Capítulo 48

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Elisa

Ajudei Vilma a arrumar os papéis na sala e sentei no canto ao lado dela, para assistir a reunião.

Segundos depois que terminamos de arrumar a sala, recebemos o pessoal e em seguida o Gustavo entrou, antes de sentar, ele me olhou sério.

Ele vá se lascar! Não estou em um bom dia hoje.

Durante a reunião, percebi Gustavo me olhar várias e várias vezes, e não só ele, como Daniel me olhava e dava um sorriso, enquanto Gustavo me olhava sério e olhava pra Daniel.

- Elisa, estou te esperando na minha sala - Gustavo diz assim que termina a reunião

- Já estou indo - Digo seria

- O que deu nele? - Vilma pergunta

- Não sei, vou lá, já venho te ajudar - Digo e ela balança a cabeça concordando.

Cheguei na sala dele, bati na porta e entrei.

- O que houve? - Pergunto

- Fique longe do Daniel, ele não é uma boa pessoa pra você - Ele diz

- Me desculpe, mas acho que a minha vida pessoa não é sua responsabilidade - Digo

- Estou te alertando Elisa, porque eu vi você de papinho com ele - Ele diz

- Eu não estava de papinho e sim conversando, e, não que seja da conta do senhor, porque como o senhor mesmo disse "sua vida pessoal fica fora do trabalho", eu estava dispensando ele! - Afirmo

- Exatamente isso, sua vida pessoal fica fora do trabalho - Ele diz mais sério ainda

- Então porque o senhor está se importando com ela? Porque não tem nada haver com o trabalho, se eu quisesse namorar com o Daniel, eu namoraria fora do meu horário de trabalho, o senhor não precisa se preocupar com isso, não misturarei as coisas - Digo

- Eu me importo porque eu me preocupo com a Maria, afinal, ela também vai ter contato com a pessoa que você vai se relacionar, então eu me importo com ela - Ele diz

- Eu sei cuidar da minha filha Gustavo, nunca colocaria alguém que não fosse da minha confiança perto dela - Digo

- Não disse que você era uma péssima mãe, apenas disse que me importo com ela, e não quero o Daniel perto dela - Ele diz

- Agradeço sua preocupação, mas ela é minha filha e eu direi quem fica ou não perto dela, acabou o assunto? - Pergunto

- Acabou, estou apenas te alertando sobre o Daniel, se você não quer ficar longe dele, sinto muito, apenas quero que tome cuidado, principalmente com a Maria - Ele diz

- E peço que não se preocupe com minha vida pessoal, sei me cuidar, e minha vida pessoal não tem haver com minha vida aqui no trabalho, licença - Digo abrindo a porta da sala e saindo.

Cheguei na sala de reunião respirando fundo, não queria surtar.

Quem ele pensa que é?

- O que foi? Está tão séria - Vilma diz

- Nada, nada não - Digo forçando um sorriso pra ela

Eu realmente estava P da vida com Gustavo, eu não entendi.

Primeiro ele diz pra não misturar minha vida pessoal com a vida do trabalho e depois vem se meter na minha vida?

Terminei de arrumar a sala com Vilma, estava realmente irritada e ela percebeu isso.

- Tá tudo bem mesmo? Quer uma água? - Vilma pergunta

- Está, só estou meio irritada, mas vai passar. Eu vou almoçar, vem comigo? - Pergunto

- Agradeço, mas hoje vou almoçar com meu marido, ele vem me buscar hoje - Ela diz

- Tudo bem, vou indo então - Digo sorrindo e caminhando até minha mesa.

Peguei minha bolsa, meu celular e fui até o elevador.
Enquanto esperava o elevador, fui checar as mensagens, quando percebi, Gustavo estava parado ao meu lado, era só o que me faltava.

Quando o elevador chegou, entrei e ele entrou logo em seguida, ficando parado ao meu lado, senti ele me olhar e ao mesmo tempo meu celular tocou.

- Alô - Digo ao atender

- Elisa? Aqui é a Silvia, professora da Maria - Escuto a professora falar

- Ah sim, tudo bem? Aconteceu alguma coisa? - Pergunto

- Maria está com trinta e oito e meio graus de febre, preciso que venha buscá-la - Ela diz

- Trinta e oito graus? Ela está sentindo mais alguma coisa? Estou indo pra aí - Digo

- Está com dor de garganta, dor de cabeça, tonta, estou aguardando você com ela, na secretaria - Ela diz

- Posso falar com ela? - Pergunto

- Pode, espera um segundo - Ela diz e escuto ela falar com a Maria e em seguida entregar o telefone a ela - Oi mamãe - Maria diz com uma voz de choro

- Oi meu amor, mamãe já está chegando, certo? Está sentindo alguma coisa? - Pergunto saindo do elevador e sinto Gustavo segurar em meu braço enquanto me olhava aguardando eu desligar o telefone

- Dor mamãe - Ela diz

- Mamãe já tá indo, te amo minha princesa - Digo

- Te amo mamãe - Ela diz.

Desliguei o telefone, guardei na bolsa e olhei pra Gustavo.

- O que aconteceu com a Maria? - Ele pergunta

- Ela está com febre, não se preocupe, eu volto a tempo do horário do almoço - Digo

- Eu não estou preocupado com isso Elisa, quero saber da Maria, quantos graus? - Ele pergunta

- Trinta e oito e meio, eu tenho que ir, jaja meu horário acaba - Digo

- Vamos, eu vou com você buscar ela, vamos levar ela no médico, não pode deixar ela com uma febre tão alta assim - Ele diz

- Não precisa Gustavo - Digo

- Vamos Elisa, você quer mesmo ir de ônibus? Ficar um bom tempo esperando o ônibus, enquanto sua filha queima de febre? - Ele pergunta

- Tá, tá bom - Digo.

Caminhamos até a garagem, ele destravou o carro e entrei.

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