Capítulo 43: O quê?

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Eu acordei com uma dor de cabeça lascada. Meu corpo todo doía. Pensar em movimentar já me doía.

A única coisa que eu tinha certeza é que eu não conseguiria abrir os olhos tão cedo e que eu estava em uma superfície macia, provavelmente uma cama.

Eu ouvia vozes preocupadas ao fundo, mas não sabia de quem elas pertenciam. Até que o ruído de vozes foi se tornando mais nítido pra mim.

"Precisamos de dar mais néctar para ela." Ouvi a voz apreensiva de Angel.

"Mas, se dermos mais isso vai mata-la." Falou Alec exasperado, batendo rudemente em alguma coisa.

"Não temos muita escolha, Alec. Ela está muito mal. Ela vai morrer de todo jeito se não fizermos nada!" Exclamou Hill impaciente.

"Mas, não tem nenhuma outra opção?" Questionou Ethan desesperado. Posso imaginar Alec passando a mão de um jeito raivoso em seus cabelos castanhos claro.

"Você sabe que não, Ethan. Faz dois dias que ela dorme, apesar de darmos néctar não funciona. Talvez em uma quantidade maior funcione." Falou Emy com voz branda com intenção de acalma-los.

"Ou talvez ela morra. E isso não vou permitir." Falou Alec com altivez.

"Uma coisa é certa: ela vai morrer do mesmo jeito se nós não fizermos nada." Falou Tom Baker acalmando o ânimo exaltado de todos.

"Temos que tentar Alec." Falou Angel.

"Está bem." Alec concordou baixinho.

Minha cabeça foi levantada, e um líquido adocicado correu por minha garganta. Meu corpo começou a queimar em uma ardência suportável, mas depois eu senti todo meu corpo em chamas de um jeito sufocante e angustiante.

E voltei novamente para escuridão.
...
Eu acordei com o sol em meu rosto. Eu ainda sentia o topor do sono pairando sobre mim. Sem ter noção de nada. Deu nem sequer dois segundos e eu já me lembrei o motivo de eu estar tão acabada.

Meus olhos pesavam, mas não já não era tão pesado como outrora. Minha cabeça nartelava mais suavemente. E eu já conseguia me mover nem que fosse centímetro por centímetro. Mas, já me sentia bem melhor.

Decidida a abrir os olhos, fechar a maldita cortina e me deitar de novo. Eu consegui vencer completamente a minha inércia.

Eu abri os olhos, mas já os fechei novamente, a luz os feriu. Voltei abrir os olhos, e fiquei piscando rapidamente na tentativa de me habituar com a luz.

A primeira coisa que observei foi um belo arranjo de lavandas. As minhas flores favoritas. Eu senti meu colchão afundar. Eu olhei pra frente com um sorriso.

"Ele as colheu no canteiro da Emy. Ele vem colocando novas todos os dias. A Emy está morrendo de raiva dele por ele acabar com o canteiro dela. Ela fez ele plantar novas." Falou Angel com um sorriso diminuto, olhando atentamente para mim.

Eu não resisti em soltar um sorriso largo e sussurrar o no me dele.

"Alec." Eu sussurrei baixinho.

"Você nos deu um grande susto, Maya." Ela falou abaixando o olhar com tristeza evidente nos seus olhos verdes.

Só aí eu percebi que havia lágrimas escondidas neles.

Ela chorou! Nunca em toda vida eu a vi chorar ou demonstrar tristeza.

Eu me sentei na cama apesar dos protestos de meu corpo fraco.

"O que aconteceu, Angel?" Eu perguntei pra ela apreensiva.

"Você quase morreu, Maya. E é um milagre você ainda estar viva com o tanto de ambrosia e néctar que lhe demos. O que aconteceu?" Ela perguntou cuidadosa.

A Filha de PoseidonOnde histórias criam vida. Descubra agora