3.

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Acordo com os raios de sol a baterem na minha cara. Olho à minha volta e o espaço onde me encontro não me é familiar. Rapidamente, memórias na noite passada enchem a minha mente, o que me faz sorrir. Olho para o lado, mas não vejo Levi na cama. Decido levantar-me e procurá-lo pelo pequeno apartamento.

"Levi?" Digo, ao espreitar para dentro da casa de banho.

"Na cozinha." Oiço a sua voz ainda rouca. Sigo-a até à porta da cozinha, de onde consigo observar Levi a virar uma panqueca na frigideira.

"Bom dia." Digo, enquanto esfrego um olho e me encosto à porta. Ele sorri na minha direção.

"Dormiste bem?" Pergunta, enquanto desliga o fogão e passa o prato da bancada para a mesa. Em cima da mesma, estão dois copos de sumo de laranja, um pote de café fresco e as panquecas que acabara de fazer.

"Sim." Caminho até ele e dou-lhe um pequeno beijo na bochecha.

"Espero que gostes." Ele sorri, ao apontar com o olhar para o pequeno almoço que me preparou. Tem tão bom aspeto.

Assim que me sento para começar a comer, oiço alguém bater à porta.

"Levi Watson? Polícia de Sacramento, abra a porta!"

Arregalo os olhos na sua direção e ele apenas me diz para ficar calada. Apressadamente, Levi caminha para o quarto e depois para a casa de banho, onde consigo ouvir o autoclismo ser acionado. Levanto-me rapidamente do meu lugar e sigo-o até à divisão onde se encontra.

"Importas-te de me explicar o que se passa?" Abano as minhas mãos à sua frente, claramente em pânico, mas Levi ignora-me. "Levi?" Chamo, enquanto ele caminha para o quarto novamente. Mais uma vez, ele não me responde. Em vez disso, pega no seu telemóvel a liga a alguém. Não consigo perceber quem é, mas Levi soa bastante preocupado.

"Não vou voltar a repetir." O polícia do outro lado da porta diz, enquanto bate novamente. Levi respira fundo várias vezes, antes de caminhar até à porta. Abre-a lentamente e espreita lá para fora.

"Bom dia, senhor agente, em que posso ajudar?" Levi diz, ao abrir a porta um pouco mais.

"Temos um mandado de busca para este apartamento. Pode confirmar que é o senhor Levi Watson?" Ele assente. "Podem entrar." O primeiro agente diz e entram mais 3 no apartamento, logo se seguida.

"Pode pelo menos explicar-nos o que estão à procura?" Finalmente as palavras saem-me da boca e rapidamente recebo um olhar discordante de Levi.

"Acho que o seu namorado sabe exatamente o que estamos à procura."

"Não, por acas-" Diz equanto coça a parte de trás da cabeça, mas eu corto-o.

"Não é meu namorado." O que quer que seja que estes polícias estão à procura, não pode ser bom. Não quero ser arrastada para estas confusões. Levi olha-me como se não esperasse que eu dissesse o que acabei de dizer. É apenas a verdade.

"Está limpo." Um dos polícias que revista a casa diz e o que me parece o chefe da operação assente. Aproxima-se de Levi e quase que encosta a sua face à dele.

"Um dia, vamos apanhar-vos. E nesse dia, nem o diabo vos vai valer." O agente vira as costas e Levi esboça um sorriso nos lábios, enquanto olha por cima. Finalmente a polícia sai de casa e, assim que fecham a porta, não me consigo controlar.

"Okay, tu vais explicar-me imediatamente o que se está aqui a passar." Coloco um dedo sobre o peito e faço alguma pressão, enquanto o olho seriamente nos olhos.

"É complicado..." Diz ele, ao afastar-se um pouco de mim.

"Não. Complicado é eu ter vindo contigo para casa e a polícia ter aparecido aqui com um mandado de busca. Isso é que é complicado!" O meu tom de voz eleva-se demasiado. Tenho que respirar fundo e acalmar-me. "Mereço no mínimo saber o que é que eles queriam."

DespairWhere stories live. Discover now