Corações feridos

Capítulo 3

Elise

Eu não sabia como iria cuidar de Maria, mas nunca abandonaria minha irmã, nunca!

Maria já foi abandonada pela mãe biológica, quando tinha días de nascida, ela passou a guarda da Maria pra minha mãe e sumiu.

Minha mãe criou Maria com todo amor e dengo possível, e eu também, sempre foi a minha princesinha.

E agora, continuará sendo, nunca planejei ser mãe, sempre tive desejo, mas não estava nos meus planos, sempre quis focar na minha carreira, mas agora, com tudo isso, com certeza terei que assumir o posto de irmã e mãe da Maria, ela só tem quatro anos, precisa tanto de amor materno.

Enquanto olhava Maria almoçar, meu celular tocou, peguei notando uma chamada do meu pai e atendi.

- Oi pai - Digo

- Minha hija, como você está? Fiquei sabendo hoje pela manhã meu amor, eu sinto muito - Ele diz

Hija: Filha

- Estou levando pai, tá doendo muito, mas eu tenho que ser forte - Digo mordendo o lábio na tentativa de segurar o choro

- E a Maria? Está com você? Estou tentando voltar hoje ainda, pra ficar com você - Ele diz

- Está sim, não precisa pai, não se preocupe, não quero que perca o trabalho por mim - Digo

- Você é mais importante que tudo isso Elise! - Ele diz e dou um sorriso - Eu vou voltar hoje ainda, pra cuidar de vocês, certo? - Ele diz

- Certo - Digo

- Te amo, jaja estou chegando - Ele diz

- Te amo - Digo desligando.

Meu pai sempre foi próximo de mim, apesar de ter ido morar em outro país há dez anos atrás, ele continuou próximo, minhas férias me levava pra viajar com ele, sempre me ligou e se preocupou.

Minha mãe e ele se casaram novos, separaram quando eu tinha cinco anos, mas continuaram muito amigos, e isso foi ótimo pra mim, cresci em um ambiente super saudável, meus pais sempre passavam os fins de semana juntos, festa de fim de ano, minha madrasta também, todo mundo sempre em família e isso sempre foi importante pra mim, eu amava ter todos perto e todos se dando bem.

- Vai comer Lili? - Maria pergunta

- Estou sem fome meu amor, você já terminou? - Pergunto e ela afirma.

Retirei o prato de Maria e fui lavar.
Entrei na cozinha e chorei novamente, tudo era tão a cara da minha mãe, me lembrava tanto dela.

Maria estava deitada no sofá assistindo, deitei com ela e fiquei assistindo junto, e acabamos passando o dia e a madrugada ali, deitadas no sofá.

Acordei de manhã com batidas no portão, levantei pra abrir e encontrei meu pai e minha madrasta.

- Pai - Digo e ele me abraça forte e beija meu cabelo

- Eu cheguei, eu tou aqui - Ele diz enquanto eu chorava.

Fiquei quase dez minutos abraçada com meu pai chorando, desfiz o abraço e fui abraçar a minha madrasta, que também me abraçou forte e fez cafuné no meu cabelo.

Entramos e eles se instalaram no quarto de Maria, enquanto eu dava banho nela.

- Vocês já comeram? - Minha madrasta pergunta e nego - Vou fazer um café pra vocês - Ela diz

- Obrigada - Digo dando um sorriso fraco.

Meu pai estava sentado no sofá, sentei ao lado dele, com as pernas em cima do sofá, abracei meus joelhos e encostei a cabeça no ombro dele.

- Foi tudo tão rápido pai, ela tava bem, eu sai e abracei ela forte, fui trabalhar normalmente, e quando voltei, ela não estava mais aqui pai, ela foi e eu não pude me despedi - Digo enquanto chorava

- Infelizmente era a hora dela minha hija - Ele diz beijando minha testa - Ela está cuidando de vocês onde quer que esteja, pense que era a hora dela descasar, sua mãe fez um lindo papel nesse mundo, sempre foi um amor de pessoa, carinhosa, adorava cuidar das pessoas - Ele dizia enquanto fazia um cafuné em mim...