Capítulo 26

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Elisa

Peguei meu celular dentro da bolsa e vi uma chamada da Bruna.
Bebi um pouco d'água e atendi.

- Oi Bu - Digo ao atender

- Pensei que não fosse me atender, está ocupada? - Ela pergunta

- Não, pode falar - Digo e um soluço de choro escapa sem querer

- Está tudo bem? Você está chorando? - Ela pergunta e noto o tom preocupado da sua voz

- Está sim e com você? - Pergunto

- Você não está bem, sua voz não está boa, você está aonde? - Ela pergunta

- Em casa, não se preocupe Bu, eu vou ficar bem - Digo

- Quer conversar? Está precisando de companhia? Se você quiser eu vou aí - Ela diz

- Não, não precisa, não quero te atrapalhar, vai ficar tudo bem - Digo enquanto lágrimas escapavam

- Me passa seu endereço Elisa, não vou deixar você sozinha assim não - Ela diz

- Bu, não se preocupe - Digo

- Elisa, eu vou aí, o Gustavo sabe onde é sua casa e ele vai me levar, não vou te deixar sozinha - Ela diz

- Eu te mando o endereço então, tudo bem? - Digo

- Tá, vou aguardar, jaja eu chego aí - Ela diz e desligo.

Enviei meu endereço pra ela e me joguei na cama, estava com dor de cabeça de preocupação, minha cabeça parecia que ia explodir de tanta dor.

Quase meia hora depois, escutei minha campainha tocar e levantei.
Abri a porta e encontrei Bruna cheia de sacolas.

- Amiga, o que aconteceu? - Ela pergunta me abraçando

- Não precisava você vim Bruna, atrapalhei sua vida, não atrapalhei? - Pergunto

- Não, eu estava dando um passeio pelo trabalho do meu irmão e do meu padrasto hoje, na verdade, eles queriam me fazer trabalhar lá, mas eu inventei que tinha que encontrar uma amiga, pra não ter que ficar lá, e a única pessoa que me veio na cabeça foi você - Ela diz entrando em minha casa e fechando a porta
- E o que aconteceu com você? - Ela pergunta sentando no sofá ao meu lado

- Eu perdi meu emprego Bu, agora não sei como vou conseguir cuidar da Maria, da casa, eles me demitiram - Digo voltando a chorar e Bruna me abraça

- Calma, tudo tem um jeito, calma - Ela diz

- Eu estou com saudades da minha mãe, estou com saudades de ter ela aqui pra desabafar, fazer cafuné pra me acalmar, eu não sei mais o que faço Bu, eu tenho medo de não ser uma mãe perfeita pra Maria, tenho medo de não ser o que minha mãe foi, eu tou com tanto medo de não conseguir levar tudo pra frente - Digo chorando

- Ei, você é muito forte, vai conseguir levar tudo isso sim, você conseguiu até agora, porque vai desistir assim? Você é uma mãe perfeita pra Maria, aquela menina te ama tanto, tenho certeza que ela vai ter o maior orgulho da mãe que ela tem. E quanto ao cafuné, eu não sou sua mãe, eu nem imagino a dor que deve sentir, mas eu estou aqui, pra fazer cafuné, conversar, assistir filme, até você ficar bem - Ela diz e olho pra ela chorando mais ainda

- Obrigada, obrigada - Digo abraçando ela

- Você vai arrumar outro emprego, e eu vou te ajudar com isso e com a Maria, tudo bem? Sei que nos conhecemos a pouquíssimo tempo, mas eu estarei aqui, você já é como uma irmã pra mim, sua energia bateu muito com a minha e sinto que seremos grandes amigas, então, estarei aqui para o que der e vier, como uma amiga e uma irmã - Ela diz enquanto fazia cafuné no meu cabelo.

Corações feridos Where stories live. Discover now