Capítulo 53: Maya?

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Eu ainda o olhava pasmada. Pasmada com tudo com que aconteceu, ainda não acreditando que isso aconteceu. Nunca pensei que receberia tanto ódio, frieza e asco de Alec.

Ele se afastou de mim repentinamente, como quem tinha levado o choque e queria evitar isso. Mas, eu sabia muito bem que não era Audrey que provocaram isto. Foi eu que provoquei isto, Alec só estava sendo impelido por seu asco.

Uma dor se instalou no meu peito, pelo que Alec fizera, pelo que dissera. Isso era demais pra mim suportar. Então tudo que eu estava sentindo e guardando pra mim mesmo, explodiu. Como um vulcão que já tinha pressão suficiente dentro de si, só esperando seu ápice para fazer com que tudo ao seu redor entre em combustão.

E, de repente, eu explodi. Em lágrimas, jorrando toda a dor pra fora de mim. Uma atmosfera poderosa me envolveu e eu sabia que naquele exato momento eu perderia todo controle que eu havia lutado para construir.

Uma explosão de uma filha de Poseidon não vai ser nada bonito de se ver. - eu pensei sem nenhum controle sobre mim, sem nenhum pingo de sanidade.

"Alec, você errou e errou feio! Agora você vai ser o único responsável por isso." Audrey disse com uma austeridade nunca vista, sentindo todo esse poder me envolver. O pequeno minuto silencioso, antes da explosão. Ela sabia que eu iria explodir e sentia pena dele ter provocado isto.

Alec que antes olhava pra mim com asco, alheio à minha eminente explosão. Virou-se para Audrey e soltou um sorriso de escárnio.

"Eu estou pouco me lixando. Eu quero que se dane!" Ele disse dando de ombros com um sorriso maldoso. Ela aproximou dele com toda imponência que uma filha de Zeus poderia ter. E sorriu triste.

"Eu tenho pena de você. Pois, é você que vai se arrepender amargamente por toda dor que você causou à Maya. E pode ter certeza que essa vez não será igual às outras, ela não vai te perdoar tão facilmente." E dito isto, ela saiu carregando uma Hill pálida para clareira aonde seria cuidada atenciosamente. Ele deu de ombros, não se importando com o que ela disse.

Alec voltou a olhar pra mim com o maxilar tenso, como se estivesse preparado para dar bote. Ele não teve tempo. Os minutos de calmaria acabaram e eu explodi cheia de ira, totalmente ensandecida.

Logo, a água invadiu o túnel e começou a circular ao meu redor, sem sequer eu dar um comando para mesma. E eu saí da parede e dei um soco nela que estremeceu e recebeu um rombo enorme.

Eu levei as mãos na cabeça atordoada, não conseguindo conter a vontade louca de destruir tudo e mandar tudo para o ar.

"Eu não fiz de propósito." Eu falei com a voz grave, sem conseguir conter toda aquela enxurrada de sentimentos que vazaram de mim.

Era choro, raiva, ódio e medo, tudo misturado. Eu soltei um grito e água que me cercava, explodiu para os quatro cantos do túnel, inundando tudo quanto tinha direito.

"Você vai me pagar por isso." Alec disse ensandecido, segundo antes de ser bombardeado pela água.

Eu cerrei os dentes tentando controlar tudo aquilo, mas não conseguia. Era demais pra mim, não tem como controlar isso. Não tem como controlar a mim mesma e o que estou sentindo.

Eu não tive outra escolha a não ser correr.

Então movida por estranho ímpeto comecei a correr, com a minha mente estivesse entorpecida e meu corpo guiado por estranho instinto de fuga. Alec rugiu atrás de mim e tentou me alcançar.

"Você não vai fugir! Não depois disso." Alec gritou atrás de mim. E eu nada disse, nada fiz a não ser correr.

Eu ouvi um grito exasperado de Audrey e um pequeno som de trovão.

A Filha de PoseidonWhere stories live. Discover now