Capítulo 16

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Elisa

Na quarta, deixei a Maria na escolinha um pouco mais cedo e fui trabalhar.
O movimento na clínica estava bem fraco e a recepção estava vazia.

- Elisa - Escuto a voz de Beatriz e vejo a menininha sentando na poltrona em frente ao meu computador

- Oi Bia - Digo sorrindo pra ela

- Você trabalha aqui? Nesse computador? - Ela pergunta

- Sim, trabalho aqui - Digo

- Que legal, cadê Maria? - Ela pergunta

- Maria está na escolinha, e você? Como está? - Pergunto

- Bem, estou esperando minha vó, com minha babá - Ela diz apontando pra uma moça no celular

- Sua vó está em consulta? - Pergunto

- Sim, de novo - Ela diz fazendo uma cara de cansada e dou risada.

Beatriz ficou me fazendo mil perguntas, conversando, até a vó dela chegar.

- Vó, essa é a Elisa, mãe da Maria, que eu te contei - Bia diz

- Ah, a famosa Elisa, como você é mais bonita ainda pessoalmente - A avó dela diz

- Famosa, eu? - Pergunto sorrindo

- Beatriz só falou de você no domingo e na segunda - Ela diz rindo - É um prazer querida, me chamo Fátima - Ela diz

- Prazer dona Fátima, a sua neta é uma criança maravilhosa, uma princesa - Digo

- Obrigada, e a sua filha? Como está? Beatriz me contou que amou brincar com ela - Ela diz

- Maria está bem, obrigada - Digo

- Foi um prazer te conhecer Elisa, nos veremos mais vezes aqui, viu? - Ela diz

- Certo, o prazer foi meu dona Fátima - Digo.

Me despedi das duas e elas saíram.
Depois do trabalho fui pra faculdade, quando cheguei, encontrei Liv sentada entretida com o celular.

- Oi Liv - Digo sentando em uma cadeira de frente pra ela

- E aí amiga - Ela diz dando um sorriso

- O que foi? - Pergunto

- Estou conhecendo um boy novo - Ela diz

- Outro? - Pergunto rindo

- Já enjoei daquele, estou em outra já - Ela diz

- Você é rápida - Digo rindo

- Aqui, trabalha, estuda também, é bonito, não é? - Ela pergunta me entregando o celular com a foto dele

- É bonito - Digo

- Vamos sair no sábado, vamos num barzinho lá perto de casa - Ela diz

- Por favor senhora, se controle na bebida - Digo

- Fique tranquila, aliás, depois a senhora vai sair comigo pra tomar uns porre, sua vida anda muito parada, você precisa conhecer gente nova - Ela diz

- Liv, não sei se você lembra, mas eu tenho uma filha de quatro anos - Digo rindo

- Ela vai ficar com a Tina, e se a Tina não poder, e você confiar, minha irmã cuida dela, eu tenho uma sobrinha quase da idade dela - Ela diz

- Vamos vê, ainda não estou no clima de sair - Digo dando um sorriso fraco.

Quando cheguei em casa após a faculdade, coloquei Maria na cama dela e fui tomar um banho.
Sai do banho e sentei na minha cama, peguei um porta retrato com uma foto de minha mãe e dei um sorriso e um abraço nele.

- Sinto tanta saudade mãe - Digo alisando o rosto dela na foto - Queria tanto que estivesse aqui, eu precisava tanto de um abraço seu agora, e daquele cafuné gostoso que só você sabia fazer - Digo limpando as lágrimas - Estou sendo tão forte pela Maria mãe, mas sabe, tem dias que eu acho que não vou da conta mãe, me sinto tão mal por não conseguir fazer almoço pra ela todos os dias, por não da a atenção toda que ela merece, mas eu também preciso correr atrás do nosso futuro mãe - Digo enquanto chorava.

Corações feridos Where stories live. Discover now