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Louis agradeceu aos deuses por Mitch estar de plantão.
Harry havia desmaiado na cama do leito por puro sono. Louis estava sentado em uma pequena poltrona azul que havia de frente para a cama, apoiando os cotovelos sobre seus próprios joelhos, fechando as mãos para apoiar seu queixo. Ele olhava fixamente para o chão, com os olhos levemente arregalados, tentando segurar o sono que ele não podia negar que sentia naquele momento. Era mais um cansaço. Ele se perguntava mentalmente o que faria se o resultado do exame rápido de sangue que Harry fez fosse que ele estava sobre efeito de drogas; como seria descobrir que talvez um lorazepam, flutnitrazepam ou quem sabe um bromazepam corriam pelas veias de Harry como água corrente. Seria estranho para Louis descobrir isso, e ver como Harry se portou naquele lugar, já que todas essas seriam relaxantes musculares, ou como um boa noite cinderela.
O que mais lhe assustava, era que todas essas drogas eram chamadas de drogas do estupro.
Ele se via perdido completamente em seus pensamentos, que nem percebeu que Mitch adentrou a sala, observando inúmeros papéis em mãos. Teria sido um teste rápido, para que o efeito que ainda estava presente não tivesse risco de acabar antes que ele fizesse o exame de sangue. Harry estava tão dopado que nem mesmo sentiu aquela agulha de mais ou menos quatro ou três centímetros adentrando sua pele sem avisos prévios. Louis até mesmo sentia que seus dedos já não estavam mais em suas mãos, de tanto que ele os mordia, por puro nervosismo. Ele realmente não tinha ideia do que fazer com Josh; ele sabia demais, e como seria responder à agressão? Tudo bem que Josh não teria argumento algum depois de ter drogado Harry, mas mesmo assim era perigoso. Ele precisaria conversar muito com Harry sóbrio para saber de fato o que fariam.
Eles poderiam muito bem ignorar a existência de Josh e nunca nem mesmo citar seu nome, mas Louis almejava tirar satisfação seja lá como for.
Louis foi acordado totalmente de seus pensamentos, se assustando um pouco, ao ouvir Mitch tossir e fungar, jogando os papéis sobre a mesa. Ele se sentou na cadeira giratória e Louis chacoalhou levemente a cabeça, afastando tudo que já havia pensado naquelas duas horas que estava ali plantado observando o chão, sem dizer uma palavra se quer. Como seria quando Harry acordasse? Ele se lembraria de alguma coisa? Será que ele se lembraria de tudo aquilo que Louis disse? Ele só queria que a resposta fosse "não".
── Bom, Louis ... ── Mitch começou, suspirando audível e se virando na cadeira, sem tirar o olhos do papel em suas mãos. Ficou de frente para o homem, observando o olhar curioso e completamente aflito sobre si. Louis ajeitou a postura, pondo as mãos sobre seus joelhos, olhando fixamente para Mitch, com o cenho levemente franzido, aguardando ansiosamente sua resposta. ── Pelos resultados que tenho aqui, Harry estava sobre efeito de bebidas muito fortes. Existem porcentuais de álcool nele altíssimos. Mas, sim, ele estava sobre efeitos de drogas muito mais pesadas do que simples álcool.
── Filho da puta. ── Louis sussurrou para si mesmo, olhando para o nada, esfregando uma palma da mão na outra. Olhou para Mitch novamente, sentindo seu corpo inteiro tremer de uma forma diferente. ── E você sabe me dizer qual era?
