Capítulo 11: Contratempos

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Eu fiquei admirando o belo mar a minha frente, ouvindo a agitação dos marinheiros cuidando da nau. Eu ainda olhava pro mar quando vi duas naiades, criaturas do mar. Elas acenaram pra mim com um sorriso.
"A filha de Poseidon, a mais forte dos semideuses." Disse uma à outra.
"É um prazer servi-la, soberana dos mares." Disse a outra.
"O prazer será todo meu." Eu falei. Elas desapareceram com mais um sorriso. De repente um redemoinho e nele apareceu um homem. Era meu pai! Ele acompanhava perfeitamente o movimento da água.
"Oi pai." Eu falei sorrindo.
"Pelo visto, conheceu duas de minhas nobres." Ele disse sorrindo. Eu estava em pé e me sentei com as pernas para fora do barco. E uma montanha de água o elevou para se sentar ao meu lado.
"Sim. São incríveis." Eu disse sorrindo.
"Gostou do que viu?" Perguntou referindo ao mar.
"Eu nunca vi uma coisa tão linda." Eu sussurrei.
"Com certeza." Ele disse olhando pra mim. E eu corei.
"Você tem algo para me falar?" Eu perguntei.
"Sim. Eu quero que você tome cuidado! Principalmente, em quem confia. Alguém está a sua procura. E temo que querem te machucar." Ele disse apreensivo e eu fiquei extasiada.
"As únicas pessoas em quem confio, estão comigo." Eu falei sem duvidar.
"Sim, Angel e Alec são de confiança." Ele disse me encarando.
"Tome cuidado! Principalmente, com Benevolentes. Saiba que para tudo estarei ao seu lado." Ele disse sorrindo. Ele se dissolveu em água e voltou ao oceano.
"Thau pai." Eu sussurrei.
E eu observei o belo por do sol à minha frente.
Já estava de noitinha e resolvi ir para minha cabine que ficava de frente para a de Alec.
A de Angel era uma das últimas, no fim do corredor umas 9 cabines adientes da minha. Eu entrei na minha, sentindo o leve balançar do mar. Isto me deixava tão leve quanto a brisa que soprava em meu rosto.
Era incrível! A minha cabine era a maior de todas. Era digno da realeza! Duh! Eu sou da realeza. As vezes me esquecia disto. Assim que entrei, ja dei de cara com uma sala de estar com umas janelas enormes e tinha uma porta que era o quarto. Incrível.
Eu entrei no quarto e ele é grande para uma cabine. Eu fui para uma porta que presumi ser o banheiro. Dito e feito! Eu fiz minhas higienes e coloquei uma bela camisola de seda. Eu fui para sala de estar e comi alguma coisa.
Comecei a ler Hamlet, meu livro favorito de Shakespeare.
Eu estava ficada na leitura, quando bateram na porta. Eu, rapidamente, larguei meu livro, pus um hobby e peguei minha espada para mortais. Eu abri lentamente e vi Alec com um cabelo desarrumado e com um hobby por baixo de seu pijama. Eu suspirei de alívio, abaixei a espada e abri a porta para ele passar. Ele entrou e eu fechei a porta, reparando em seu olhar confuso.
"O que foi?" Eu petguntei jogando a espada de um modo certeiro, parando ao lado do livro.
"Por que sempre recebe as pessoas com a espada na mão?" Ele pergunta com um olhar divertido.
"Só sou previnida." Eu falei com presunção.
"Até de mais." Ele disse rindo. Eu o encaminhei até a sala de estar sentando em um dos dois sofás, ele sentou do meu lado. Admirando minha enorme cabine.
"Sua cabine dá três da minha." Ele disse rindo.
"Eu acho um exagero. Esse negócio de princesa é a única coisa que me incomoda." Eu disse rindo.
"Você só precisa de um tempo para se acostumar." Ele disse me olhando com seus belos pares de esmeraldas. E eu corei com a intensidade do seu olhar.
"Eu já disse que você fica mais linda quando cora?" Ele perguntou com um sorriso maroto.
"Já. Assim você me deixa sem graça." Eu disse rindo ainda vermelha. Eu abaixei meu olhar e comecei a brincar com os meus dedos. Ele se aproximou de mim e levantou meu queixo com a ponta dos dedos.
