Capítulo 30

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Alfonso precisou de algum tempo para digerir as últimas palavras dela, depois balançou a cabeça negativamente enquanto um sorriso torto brotava em seus lábios.

Alfonso: Isso definitivamente é um problema seu.

Anahí: Como? – Questionou atônita, sentiu o estômago revirar com a expressão despreocupada que Alfonso transparecia.

Alfonso: Um problema seu e ao mesmo tempo tão meu. – Frisou, enlaçando as duas mãos na nuca dela, que precisou girar o corpo em solavanco. – Já passou da hora de resolvermos. – Disse, antes de puxá-la para si, colando os lábios sem aviso prévio.

O peito dela ardeu, o coração parecia não pertencer àquele lugar de tão apertado, Anahí fechou os olhos vagarosamente enquanto Alfonso massageava seus lábios. Logo foram as suas mãos que procuraram apoio ao redor do pescoço dele, que a ergueu para tirá-la da areia. O beijo nunca fora tão calmo, estava longe da explosão que estavam acostumados, mas nem por isso deixou de ser significativo. Eles aproveitavam não somente o contato corporal, mas a reconexão que o gesto proporcionava.

Alfonso não beijava Anahí com intuito de levá-la para cama, mas porque queria demonstrar o quanto sentira falta dela e como era bom provar seus lábios adocicados, distanciando assim qualquer dúvida que pudesse surgir dentro de si. Aos poucos o ar tornou-se insuficiente e Anahí foi a primeira a recuar, voltando a abrir os olhos para só assim encará-lo.

Anahí: Não brinque comigo por favor. – Pediu. – Eu não sou tão racional quanto pareço.

Alfonso: Eu passei as últimas semanas preso, tentando organizar a minha própria confusão...e só agora consigo entender o que realmente quero e principalmente aceitar que é você que eu quero. – Pausou. – Não sei se é o momento certo, você mudou, eu mudei, talvez o nosso tempo tenha passado, talvez seja um erro reviver tudo isso..., mas eu preciso tentar.

Anahí: Você tem certeza? – Perguntou, apoiando as mãos no peito dele.

Alfonso: Você não? – Devolveu.

Anahí: Eu quis tanto merecer você... – Iniciou e Alfonso interrompeu.

Eu estava andando morta, presa dentro da minha cabeça

Eu não podia sair, apaguei as luzes

As vozes internas eram tão altas

Alfonso: Não vamos pensar no passado. – Pediu. – Não há conserto, aconteceu e ficou para trás.

Anahí: Então me prometa que não vai deixar que a Anahí que eu era antes de você destrua as nossas chances. – Pediu e Alfonso assentiu. – Essa sou eu, depois de você...e é exatamente a que deseja viver as mais diversas aventuras e loucuras ao seu lado.

Precisava de um empurrão, catatonia, eu não podia sentir

E desejava que pudesse desaparecer

As vozes internas eram tão reais

Mas você ficou ao meu lado

Noite após noite, noite após noite

Alfonso: Não posso deixar as lembranças do que vivemos para trás porque ainda gosto do que sou quando estou com você, e porque preciso descobrir as outras duas qualidades que restam. – Devolveu, fazendo-a lembrar da conversa que tiveram anos atrás, quando ele ansiava por uma oportunidade real de conhecê-la além dos lençóis. – Ou esqueceu do nosso acordo? – Brincou, escorregando o polegar na bochecha dela.

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