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A cabeça de Harry parecia estar sendo metralhada diversas vezes, doía como nunca. Havia dormido mal, por conta dos stress. Suas costas estavam como se estivessem as dobrando, para enxugar uma roupa, depois de lavá-la no tanque. Já na cozinha, Harry pensava seriamente em voltar para a cama, era como se não tivesse mais condições de continuar aquele dia que mal tinha começado. Louis não estava em casa, Harry não tinha ideia de onde estava. Harry havia tomado três analgésicos, sua dor era insuportável, sentia que seu corpo inteiro estava prestes a explodir, ou ele simplesmente desmaiaria.
Yoko já estava há uns cinco minutos na volta de Harry, pedindo carinho, ração, água ou qualquer outra coisa que Harry não conseguia decifrar. Ela latia. Latia demais. Isso só fazia a cabeça de Harry latejar cada vez mais. Queria tomar um banho, mas não tinha coragem por estar fraco demais, ele podia muito bem cair.
Harry deu o primeiro espirro. Ah, não.
Sentia frio, muito frio. Mas poderia justificar, a janela atrás de si estava totalmente aberta, e ventava demais. Talvez seja isso, ou alergia. Argh, não fazia nem um mês desde a última vez que Harry havia ficado doente, não é possível que ele fique de novo. Andou até o sofá, com a garrafa de água gelada que usara para tomar os analgésicos. Porra, ele também não colabora com a facilidade de pegar um resfriado.
Espirrou mais uma vez. Porra.
Não sabia ao certo o que pensar. Sentia frio como nunca. Bom, aquele dia realmente estava. Tomou mais um gole d'água. Aquilo era semelhante à um gole de vodka pura. Harry sentia descer em seu peito, escorregava dentre sua garganta, queimava como o inferno. Desistou de tomar água naquela amanhã, até mesmo a água da torneira saía fria, como ele se hidrataria? Talvez se deixasse aquela garrafa sobre a mesa de centro durante algumas horas, ela esquentaria ou ele teria que viver de chá. Talvez um chá de ervas, era mais fã dos de frutas.
Estava no completo tédio. Olhou para o lado, Yoko tinha uma pelúcia dentre os dentes, balançando a cabeça de um lado para o outro, como se estivesse com raiva daquela pelúcia, mas sabia que a mesma só brincava. Passou os dedos dentre os fios encaracolados de seu cabelo. Se tornou curioso quando ouviu um carro passando, com um som alto, anunciando promoções em uma loja de doces. Harry adorava doces. Por que não? Até que ouviu o porquê das promoções. Droga. Olhou para o calendário pregado na parede e então lembrou: Dia dos namorados.
Daqui duas semanas seria o dia dos namorados. Ou mais um pouquinho, não lembrava direito que dia era. Ah, sim. 14 de fevereiro. Harry dava graças a Deus que não tinha namorado, poderia economizar uma boa grana, mas também não receberia nada. Aí que vem a complicação, Harry sempre amou presentes.
