Capítulo 9

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Elisa

- Eu vou voltar Maria, está bem? Eu vou voltar, eu prometo - Digo beijando a bochecha dela e abraçando ela - Por favor, fica na escolinha, eu preciso trabalhar meu amor, prometo que te ligo quando você chegar da escolinha - Digo beijando ela.

Lutei, lutei, e consegui deixar Maria na sala, ela chorou muito, doeu tanto deixá-la lá chorando, mas foi preciso.

Quando sai da escola da Maria, comecei a chorar, me sentia culpada por está deixando ela naquele estado, ela precisa de mim, mas eu também preciso trabalhar.

Entrei no ônibus, e notei que quase todo mundo me olhava, eu estava chorando muito, quando desci em frente a clínica, fiquei parada um bom tempo, respirando para poder parar de chorar, mas só piorava a cada minuto que passava.

A todo instante vinha na minha mente a Maria me pedindo, ontem a noite, pra ficar o dia inteirinho com ela, ela chorando ao entrar na escola e chamando "mamãe".

Mamãe... que loucura, eu sou mãe, a ficha ainda não caiu, eu sou mãe, sou mamãe!

- Oi, você tá bem? - Tomei um susto ao sentir uma menininha tocar em minha perna perguntando, olhei pra ela e dei um sorriso fraco, ela me lembrou a Maria

- Oi princesa, estou sim e você? Está perdida? - Pergunto entre soluços

- Beatriz, eu já te pedi pra não falar com estranhos - Um homem vem e segura no braço da menina

- Desculpa papai, a moça, ela está chorando - Ela diz apontando pra mim e na hora com certeza fiquei mais vermelha do que já estava

- Eu já te falei que é perigoso Beatriz, falar com estranhos - Ele diz me olhando sério

- Papai, a moça está dodói, você não está vendo? - A menina diz

- Poupe-me Beatriz, você não pode falar com estranhos mesmo assim - Ele diz meio irritado

- Desculpa papai, desculpa - Ela diz e me olha novamente - Moça, como é seu nome? - Ela pergunta

- Elisa - Digo

- Elisa, tá vendo papai, ela não é mais estranha, eu me chamo Beatriz - Ela diz me fazendo ri - Você está bem Elisa? Tá dodói? - Ela pergunta

- Estou bem, não se preocupe, e seu pai está certo, Beatriz, você não deve falar com estranhos sem ele por perto, é muito perigoso - Digo

- Você não está dodói? Porque está chorando? - Ela pergunta

- Não, não estou dodói. Estou chorando de saudades, só isso, jaja passa - Digo

- Posso te abraçar pra sarar? - Ela pergunta e olho para o pai dela que balança a cabeça afirmando, então afirmo também e me abaixo para ficar da altura dela, ela me abraçou e me deu mais vontade de chorar - Vai passar Elisa, não fica assim - Ela diz dando um beijo na minha bochecha

- Pronto, eu acho que sarou - Digo sorrindo e levantando

- Está tudo bem mesmo? Está precisando de algo? - O pai dela pergunta agora menos sério

- Não, obrigada, está tudo bem. Parabéns pela filha, é uma princesa - Digo sorrindo pra menina - Obrigada viu Beatriz? Você é um amor - Digo

- Fica bem Elisa - Ela diz sorrindo

- Vou ficar, agora deixa eu ir, estou atrasada, obrigada princesa - Digo soltando um beijo pra ela.

Entrei na clínica e fui trocar minha roupa.
Lavei o rosto e passei uma maquiagem leve pra disfarçar.

Trabalhei com a cabeça a mil, só pensava em Maria, meu coração estava apertado.
Quando terminei o expediente, peguei meu celular e havia mensagens de Tina com fotos da Maria, ela estava assistindo, meu coração ficou um pouco mais tranquilo ao saber que ela já não estava mais chorando.
Então, fui para faculdade.

Corações feridos Where stories live. Discover now