13.

41 22 16
                                    

Logan caminha de um lado para o outro impaciente, quem olhar para ele diz que viu um fantasma de tão branco que está. Tento consolá-lo da melhor maneira possível, mas há alguma forma de amenizar o que se acabou de passar aqui? Sinceramente, de estivesse no seu lugar, não sei o que faria, mas tenho a certeza que reagiria bem pior do que Logan.

"Como é que podes ter a certeza que és tu naquela fotografia?" Pergunto, enquanto os meus olhos o seguem. Logan não me responde, apenas anda rapidamente até ao seu quarto e volta, numa abrir e fechar de olhos. Quando chega perto de mim, tem um pequeno conjunto de roupa na mão, igual ao que a criança está a usar na fotografia. Os meus olhos voam rapidamente até aos seus, que estão carregados de sofrimento.

"Olha para isto." Ele diz ao segurar o conjunto à minha frente. "Não me vais dizer que é uma coincidência!" Ele está exaltado e tem todas as razões para isso. Não consigo deixar de achar adorável o facto de ter guardado algo da sua infância, as minhas roupas antigas foram todas para o lixo, de estarem tão velhas ou doadas a quem precisasse.

"Lamento imenso, Logan." Não sei o que dizer mais. Apenas passo a minha mão nas suas costas para cima e para baixo, repetidamente. "Nós vamos apanhá-lo, prometo." Digo.

"Tu não percebes, pois não?" A sua voz sai tremida. "Isto não tem só a ver com o teu tio. Os meus próprios pais venderam-me a estranhos." Ele ri-se ironicamente, passando os dedos por entre o seu cabelo. Nunca tinha pensado nisso.

"O Eugene pode ter-te raptado." Tenho amenizar a situação, para que não seja tão pesado em cima dele. Ele senta-de no canto do sofá e apenas suspira e assente.

"Talvez tenhas razão." Logan diz, sem muita expressão nas suas palavras. Caminho até à mesa onde estão os papéis espalhados e pego novamente no ficheiro do meu tio. Se vamos encontrar alguma informação sobre o que realmente se passou, vai ser aqui. Temos que começar por algum lado. Folheio através dos milhares de papéis que aqui estão e algo me chama a atenção.

"Logan?" Chamo e ele levanta-se imediatamente e caminha até mim. Coloca-se em pé ao meu lado e procura com o olhar por alguma informação que possa ser importante. "Diz aqui que ele não trabalhava sozinho, estão aqui os nomes das pessoas com quem ele fazia isto." Aponto para os seus nomes e olho para a expressão de Logan.

"Dá-me um minuto." Ele afasta-se de mim e pega no telemóvel ao entrar noutra divisão do apartamento. Fico quieta à espera que ele volte e ele assim o faz, uns minutos depois.

"O que foste fazer?" Pergunto, curiosa. Ele apenas pega no seu casaco e abre a porta.

"Vamos. Eu explico-te no carro." Ele diz e eu obedeço. Corro para a porta e pego também no meu casaco e nas chaves de casa.

Assim que entramos no carro, fico a olhar para Logan para que ele me explique onde raio é que vamos e ele parece perceber.

"Liguei a uma pessoa para saber onde encontrar essa gente." Ele diz, nojo a transbordar da sua voz. Não o culpo.

"E vamos ter com eles agora? Agora mesmo? Enquanto estás de cabeça quente?" Pergunto, incrédula com o que ele me está a dizer. Nunca é boa ideia fazer decisões com a cabeça quente, especialmente quando envolve criminosos.

"Sim. Eu não vou esperar nem mais um minuto para fazer aqueles filhos da puta pagarem pelo o que me fizeram." Por muito que saiba que Logan não é santo nenhum e que está também envolvido em crimes e sabe Deus com que gravidade, nunca o vi neste estado. Não me parece a mesma pessoa, sinto que este Logan, não o conheço de todo e, sinceramente, assusta-me um pouco. Não digo nada, apenas assinto e permaneço calada durante o resto do caminho. Assumo que chegámos ao nosso destino, quando Logan pára o carro em frente a uns prédios que me parecem abandonados. Eu já vi demasiados filmes de terror para saber que isto não é um sítio onde se queira estar.

DespairМесто, где живут истории. Откройте их для себя