Corações feridos

Capítulo 5

Elisa

Faz quatro semanas que sinto minha vida incompleta, a todo tempo sinto saudade dela, penso que é um pesadelo e que em breve vou acordar desse pesadelo, e dói mais ainda, por pensar assim.

Passei as duas últimas semanas procurando casa com meu pai e minha madrasta e finalmente achei uma, ainda próxima de Tina, já que ela me ajudaria com a Maria enquanto eu estivesse estudando.

A casa não era igual a antiga, mas era tão bonita quanto, dois quartos, um pra mim e um pra Maria, uma sala confortável, por mais que fosse pequena, era perfeita pra nós duas, representava o início da nossa nova vida.

Hoje minha madrasta se ofereceu pra cuidar de Maria, enquanto eu fui resolver a questão do meu trabalho.
Cheguei na clínica sendo recebida por abraços, graças a Deus meu emprego estava mantido, então voltei a trabalhar na mesma hora.

- Você está bem? - Samara pergunta enquanto arrumava a bolsa

- Estou tentando me acostumar com a nova vida, ela era meu tudo, meu socorro nesses momentos, eu não sei o que fazer sem ela - Digo e Sam me abraça

- Eu sinto muito - Ela diz

- Obrigada por tudo que fez por mim - Digo

- Você faria o mesmo por mim - Ela diz sorrindo.

Saímos da clínica em direção ao ponto e peguei um ônibus pra faculdade.
Consegui me concentrar um pouco nas aulas, apesar de está com dor de cabeça, e muito cansada.

Cheguei em casa e Maria estava sentada no sofá.

- Não quis dormir por nada, queria te esperar - Vivi diz

- Oh meu amor, o que aconteceu? - Pergunto

- Quero dormir com você - Maria diz

- Eu vou tomar um banho e já vamos dormir - Digo dando um beijo nela.

Tomei um banho rápido e voltei pra sala, peguei Maria e levei para meu quarto.
Deitei com ela e fiquei fazendo cafuné.

- Mamãe conta história - Ela diz e sinto meu coração bater mais forte com o "mamãe".

Senti vontade de dizer "não" para o mamãe, mas não fiz, era isso que eu seria a partir de agora, a mamãe dela.

Comecei a contar uma história e ela dormiu, estava tão cansada, que dormir logo em seguida.

Quando acordamos, pela manhã, dei um banho em Maria, tomamos café e fui estudar um pouco, enquanto ela brincava.

- Queria tanto que vocês voltassem com a gente - Minha madrasta diz sentando ao meu lado

- Eu também queria Vivi, mas é melhor eu ficar, nas férias, se eu consegui juntar algum dinheiro, vou com a Maria, ficar um tempo com vocês - Digo

- Você tem certeza que quer ficar com a Maria? Sabe que eu posso cuidar dela - Ela diz

- Tenho, obrigada, eu sei que vai ser difícil, é uma realidade nova pra mim, até porque, há dias atrás eu era só irmã, e agora sou a mãe dela, as responsabilidades são bem diferentes, mas eu sei que eu vou da conta - Digo

- Vai sim, você vai se sair uma ótima mãe, sempre soube disso. E você sabe, o que precisar, pode telefonar, que mesmo em outro país, eu vou da um jeito de te ajudar - Digo

- Obrigada, você sabe que é uma segunda mãe pra mim, não sabe? Obrigada por tudo o que fez e está fazendo por mim - Digo

- E você é a minha filhinha, eu prometi a sua mãe que cuidaria de você, caso acontecesse algo, e estou cumprindo! Jamais abandonaria você, minha filha - Ela diz e dou um sorriso pra ela