Parte XI

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Obs: A partir de agora se darão os fatos entre "Pela boca" e "Pela língua", nesse segundo vimos que a personagem Rafaella trata esse período de maneira vaga. Entretanto, preparem-se! Da mesma maneira que ela citou, sim, haverá sexo, entretanto também unas cositas más.

Rafaella

O outro dia tinha tudo para ser um sábado de sol... Se o tempo se adequasse ao meu ânimo.

Mas como não era assim fez uma chuva que me condenou a um dia inteiro com os meus pensamentos que se dividiam em lembranças luxuriosas da minha chefe na minha língua e o fato de justamente de se tratar da MINHA CHEFE EM MINHA LÍNGUA.

Ou seja, cada centímetro da minha casa se tornou um espaço propício ao surto e num dia inteiro consegui fazê-lo por todos os lugares!

Assim, ao fim dele estava um tanto cansada e confusa diante de tudo, o que só se atenuou com sua mensagem, o que era irônico, já que era a causa das minhas dores de cabeça e o remédio delas.

Eu não sabia que precisava de uma mensagem sua até recebê-la com um sorrisinho e uma mão sobre a bochecha sustentando a cabeça.

Era o endereço da sua casa e um horário, apenas, tão frio quanto uma Bianca poderia ser a distância.

Pensei em dizer um "oi razão da minha respirada funda antes de surtar, mas que eu surtava mesmo assim", entretanto, me controlei, e a respondi no mesmo tom profissional, prometendo deixar-lhe de cabelo em pé apenas quando pisasse em seu apartamento, que por sinal eu visitaria mais cedo, porque se era tão controladora quanto Bianca eu era tão indomável quanto Rafaella.

Antes passei num supermercado. Comprei alguns materiais de higiene, um bom vinho e o necessário para fazer o jantar para nós duas. Não era porque eu seria o prato principal que precisávamos fazer isso de barriga vazia. Poderíamos jantar agradavelmente, conversar sem trocar insultos por cinco minutos, desfrutar dos prazeres da culinária e depois dos da carne.

Parecia um ótimo plano.

- Não parece. É um ótimo plano. Você é incrível - Me elogiei tentando romper meu nervosismo depois de tocar a campainha meia hora mais cedo.

- Eu sei que eu sou incrível. Mas vindo de outra pessoa fica parecendo que eu sou menos narcisista - Na verdade, associar a palavra incrível a si mesma a fazia um tanto nesse contexto, mas reconsiderei em dize-lo assim que percebi Bianca Andrade apenas de hobby na porta do apartamento.

Incrível.

Com a seda veremelha da peça constrastando com a pele, a mulher parecia escandalosa de tão bela. Ainda mais com uma indiscreta abertura que se estendia até pouco acima do umbigo, onde havia um cordão suave que mantinha o presente longe do alcance dos meus olhos.

- Se não for narcisista não é você - Eu disse calmamente encarando a pele morena que se escondia pelo decote generoso.

- Chegou meia hora mais cedo para dar tempo de trocarmos ofensas? - Perguntou levantando meu queixo com um dedo até que eu olhasse para seu rosto, tomando o cuidado de limpar uma baba inexistente no canto dos meus lábios.

- Também. Mas mais pelo jantar. Saco de pancada vazio não para em pé já diria o ditado - Acentuei entrando antes que me convidasse passando por ela e reafirmando nossa tensão sexual com isso.

- Não lembro de ter pedido para você entrar - Disse levantando o olhar para mim, aqueles olhos de inferno tão abrandados apesar das palavras ásperas que não evitei cutucar a ponta do seu nariz com um dedo.

- E eu não lembro de ter pedido. Aliás, é melhor pedir perdão que permissão - Eu disse e mesmo torcendo o rosto procurando retrucar se calou e se afastou de mim na direção do que parecia ser um banheiro.

Deliciosamente proibido  -  Versão RabiaWhere stories live. Discover now