Pela Boca

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Rafaella

Eu simplesmente não suportava mais minha chefe, Bianca Andrade, pois absolutamente tudo o que eu fazia para aquela mulher parecia não estar suficientemente perfeito.

"Rafa a massa está seca"

"Agora está fofa demais"

"Seu glacê está muito doce"

"Agora está muito aguado"

Aquela mulher conseguia fazer com que trabalhar como confeiteira num dos bistrôs mais importantes de São Paulo fosse uma tarefa demaisiado amarga, e o provava que cada dia poderia ser ainda mais, principalmente quando liberou todos mais cedo em plena sexta-feira, exceto eu.

- Excelentíssima filha da puta - Resmunguei na cozinha enquanto começava a esfregar o chão do local fechado com uma raiva incontida.

- Disse alguma coisa? - Perguntou passando pelas portas enormes e vindo até mim não contando, entretanto, com o fato de que o chão próximo estava molhado, o que a fez escorregar.

Nisso, muito embora ela merecesse que eu a deixasse cair, a segurei com meus dedos cravados em sua cintura fina.

Definitivamente o que aquela diaba tinha de irritante tinha de linda, suas curvas suaves nos vestidos que desfilava todos os dias da semana foram uma vez ou outra o motivo das minhas receitas quase desandarem completamente, mas antes morta que admiti-lo, não só pela sua arrogância, mas pela fama de que quebrou mais corações femininos do que poderia contar.

Isso mesmo, não obstante de ser uma criatura estonteante tinha os mesmos interesses que eu, o que lembro-me bem fez eu me encantar no primeiro momento antes que falasse comigo, ou melhor, reclamasse.

- Me solte - Demandou ríspida e o fiz deixando dessa vez que caísse no piso duro porque era isso que merecia por mal agradecida.

- Acho que não entendi bem! É a forma de dizer obrigada lá no Rio de Janeiro? - Eu era mineira, então me aproveitaria disso para desdenhar um pouquinho.

- Não quis dizer obrigada. E você entendeu bem ou além de tudo é sonsa? - Perguntou tentando em vão se levantar com o sabão atrapalhando e ficando frustrada enquanto eu apenas ria da megera em apuros.

- Além de tudo o que? - Perguntei inquisitivamente, por mais minha chefe que fosse estava longe de ser quem ia controlar minha boca, ao menos que fosse com a sua bem caladinha.

- Além de uma confeiteira meia boca é arrogante - Um segundo antes eu até havia estendido a mão, entretanto, diante desse comentário decidi retira-la no momento preciso que ela a atingiu.

Nisso, e sem o amparo firme, acabei escorregando também e caindo desajeitadamente por cima dela.

- E você é uma mal educada de nariz em pé - Respondi nos seus olhos negros nos meus me encarando.

- Insolente - Retrucou com raiva centelhando neles, intensa e pungente.

- Pedante - Devolvi imprimindo nos meus olhos claros o mesmo ardor daquele sentimento que queimava como fogo em minhas entranhas, uma raiva que soava a um tesão desenfreado.

- Atrevida - Falou com o peito subindo e baixando abaixo de mim, me confirmando com seus suspiros que estava longe de ser raiva, ainda mais quando segurou-me forte pelas cordas do avental.

- Gostosa - Disse por fim tomando seus lábios nos meus com irritação, um pouco de ódio e muita excitação.

Minha chefe correspondeu com a mesma fome agarrando com mais força meu avental conforme eu afastava suas pernas com uma minha, já procurando dar-lhe alívio.

Deliciosamente proibido  -  Versão RabiaWhere stories live. Discover now