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Era como se Harry estivesse tomando um copo cheio de lava.
Poderia dizer que estava se divertindo. Bom, poderia, se ele não estivesse jogado sobre uma cadeira de bar, com cinco copos de shot vazios em sua frente, com os cabelos bagunçados e suados. Virava mais um shot da bebida mais forte que foi recomendada pelo próprio barman e então, com uma certa força, pôs o pequeno copo sobre o balcão, jogando a cabeça para baixo, fechando os olhos e pensando o quão arrependido ele estaria na manhã seguinte. Ele estava ali há duas horas. Tomou um shot, observou as pessoas dançando e resolveu se divertir um pouco mais, mas ainda sozinho, virando e virando as bebidas que ele não se importava em saber o nome. Bebidas baratas e fortes, que faziam uma linha de sua garganta até o pescoço, queimar como o próprio diabo o abraçando, queimar como tomar banho de piscina em um vulcão prestes a entrar em erupção.
Sua cabeça latejou e ele rosnou, pondo a mão no local de sua cabeça onde rolou uma explosão de níveis de dores diferentes, tudo no mesmo lugar, ao ouvir todas aquelas inúmeras pessoas gritarem por todos os lados, assim que Thief de Ookay começou a tocar. Porra, era apenas uma música, pra que gritar desta forma exagerada?
Harry odiava esses lugares, mas não o perguntem o porquê de estar num desses. Acreditaremos que foi o primeiro lugar que ele pensou que ficaria aberto até altas horas da madrugada, sem que ele tenha que se importar com o horário de ir embora, por conta do fechamento do estabelecimento. Sabia que aquele lugar fechava às seis e meia da manhã, então ele estava tranquilo. Se fosse para passar a noite sem olhar para Louis, ele ficaria até mesmo no banco da praça. Harry havia anotado o próprio endereço no bloco de notas do celular, já que não sabia ao certo qual seria sua situação na hora de ir embora.
Ergueu o olhar e então, jogou a cabeça para atrás, seguindo a mão que acariciava os próprios cabelos, assim, jogando os cachos escuros para trás. Puxou o ar e então, soltou o pequenino copo, fitando as inúmeras luzes que iluminavam as bebidas em sua frente. Riu fraco para si mesmo, se perguntando mentalmente o que caralhos ele estava fazendo ali, sabendo que essa tinha sido a maior loucura que ele já fez e a maior aventura que ele já viveu. Porra, era adrenalina pura!
Abaixou levemente a cabeça, com os braços sobre o balcão. Talvez aquele lugar ficasse bem mais divertido se todos os seus amigos estivessem ali, mas sabia que isso, de longe, era a coisa mais impossível nesse momento. Respirou fundo e então, o som da cadeira ao seu lado lhe chamou a atenção. Virou levemente a cabeça ainda baixa, procurando de onde vinha aquele som que lhe invadiu as orelhas. Apenas se perguntava como ouviu, com aquela música alta que vinha das caixas de som que estavam para todos os lados.
Observou as pernas grossas e cobertas pela calça justa ocuparem o banco vermelho, alto e giratório ao seu lado. O banco logo se virou para ficar de frente para o bar. Harry não tirava os olhos de suas coxas, era como se tivesse paralisado totalmente. Mesmo que estivesse olhando para aquelas coxas, ele não pensava em absolumente nada. Sua mente, naquele momento, estava vazia. Talvez tenha dormido de olhos abertos.