"Você não deveria se envergolhar. É a pura verdade." Ele disse sincero. Nossas bocas se aproximaram e se tocaram. Eu envolvi seu pescoço com meus braços, enterrando minha mão em seus cabelos lisos e macios. Ele evolveu minha cintura.
Nós nos separamos por falta de ar e nos encaramos em silêncio por alguns segundos. Ele encostou no sofá e eu deitei em seu colo.
"Eu espero que por enquanto as Benevolentes não nos encontrem." Eu disse sorrindo.
"Também. Seria um atraso na viagem." Ele disse sorrindo, mostrando seus dentes perfeitos.
Assim eu adormeci em seu colo, com ele acariciando meus cabelos.
...
Nós acordamos com um baque forte na nau. Eu acordei ainda em seu colo, assustada. Ele havia dormindo também. Eu me levantei rapidamente e olhei pela janela. Ainda era noite mas, a lua iluminava perfeitamente tudo a minha volta. Eu voltei a minha atenção para Alec que estava tão atordoado quanto eu.
"O que foi isso?" Ele perguntou aprrensivo.
"Não faço ideia. Coisa boa que não é. O mar está calmo, não é possível ter batido em algum rochedo." Eu disse sincera.
E como se fosse sinal a coisa bateu de novo e mais forte. Eu peguei minha espada celestial.
"Vamos averiguar." Eu falei imponente. E bateu mais repetidas vezes. De repente ouvimos alguém bater na porta. Eu corri até a mesma e a abri. Era Angel toda molhada e cortes. Ela estava fraca e ofegante.
"O que aconteceu?" Eu perguntei exasperada.
"Benevolentes. Cercaram o convés." Ela disse ofegante.
Não foi preciso mais nada, nós desatamos a correr até o convés. Havia harpias e górgonas cercando todo o convés do barco, como ela havia dito. Elas atacavam o barco e os marinheiros ficaram atordoados, sem entender nada por causa da Névoa. Elas pararam de atacar a nau imediatamente ao sentir nossa presença.
"Dois semideuses e a herdeira de Poseidon. Além de cumprir nossa missão teremos lanchinho." Disse a gorgona às outra criaturas.
Eu desatei a correr e os dois entenderam meu sinal. Temos que nos defender!
Eu me joguei no mar, mergulhando e depois fiquei em cima de sua superfície. E como se entendesse cada pedido mental meu, ele agarrou todas as criaturas que começaram a batalhar para se soltar.
"Obrigada. Facilitou bastante!" Disse Angel sorridente.
Eu fiz um movimento com a mão e a água me ergueu uns bons metros no ar. O vento agitava contantemente meu cabelos soltos dando a impressão de levitarem.
"Quem vai ser lanche de quem agora?" Eu falei para elas com presunção. Angel e Alec assistiam de baixo.
"Desgraçada! Se nos destrui outros virão. Nada vai impedir nosso mestre de acabar com você, filha de Poseidon." A gorgona falou.
"O! Ou! Movimento errado, agora irão pagar." Eu disse imponente.
Eu fiz outro movimento e a água englobou as criaturas. Eu empunhei minha espada e o símbolo de meu pai brilhava em uma luz azul junta mente com o colar.
E corri no ar cortando todas pela frente com a água debaixo dos meus pés. E todas se desfizeram em pó e a água que as englobava voltou ao oceano.
A água me levou até o convés de barco e eles me olharam maravilhados. Eu baixei minha espada e conferi minhas roupas e meu cabelo, eu estava seca!
"Uou! Você foi foi..." disse Alec sem palavras.
"Demais." Completou ela animada.
"Bom, eu vou dormi. Estou morta!" Eu falei sendo melodramatica. Eu caminhei calmamente pelo convés me sentindo tonta.
"Ei! Por que vocês dois estavam no mesmo quarto?" Ela perguntou maliciosa com um sorriso maroto. Alec ficou envergonhado, passando a mão pelos cabelos bagunçados.
"Estávamos conversando, Angel. Não imagine coisas." Disse eu parando ao lado do meu quarto, de braços cruzados e uma sobrancelha arqueada.
"Está bem. Nada contra! Nossa "sociedade" não é tão quadrada como a normal. Nós somos mais liberais. Você tira prova disso pelos deuses." Ela disse maliciosa com uma piscadela, deixando nós dois sozinhos e constrangidos. Assim que a porta do quarto dela bateu eu suspirei.
