Capítulo 61

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Elisa

- Maria, vamos esquecer esse assunto? A mamãe não lembra de ter sonhado nada! - Digo

- Sonhou sim mamãe - Maria diz assim que paramos na frente da escola dela

- Bom, eu tenho que ir, fica bem na escolinha, certo? Eu te amo minha filha - Digo dando um sorriso ao lembrar que minha mãe falava da mesma forma comigo, às vezes

- Te amo mamãe - Ela diz dando um beijo na minha bochecha.

Dei um beijo nela e ela foi com a tia da escola.
Fui para o ponto e assim que cheguei, meu ônibus chegou.
Olhei meu celular e vi que estava no horário, pelo o menos não iria chegar atrasada hoje.

Imediatamente lembrei do sonho, eu chegava atrasada, puta merda, eu tenho mesmo que ir na sala dele hoje?

Fui o caminho todo tentando esquecer o sonho, mas era impossível, eu fechava os olhos e ouvia a voz de Gustavo e o sonho voltava imediatamente.

Cheguei na empresa e fui direto para o elevador.

- Ok Elisa, respira, respira - Falo comigo mesma enquanto respirava fundo - Foi só um sonho, ele não vai saber de nada se você não contar, então respira, relaxa, vai dá tudo certo - Falava sozinha

- Falando sozinha Elisa? - Tomo um susto ao ouvir a voz grossa de Gustavo e abro os olhos vendo que a porta do elevador estava aberta e estávamos na garagem?

Olhei imediatamente para os botões do elevador e vi que havia apertado o garagem, você tem algum problema Elisa?

- O que foi? Tá assustada? - Gustavo pergunta mais uma vez e olho pra ele lembrando imediatamente do sonho

- N... na... não não - Digo um pouco nervosa e com toda certeza eu estava mais vermelha que um tomate, um pimentão, enfim, um hortifruti de frutas e verduras vermelhas

- Tem certeza? - Ele pergunta apertando o botão

- Tenho, e... eu s... só estava estava pen... pensando alto - Falo gaguejando, puta que pariu eu tinha que gaguejar justo agora?

- E está gaguejando porque? Você não me parece bem - Ele diz

- Eu tomei um susto Gustavo - Digo e ele ri

Filho da puta, não que a dona Fátima seja puta, mas, ele tinha que dá essa risada justamente agora? Puta que pariu!

- E a Maria? Como está? - Ele pergunta

- Bem e a Bia? - Pergunto

- Está bem, com saudades da Maria já - Ele diz rindo e dou uma risada mais de nervoso, do que risada de momento

- Elisa, não quer ir no hospital? Você está pálida, eu te levo, vamos - Ele diz

- Eu tou bem Gustavo, vou tomar um café e fico cem por cento - Digo

- Se daqui para o horário do almoço eu não te vê bem, vamos para o hospital, e sem protestos - Ele diz e o elevador abre.

Saímos quase juntos do elevador e fomos caminhando até a sala, causando alguns olhares de pessoas que circulavam pelo andar, o que me deixou mais incomodada ainda, ao pensar que, poderiam pensar que eu e o Gustavo temos algo.

- Bom dia dona Vilma, Elisa, na minha sala em cinco minutos, por favor - Gustavo diz entrando na sala dele

- Bom dia Mimi - Digo sorrindo pra Vilma

- Bom dia Li, como está? Está pálida - Ela diz

Pronto, agora todo mundo tá me achando pálida!

- Eu estou bem, só com sono - Digo

- E Maria? Melhorou? - Ela pergunta

- Graças a Deus sim, já está a mesma Maria de sempre - Digo enquanto arrumava minha mesa, olhei meu celular e guardei na minha bolsa novamente - Bom, deixa eu ir vê o que o senhor Lawler quer - Digo.

Sai da minha mesa e caminhei até a porta da sala dele, dei duas batidas e entrei.

- Oi - Digo entrando

- Sente Elisa - Ele diz e sento na cadeira de frente pra ele - Você ainda está pálida, já tomou café hoje? - Ele pergunta

- Gustavo eu tou bem, não estou sentindo nada, e eu comi hoje de manhã - Digo

- Tudo bem então - Ele diz pegando uns papéis que me fez lembrar do sonho e senti minha cabeça girar

Que merda é essa que está acontecendo?

- Vamos viajar nessa quinta, está lembrada, certo? - Ele pergunta baixando os papéis

Ele tem que agir exatamente igual ao sonho?

- Sim, sim, eu queria até falar sobre isso, eu não sei se vou poder ir, a Maria, a pessoa que ficava com ela foi embora e por isso não sei se vou conseguir ir - Digo

- A Maria não tem com quem ficar? - Ele pergunta

- Não, não posso contratar alguém agora e deixar ela dias com alguém que ela não conhece bem, entende? - Digo

- Claro, nem pense nisso. Ela vai com você, pode agilizar as coisas dela que ela vai com você então - Ele diz

- Gustavo é uma viagem de trabalho - Digo

- Faça o que estou mandando Elisa, quinta feira nosso vôo sai onze da manhã, passarei para buscar vocês - Ele diz me olhando - E vá na copa, se alimentar novamente, você está pálida - Ele diz

- Tá, era só isso? - Pergunto

- Só, pode ir - Ele diz e levanto.

Sai da sala soltando todo ar que eu prendi, puta que pariu, porque estou agindo assim? Ele é meu chefe, MEU CHEFE. Eu não posso ter absolutamente nenhum sentimento por ele!

Sentei na minha mesa e fui terminar o trabalho que havia deixado pendente na quinta.

- Oi... ela está aqui... não, não foi - Vilma diz ao atender o telefone e me olha assim que termina

- O que foi? - Pergunto

- Senhor Lawler querendo saber se você foi na copa comer, Elisa, você está sem se alimentar? - Ela pergunta

- Não, eu tomei café hoje - Digo

- Anda, vá lá comer algo, antes que esse homem saia dai e surte - Ela diz brincando e dou risada.

Levantei e segui em direção a copa.

Corações feridos Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang