Parte XXXIV

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Último capítulo

Bianca

Dois anos depois...

Da entrada da casa Gizelly me olhava com os olhos marejados conseguindo por pouco conter as próprias lágrimas e, pela primeira vez, eu não a julguei por seu suposto drama, não quando eu mesma tentava me conter para não acabar borrando toda a maquiagem que levou horas para ficar pronta, e não porque havia muito o que melhorar e sim porque acabei entrando em intensas discussões com a maquiadora sobre não aceitar estar menos que espetacular no dia do meu casamento.

Sim, isso mesmo, casamento, enlace que meu alguém de três anos certamente se negaria rotundamente, e não que meu subconsciente ainda assustado não o tivesse feito por três segundos depois do pedido que aconteceu em uma de nossas visitas a Paris.

Pensei naquele momento ter passado pelo maior nervosismo da minha vida. Do tipo que nubla os sentidos e impede a fala o que talvez também tivesse a ver com o fato de que quase engoli meu anel de noivado escondido na sobremesa. Mas nada, nem de longe e em todos os dias, se comparava ao sentimento de dar o primeiro passo sobre aquele tapete vermelho na direção do meu futuro. Na verdade, houve certa tensão com a escolha do lugar também, aliás, com a maioria dos preparativos, mas estava feliz de que Macarena me convenceu de que fosse em nossa futura casa. Com nossa relação ficando cada vez mais séria, e com a de cabelos castanhos passando mais tempo em minha cama que na sua casa não acabamos em dado momento não vendo mais necessidade de ter duas casas e eu jamais em minha existência me mudaria para dela, ainda mais quando ao nos encontrarmos ali houve um episódio demasiado vergonhoso que acabou com nós duas correndo com um único lençol enrolado para o corpo para fora do prédio porque o vizinho de cima achou uma boa idéia instalar uma hidromassagem, apenas não foi tão desastroso quanto ter que convencer Rafaella a pedir minha mão para Gi como demandava a aposta que fizemos o que me levou a sorrir como boba quando o portão coberto de flores brancas que caíam como cascata dando entrada para o imenso quintal que me fez corar as bochechas por lembrar de como acabamos nos amando bem por cima da grama apenas para ter certeza de que era o lugar perfeito para nós e as várias vidas que cultivariamos aqui e, com isso, eu esperava que minha futura esposa estivesse falando de gatos e algumas plantas.

E por falar em Rafa, ela foi a primeira coisa que meu olhar recaiu assim que a madeira deu lugar a imagem do doce futuro.

Com seus cabelos castanhos caindo suavemente pelos ombros desnudos seus fios longos poderiam ser facilmente comparáveis aos de um anjo. A maquiagem, tão suave quanto as pontas onduladas, terminavam por compor a mulher mais linda a qual coloquei meus olhos, porque sim, foi nesse exato segundo que ela conseguiu superar todos os meus próprios reflexos e se tornou a imagem mais bonita que eu já pousei, ainda mais quando devagar a comissura dos lábios foi se erguendo na direção de suas bochechas formando um sorriso amplo que deixavam seus olhos ainda mais verdes um pouco apertados, mas mesmo assim, permitiam que eu visse o quanto também estava emocionada, tanto, que na manutenção daquele olhar Rafa saiu do seu lugar caminhando até mim, quebrando as regras a meio caminho apenas para tomar a minha mão facilmente concedida pelo meu padrinho que terminou chorando primeiro que as noivas.

Seus dedos buscaram os meus e trocamos um olhar breve antes de regularmos nossos passos na direção do altar arranjado onde se encontrava a juíza de paz, Manu e agora a desajeitada Gi com suas mãos unidas apoiadas na bochecha.

Não havia tantas pessoas quanto cadeiras, era evidente, mas nem mesmo isso ou o céu um tanto nublado foi capaz de varrer a magia do que estava para acontecer nesse dia.

Não quando nossos olhos se encontravam de soslaio e sorriamos querendo transbordar de amor em frente a senhora que também acreditava nesse momento.

Deliciosamente proibido  -  Versão RabiaWhere stories live. Discover now