"Cada uma!" Eu disse botando a mão na testa.
"Ela tem um senso de humor incrível." Ele disse rindo, deixando o ambiente mais descontraído.
"Com certeza." Eu disse rindo.
"Bom, eu vou indo pro meu quarto." Ele disse.
"Se você quiser pode ficar no meu, ele é enorme. É quase melancólico." Eu disse rindo.
"Por mim tudo, bem." Ele disse rindo. Ele tirou a mão da maçaneta de sua porte e entrou junto comigo. Nós fomos para o quarto ambos cansados. Ele tirou seu hobby e se deitou na cama logo em seguida um pouco acanhado. Eu estava com tanto sono que o tirei sem vergonha e apaguei a vela, deitando em seguida. Somente a luz da lua iluminava o quarto. A cama era enorme então tive que me arrastar mais para me aproximar mais dele, eu encostei minha cabeça em seu peito e ele me envolveu em seus braços. Eu sentia sua respiração leve e seus batimentos cardíacos se acalmarem. Eu dormi rapidamente em seus braços.
...
Eu acordo com alguém acariciando meu cabelo. A minha vontade é em dar um soco nessa pessoa, mas me lembro que Alec dormiu em minha cama. Eu estava acomodada confortavelmente em seu peito. Eu fiquei com preguiça de abrir os olhos, eles pareciam pesados. Eu venci minha vontade de dormir de novo e abri os olhos sonolenta.
"Acordou? Não queria te acordar." Ele disse com um sorriso terno. Pela luminosidade do quarto, dá pra perceber que está amanhecendo. Eu olhei pela janela e pude comprovar que era.
"Tranquilo. Acordou cedo?" Eu perguntei. Ele olhou pra janela e depois pra mim.
"Um pouco. Acordei a pouco tempo." Ele disse sorrindo
"Nossa! Ainda tá cedo! Eu vou dormir mais." Eu falei com uma voz de preguiçosa, virando para o lado oposto do dele.
Ele riu da minha cara. Ele virou para o mesmo lado que eu e colocou seu braço ao redor de minha cintura, me fazendo arrepiar e eu corei.
"Por que está corando, milady?" Ele perguntou com um sorriso maroto. Eu me virei, encarando o teto e depois ele. Eu dei um sorriso travesso.
"Isso não é da sua conta, cavalheiro." Eu sorri sarcástica.
"Hum. Acho que pra isso vou ter que..." Ele estava dizendo e eu o interrompido com um beijo. E me separei dele e o olhei com um olhar travesso.
"Tem coisas que ficam melhor em segredo." Eu falei travessa. E ele me beijou com um sorriso maroto.
"Você é a melhor pessoa que eu já conheci." Ele disse com um sorriso lindo.
"Eu sei." Eu disse modesta. Sacou o sarcasmo?
"Mas, agora eu preciso de dormir." Eu falei me virando para seu lado oposto. E ele riu da minha atitude. Ele envolveu com seu braço em minha cintura e se aproximou mais de mim, quase colando. Algel me encheria o meu saco se visse essa cena. Estou nem aí! Desde quando ele sempre esteja ao meu lado.
Eu adormeci novamente com seu corpo quentinho ao meu lado nessa manhãzinha.
...
Eu acordei com uma luz suave em meu rosto. Alec dormia que nem pedra ao meu lado, com sua mão segurando minha cintura me causando arrepios involuntários. Eu fui levantar mas, ele resmungou e me prendeu fortemente em seus braços.
"Que legal!" Murmurei rabugenta. Eu tentei lrvantar de novo, ele resmungou ainda dormindo e me fez aproximar mais dele. Eu bufei alto! Agora seus dois braços me circulavam. Estávamos tao colados que eu sentia sua respiração quente e calma em meu pescoço, me fazendo arrepiar. Ele está pensando que sou um urso de pelúcia por que não é possível! Eu bufei de novo, afastando uma mexa de cabelo que estava na minha boca, já que minhas mãos estavam presas.
Eu me virei em sua direção. Ele não afrouxa o aperto nem por um segundo. Nossos corpos estão tão colados que sinto seus batimentos fortes e calmos.
