Capítulo 16

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Anahí: Era assim que imaginava terminar nossa noite? – Provocou, deslizando a língua nos próprios lábios para capturar as últimas gotículas do gozo dele.

Alfonso: Oh sim, exatamente assim. – Proferiu ofegante, deixando o corpo recair sobre os lençóis.

Ela engatinhou na cama, se acomodando ao lado dele que logo a enlaçou entre os braços. Alfonso havia reservado um quarto de hotel para os dois, ficava na cobertura e possibilitava uma vista incrível da cidade de Los Angeles. Mas não tiveram tempo para apreciar as mordomias que o lugar oferecia, se quer cogitaram usar a banheira de hidromassagem, uma vez que entraram aos tropeços, sem desgrudar os lábios um minuto se quer, Anahí com as pernas enlaçadas na cintura dele enquanto ele se esforçava para abrir a porta o mais rápido possível. Tudo que se ouviu depois disso foram gemidos de protesto e de prazer, sem tempo para outros pensamentos que não fosse aproveitar a noite da melhor forma possível.

Anahí: Um doce por seus pensamentos. – Disse, após alguns minutos em silêncio.

Alfonso: Ana, vou precisar me ausentar por duas semanas. – Iniciou, acariciando os cabelos dela. – Vou para Washington outra vez, lá iremos definir o meu próximo destino. Eu pediria que me acompanhasse, mas tem seu pai... – Emendou.

Anahí: Eu adoraria, mas não posso deixá-lo sozinho, principalmente agora que conseguiu me reconhecer. – Contou, afundando o rosto no peito dele. – Não posso perder a oportunidade de aflorar a memória dele.

Alfonso: Oh Ana isso é maravilhoso, fico feliz por você. Não faço ideia do quanto sofre com tudo isso, mas imagino que cada minuto de lucidez é como um presente, uma forma de recuperar as energias e seguir em frente.

Anahí: E como. – Concordou. – Estou me esforçando para incluir na rotina dele coisas que fazíamos juntos. Quero levá-lo no Festival de Rock, ele adora, mas pra isso preciso que confie em mim primeiro.

Alfonso: Gostaria muito de conhecê-lo. – Pontuou, e Anahí ergueu o rosto para encará-lo.

Anahí: Por qual motivo? – Perguntou, o cenho franzido.

Alfonso: Curiosidade. – Deu de ombros. – Se um dia você sumir tenho por quem procurar. – Sorriu, selando um beijo em sua testa. – E também adoraria acompanhá-los no festival, iriamos discutir a preferência entre Guns N' Roses, Pink Floyd e Scorpions.

Anahí: Ele é team Guns, nunca ouse questioná-lo quanto a isso. – Gargalhou. – Vou pensar com carinho, duas semanas é suficiente para que eu decida.

Alfonso: Enquanto isso você pode fazer aquilo outra vez? – Provocou, com os lábios colados no ouvido dela. – São quinze dias Ana, já estou com sintomas de abstinência.

Anahí: Não, a saudade é revigorante, aproveite-a. – Devolveu. – Me deixe dormir, não tenho energia nem para reclamar da sua respiração quente no meu pescoço. – Continuou, os olhos fechavam enquanto falava.

Alfonso: E isso é ruim? Nos romances soa como um momento fofo. – Respondeu, divertido.

Anahí: Cala a boca e me abraça de uma vez. – Ordenou.

Alfonso: Um doce de mulher. – Gargalhou, e só depois colou o corpo no dela para que dormissem da forma que estavam quase se acostumando, juntos.

**

O tempo é mestre em despedidas. Durante os três anos que conviveram, Anahí e Alfonso se permitiam ir e vir, por vezes até intencionalmente,  simplesmente cortavam contato e passavam de dois a três meses sem trocar uma ligação se quer. Mas as coisas pareciam diferentes agora, ele se despedira ainda no apartamento dela com direito a troca de beijos, recomendações e boas vibrações para que tudo ocorresse de forma favorável para o trabalho dele. Alfonso sabia que após aquela viagem tudo mudaria, ele precisaria alçar novos objetivos, colher novos frutos, usar o seu poder de persuasão para garantir bons acordos em um lugar distante, desconhecido. 

Refém do DesejoWhere stories live. Discover now