...

Anahí: Isso me soa muito romântico, não acha? – Perguntou.

Alfonso: Você não gosta? – Devolveu, a mão esquerda acariciando a lateral do corpo dela.

Anahí: Definitivamente não.

Refém do DesejoWhere stories live. Discover now