Capítulo 77: Deuses Não Cagam!

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Poseidon

Eu me novo pela centésima vez na cama, sob os meus lençóis macios que sempre que repousava me davam sensação de um calmo conforto mas, que agora me davam um tiricutico. Me remexi outra vez, ouvindo o tictac do meu relógio de bolso que estava acima do criado mudo.

Eu abri meus olhos abruptamente, em um grito gutural, me irritando com tudo aquilo. Decidi ir para biblioteca do meu castelo. Eu ouvia o baque surdo que meus pés faziam no piso gélido pela noite fria. Eu estava em um dos meus castelos. Este ficava em uma montanha inabitável de Honolulu, no Hawaii. Era o único lugar onde eu me sentia um pouco em paz.

Ultimamente não parava de pensar em Maya que era a causa dessa noite que faz parte de uma enorme sequência de noites insones. Eu não conseguia desligar minha mente.

O que aquela doida está fazendo agora?

Eu estava a muitos quilômetros de distância dela, algo que eu preferi. A distância interferia em nossa ligação, o que fazia com que eu pensasse menos nela. O que é bom para minha homeostase mental. Mas, mesmo assim, se eu pensasse com mais frequência e intensidade nela, eu sentia informações espreitando a porta da nossa ligação. O que claramente não queria.

Senão, em um segundo, eu estaria lá; se eu estiver lá, Zeus descobre; se ele descobre, o esquenta vai pro ralo; se o esquenta vai pro ralo, Atena me mata. E eu, definitivamente, não quero vê-la de novo!

Aquela doida varrida! Que vá pras cucuias! Onde Judas perdeu as cuecas!

Eu definitivamente não tô no meu normal. Eu literalmente estou digladiando com o instinto paternal de curiar Maya através da ligação. E, por isso, estou sozinho à tralalá quilômetros de distância dela e de qualquer civilização para, também, segurar o instinto cadela no cio que eu tenho ao ver qualquer mulher. E, certamente, agora não é hora de quengar!

Definitivamente, eu tô doidando!

N/A: o termo doidando foi eu que criei, espero que vocês gostem kkk

Eu estanquei, e olhei para o mar. Ele estava agitado e batia constantemente contra as rochas.

Sinceramente! Com a cabeça que estou agora, não conseguiria ler ao menos uma página.

"Há! Já sei! Que tal fazer uma tempestade por aqui?!" Eu falei empolgado dando um sorriso maquiavélico. "Não, Poseidon! Tá doido, homem?! Isso que dá uma pessoa que não tem o que fazer da vida! Tenho sim! Dormir! Mas, se bem que, não vou conseguir pregar o olho!" Eu falei desanimado.

"Ô, bagaceira!" Eu falei com ranço da minha falta de sono e da cena patética a qual eu contracenava e era protagonista.

Eu esfreguei mão no meu rosto com desgosto. Eu já estava me achando patético! Eu, Poseidon, um dos três grandes, rejeitando uma treta da boa por causa do bosta do meu irmão que não quer que a gente trete com o cara. Eu queria saber o porquê do Zeus proteger o rabo daquele quengo filho duma égua manca!

N / A: Eu conjuguei o vocábulo tretar: eu treto, tu tretas, ele treta, nós tretamos, vós tretais, eles tretam.

"Mar que bosta! Eu não vou aceitar isso não! O Zeus que vá pra peida! Dana-se!" Eu falei em voz alta dando soquinhos no ar.

Tá! Mas, peraí! Como vou fazer isso?

Eu comecei a andar em círculos, com a mão na boca, tentando fazer alguma coisa sair do meu crânio. Pensar não era muito o meu forte.

"Vamos lá, Poseidon! Pensa homem!" Eu falei pra mim mesmo. Só pra falar pros haters, isso não é sinal de loucura, isso é sinal que a pessoa é doida e maravilhosa! Tá, respeitem!

A Filha de PoseidonWhere stories live. Discover now