Parte XXVIII

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Bianca

Todas as recaídas me fizeram pensar sobre minha decisão, coisa que não fazia a menudo, mas que tampouco poderia me negar por tanto tempo assim nas atuais condições porque era mais que evidente: Eu não resistiria a Rafa Kalimann. Não importava quantas vezes eu dissesse a mim mesma que era melhor assim, não importava que pedisse para se afastar, porque no fim eu mesma ia atrás dela como se fosse faminta da sua presença, como se realmente precisassse disso para dormir bem pelas noites.

- Rafaella... - Disse rodopiando em minha cadeira relembrando suas palavras. Eu não poderia simplesmente me achar no direito de ir até ela, colocar seu mundo de cabeça para baixo e me arrepender depois, não era justo e menos ainda respeitoso comigo e com ela. E não que eu fosse uma pessoa boa por isso, mas eram atitudes como essa que provavam que eu não era de todo demoníaca. E mais... provavam que eu estava disposta a ir mais longe do que eu pensei porque quando caiu a ficha de que me afastar ou que fizesse comigo era impossível eu me dei conta de que havia em mim o desejo de arriscar toda a minha carreira pela possibilidade de ter alguma coisa com ela...

🗼

Na sexta-feira daquela semana saiu a nota na revista e, em razão dela fizemos a devida comemoração restrita apenas para funcionários e alguns convidados, como os idiotas dos meus tios que eu simplesmente não conseguia olhar com menos que irritação, ainda mais quando no curso da semana me deparei com um detetive seguindo até a minha sombra, certamente uma das suas ações para tentar me flagrar na presença de Rafaella o que, para seu azar e meu desespero, não vinha acontecido com frequência. Na verdade, o último que tive dela foi aquele beijo que sempre voltava em minha cabeça quando aparecia diante dos meus olhos, como agora.

Com um vestido vermelho delineando cada uma das suas curvas Rafa adentra o salão vestida segundo a ocasião para ser, sem sombra de dúvidas, a segunda mulher mais bonita da noite, a primeira era eu, óbvio, mas a argentina tampouco deixava muito fácil com seus cabelos soltos caindo pelas costas levemente cacheados nas pontas e uma maquiagem simples, eu nunca tinha visto ela maquiada, mas para ser sincera nunca tinha visto assim e não conseguia tirar os olhos de como estava vestida apenas imaginando maneiras de como deixa-la nua para que eu pudesse recorrer seu corpo com a minha língua.

Havia dias desde que tínhamos brigado e eu já me encontrava num limite tão ridículo que eu começava a questionar minha própria inteligência. Em que minuto imaginei que poderia ficar sem isso? Definitivamente quando achei que era a mesma Bia de sempre, mas a verdade era muito mais profunda que isso, o fato era que eu nunca mais fui a mesma desde que Rafa cruzou as portas de alumínio para fazer aquele teste.

- Você está linda - Disse assim que Rafaella passou por mim para ser completamente ignorada pela mulher de olhos verdes que sequer fez o favor de parar para trocar algumas palavras comigo andando diretamente para a direção do depósito de materiais do lado de fora do bistrô sem dizer uma palavra.

Impulsionada por meu ego ferido e um por encontrar tamanha estranheza em sua atitude vou seguindo seus passos até que Rafa desvie para a direção do beco pouco iluminado se dando conta da minha presença.

- Eu preciso te dizer uma coisa - Porque se eu dissesse que não me importava mais nada com sorte terminariamos essa noite juntas porque eu teria resolvido tudo para estar com ela como me fez enxergar que deveria.

- Agora não Bianca - Decretou com certo nervosismo no meio da meia luz e um pouco longe dos diversos convidados olhando na direção do depósito como se quisesse abri-lo com a força da mente.

- O que veio buscar? - Perguntei percebendo sua impaciência ao olhar de mim até a porta, com sua péssima capacidade de dissimular.

- Nada. Apenas percebi que faltava alguns guardanapos nas mesas e vim buscar - Não olhava muito nos meus olhos e eu simplesmente me sentia mais tentada a comtinuar pressionando.

- Não poderia ter pego de outras mesas? Precisava se deslocar até aqui fora? - Questionei com curiosidade encarando a reação do seu corpo a minha pergunta, comportamento de quem estava mentindo.

- Também queria tomar um ar. Desde a entrada encontrei o ambiente demasiado sufocante - Tentou desdenhar de mim cometendo o erro de olhar para mim ao fazê-lo e caindo na mesma velocidade em que percebi que o fazia, era uma noite de festa e eu me preparei para dizer-lhe a verdade e depois seduzi-la, portanto, me esforcei para estar deslumbrante para que não pudesse resistir, o que certamente e por seu olhar fixo consegui alcançar.

- Ou desde que entrou já perdeu o
ar? - Perguntei e toda resposta que obtive foi uma risada irônica.

- Seria uma ilusão realizada, não? - Perguntou tocando o meu queixo com ironia, mas outra vez se perdendo em tentativas quando em seu movimento acabei separando os lábios lentamente deixando a língua despontar sobre seu dedo indicador, acompanhando como soltou um suspiro curto.

- Achei que tinha ficado claro que apenas me tocaria quando decidisse lutar por isso - Relembrou quando minha mão livre toca a fenda do seu vestido cor de sangue tocando sua coxa enquanto a conduzia pacientemente até a parede.

- Estive cega. Mas por fim consigo enxergar exatamente o que quero - Declarei alcançando sua cintura fina moldando seu corpo ao formato do meu - Eu quero você mais do que já quis qualquer coisa na minha vida porque nada ao meu redor faz sentido quando sei que não vou dormir nos seus braços - Admiti apertando meus dedos em volta da sua cintura vendo como encarava meus lábios sem emitir uma palavra - Parece que além de te tirar o ar ainda tenho o poder de sumir com a sua fala. Não? - Provoquei diante de seu comportamento.

- Deve ser uma de suas diabólicas habilidades - Apontou com os olhos de esmeralda fixos em mim.

- Ah docinho... Há muitas delas que você sequer conhece - Eu disse sentindo como a pele dela esquentou diante do meu comentário pouco antes de tocar seus lábios com os meus de maneira sensual, deslizando minha língua por seus lábios vermelhos ardendo em paixão. Mesmo com o simples toque sinto como a mulher se derrete em meus dedos e vou buscando já o tecido da sua calcinha por dentro do vestido sem querer saber do lugar que estávamos e acabei por receber um tapinha e uma redirecionada de caminho com uma risadinha sua pouco antes de que minha língua toque a sua com languidez.

Me deliciei do ambiente conhecido, mordendo seus lábios, cumprimentando sua língua e me perdendo na pressão exercida em sua cintura a cada vez que escutava sua respiração pesada misturada com os seus primeiros sons de prazer me fazendo recordar o quanto eu queria enterrar meus dedos nela aquela noite.

- Bianca... - Disse no intervalo de um beijo impedindo meu avance por seus lábios me obrigando a procurar espaço em seu pescoço em que sai espalhando mordidinhas até a ponta da orelha tomando cuidado de desviar do belíssimo brinco que usara e que anotei mentalmente de pedir emprestado.

- A maneira que diz meu nome assim com tesão me causa uma intensa vontade de entrar em você com a minha língua até que repita várias e várias vezes... - Disse com um tom rouco causado por minha calcinha incomodamente molhada só para ouvir uma risada.

Uma risada que nem de longe era da minha mulher...

Deliciosamente proibido  -  Versão RabiaWhere stories live. Discover now