Parte IV

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Alguém por aí? Vamos de maratona!

Bianca

E com esforço digno de um prêmio eu consegui o feito.

A ignorei por todo o dia, pelo menos pessoalmente falando...

Espia-la a cada meia hora pelas persianas contava? Eu estava ficando maluca...

Precisa de ar ou ficaria louca.

Fechando um documento que estava revisando em minha mesa saí em seguida pela porta dos fundos do bistrô, totalmente esperando apenas inspirar a calma da brisa.

O que não foi possível.

Pois, me recostando no beco tranquilo tudo o que eu consegui foi respirar um aroma irritantemente doce advindo do caminhão que descarregava farinha, o que me chamou atenção já que normalmente esses homens cheiravam a tudo, menos perfume feminino.

Assim, com uma crescente curiosidade, me aproximei do caminhão contagiado pelo som de Sara Bareilles, o que era bem sugestivo na verdade.

- Era disso que eu estava falando droga - Pensei tão alto que acabei falando, atraindo a atenção da mulher que descia do veículo nesse exato momento.

- Falou comigo? - Estava pronta para dizer que não, mas como era muito bonita apenas abri o meu sorriso nada genuíno, ensaiado único e exclusivamente para o flerte, e sorri.

- Óbvio! Como deixar que passe sem que eu fale com você? Não é todo dia que uma mulher bonita desce de um caminhão na frente do meu bistrô - Fiz o favor de forçar cordialidade, eu sabia que tinha que ser agradável se quisesse alguma coisa depois.

- Não é mesmo, porque é o especial de hoje: Chame o fornecedor de farinha e ganhe sua filha entregando em substituição ao trabalhador demitido de brinde - Evidenciou resumindo a história.

- Então só veio entregar? Quem dirigiu? - Perguntei e ela sorriu de uma forma bem sugestiva, como a música.

- Eu também. Há muito tempo eu decidi que se era para me chamarem de caminhoneira que o fizessem com motivo - Explicitou me olhando descaradamente de cima abaixo.

Não parecia gostar de perder tempo.

- Sério? Uma lástima, de verdade, que digam coisas feias para alguém tão bonita como você - Com ênfase para o bonita.

- Você já disse isso - Evidenciou passando a língua nos lábios, de forma que me deixava bem saber que me queria, convivia demais com isso para saber quando acontecia.

E não que eu me achasse a oitava maravilha do mundo...

Mas entre as vinte tinha que estar.

- Sabe o que eu não disse? Que eu não sei dirigir um caminhão, mas sou especialista no manuseio de outras coisas... - Fiz minha propaganda deixando um pouco de mistério no ar.

- De que? - Perguntou com os olhos vagando de volta pelo meu corpo, quase podia imaginar até onde voavam seus pensamentos.

- Acha que é suficientemente decidida para escutar? - Desafiei a chamando com um dedo e ela se aproximou jogando o cabelo para trás da orelha - No manuseio de um pequeno botãozinho que fica bem no meio das  pernas - Expliquei em seu ouvido mordendo o lóbulo dele, certamente a deixando exitada por como suspirou ao fim do meu comentário.

Eu, embora fosse um jogo que apreciava muito usualmente, sentia uma excitação pífia, apenas uma resposta biológica sem o gosto doce que a provocação sempre me deu. E nem era ela, não era demais dizer que era uma loira linda, mas eram porque os cabelos castanhos de outrora ainda habitavam minha mente.

Deliciosamente proibido  -  Versão RabiaWhere stories live. Discover now