Capítulo 1

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Elise

- Lili, traz doce? - Maria pedia em pé no sofá

- Eu vou chegar muito tarde meu amor, mas amanhã compro um doce pra você, certo? - Digo enquanto calçava meu tênis

- Fico acordada Lili - Ela diz

- Não Maria, vai dormir cedo, amanhã compraremos o doce. Agora deixa eu ir, estou atrasada, amanhã pela manhã nos vemos - Digo abraçando ela - Te amo - Digo

- Te amo Lili - Ela diz dando um beijo na minha bochecha

Peguei minha mochila e sai, encontrei minha mãe regando as plantas.

- Já vou mãe - Digo

- Vai com Deus, te amo! Lembre-se sempre, que você é incrível, ok? - Ela diz

- Te amo mãe - Digo dando um beijo e um abraço nela.

Abri o portão, mas voltei, senti uma vontade de abraçar novamente minha mãe e a abracei novamente, só que dessa vez, bem mais forte.

Sai e fui direto para o ponto de ônibus, peguei um ônibus em direção ao trabalho e em menos de meia hora cheguei.

Passei a tarde atendendo telefonema, anotando coisas, marcando consultas, trabalho em uma recepção de uma clínica, já tem uns dois anos, gosto bastante daqui, apesar de ser um trabalho bem cansativo.

No fim da tarde, fui trocar de roupa e chequei meu celular, haviam várias ligações perdidas, de números desconhecidos e de uma vizinha.

Retornei pra vizinha na mesma hora, mas foi em vão, então retornei para um dos números desconhecidos.

- Alô? Boa tarde, me ligaram desse número - Digo enquanto arrumava minha bolsa

- Elise? - Escuto a voz da Tayna, filha da vizinha

- Oi Tay, tudo bem? Aconteceu algo? - Pergunto

- Vou passar pra minha mãe - Ela diz com uma voz meio fraca

- Elise? Sou eu, Tina - Escuto a voz da vizinha meio embargada

- Oi Tina, o que houve? - Pergunto

- Elise, sua mãe - Ela diz mas para de falar e escuto um soluço

- O que houve com a minha mãe? - Pergunto sentando numa cadeira

- Ela se foi Lili - Ela diz e na mesma hora deixo meu celular cair.

- Elise, o que aconteceu? - Samara, uma das recepcionistas que trabalhava comigo, pergunta

As lágrimas começaram a descer rapidamente no meu rosto e comecei a me tremer.
Samara pegou meu celular do chão e atendeu a ligação e em seguida me abraçou.

- Vem, vou te acompanhar até em casa - Samara diz enxugando minhas lágrimas.

Levantei com a ajuda de Samara, que pegou minha bolsa, e saímos.
Entramos num carro, que a Samara havia chamado, e fui o caminho todo com a cabeça encostada no vidro do carro chorando.

Quando paramos em frente a minha casa, os vizinhos tudo me olharam com pena, vi Tina se aproximar com Maria no colo e colocar ela no chão assim que chegou próxima a mim.

Maria correu e me abraçou, abaixei para ficar da altura dela e abracei ela forte, as lágrimas aumentaram e junto com elas vários e vários soluços.

- Mamãe Lili, quero mamãe - Maria diz chorando e comecei a chorar mais ainda

Como vou explicar isso pra minha irmã? Ela é super apegada a minha mãe!

- Maria, vamos ali comprar um doce? - Tayná diz e olho pra ela, ela estava chorando também

- Vai com a Tay comprar um doce, toma - Digo puxando um dinheiro do bolso e entregando a Maria

- Eu não quero - Maria diz me abraçando mais forte

- Vai meu amor, por favor, eu vou está aqui quando você voltar, tudo bem? - Digo e ela concorda indo segurar a mão de Tayná.

Abri o portão de casa, sendo acompanhada por Tina e Samara.
Quando entrei em casa, desabei mais ainda.

Tina me abraçou e sentou comigo no sofá, fazendo cafuné em meu cabelo, enquanto Samara me entregou um copo d'água.

A dor só aumentava, a cada minuto que passava!

Eu olhava o tempo todo pra porta, na esperança da minha mãe entrar e dizer que tudo não se passava de um engano, e doia mais ainda, ao saber que isso não iria acontecer!

Corações feridos Where stories live. Discover now