Ah meu Zeus! Como ele é lindo! Tenho certeza que é um filho de Apolo. Sua expressão está tão serena e calma. Dá uma vontade enorme de beija-lo. Flashes me vem a cabeça do primeira vez que nós nos beijamos. Eu acaricio docemente seus lábios quentes e lhe dou um selinho demorado. Quando eu iria retirar meus lábios, ele segurou meu braço e me beijou rapidamente. Ele me puxou para si, me colocando em cima dele. E o beijo ficou acalorado e ardente. Mas, eu me separei dele por meu estômago roncar ele riu.
"Vish! Ele está com fome." Eu disse me referindo ao estômago. Alec deu uma gargalhada sonora. Eu saltei da cama e fui para o banheiro fazer minha higiene.
"Eu vou para o meu quarto, ok?" Ele perguntou do quarto.
"Tá." Eu gritei do banho.
Eu tomei banho e pus um vestido verde escuro com espartilho, que por milagre,  consegui colocar sozinha.
Eu comi waffles de mirtilo e um chá de laranja. Eu sai do meu quarto e dei de cara com Angel com uma expressão maliciosa.
"O que foi?" Eu perguntei intrigada.
"Você e o Alec ...?" Ela perguntou com malícia
"Pare de pensar besteiras sua boba! Por quê você é tão maliciosa?" Eu perguntei rindo.
"Ah! É típico de nós filhos de Ares." Ela respondeu sorrindo.
"Hum. Bem que eu desconfiei." Eu falei rindo.
Nós subimos para o convés e encontramos Alec. O puxamos para um canto onde havia ninguém para nos ouvir.
"Mais algum problema com Benevolentes?" Eu perguntei.
"Eu lutei com cinco só no amanhecer. Não se preocupe foi moleza, comparado ao ataque da noite." Disse Angel com uma expressão cansada.
"Eu lutei com duas, antes de vocês subirem." Disse Alec que estava com um corte na bochecha e parecia inflamada e a roupa chamuscada.
"Você lutou contra o quê, Alec?" Eu perguntei preocupada, colocando a mão em seu rosto.
"Uma quimera e seu filhote. Um leão com cabeça de dragão e cauda de escorpião, muito esquisito!" Ele disse com desdém.
"Quimera é muito complicado de se lidar." Disse Angel preocupada.
"Meu Zeus, Alec! Por que não nos chamou? Essa quimera pode ter veneno!" Eu falei exasperada. Alec olhou pra Angel assustado.
"Ela tem razão." Ela disse com voz grave.
"Angel não deixe ninguém se aproximar e você vem comigo." Eu disse apontando para os dois. Eu puxei Alec pela mão até a ponta lateral do barco e ele me olhou assustado.
"O que você vai fazer?" Ele perguntou intrigado.
"Cuidar de seu corte. Ela re cortou em mais outro lugar?" Eu pergunte olhando pra ele. Ele balançou a cabeça em forna negativa. Eu abaixei minha mão esquerda e a levantei, fazendo uma coluna água do mar subir até minha altura. Alec olhou pra mim maravilhado e eu manti minha expressão de séria. Eu encostei a ponta dos meus dedos em seu rosto e o mar obedeceu encostando no rosto dele e espalhando por toda extensão do corte fazendo ele sumir, junto com a vermelhidão que havia por causa do veneno.
Eu abaixei meu braço e ele voltou ao seu lugar de origem.
Alec ainda mantia sua expressão e caminhei até Angel imponente e séria, ladeada por Alec.
"Quantas mais Benevolentes teremos que enfrentar até chegarmos ao porto?" Eu perguntei séria.
"Você tem que apressar essa viagem." Disse Angel imponente.
"Concordo plenamente." Eu falei séria.
...
Olá semideuses!

Mais um capítulo bombástico para vocês meus querudos!
Eu me desculpo desde já por essa duas semanas sem postar! Eu não estava bem de saúde e pra piorar eu tive um bloqueio criativo. Me desculpem e podem ter certeza que não vai acontecer de novo!
Quero dizer que seu apoio como leitor é muito importante para mim. Pois, é graças a vocês que eu tenho motivação para continuar. Vocês são muito importantes para mim!
Por isso peço que comentem a história. Seria muito legal discutir a história com vocês. E mais legal ainda vocês participando da construção da história!
Aguardem galera! Pois mais capítulos irão surgir!
Ps: Não esqueçam de dar um like!

Bela_lima

A Filha de PoseidonKde žijí příběhy. Začni objevovat