Capítulo 59: Ajuda?

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Angel narrando:

Eu acordei com o amanhecer, um dos hábitos que peguei por ser amiga de uma filha de Apolo. Hill acordou junto comigo, eu me sentei e observei a fogueira que nos aqueceu durante a noite, dando seus últimos crepitar sobre a madeira, se extinguindo junto com a noite que já se fora.

Esfreguei os olhos enquanto assistia os dorminhocos que ainda dormiam. Ainda estávamos na praia, próximos à caverna que nos oprimiu, pelo que nos pareceu um longo tempo. Mas, passamos apenas uma semana lá dentro.

Olhei pra Hill que já se colocou sobre seus pés e começou a se alongar, pronta para mais um dia. Quem a via jamais pensaria que sofreu um grave ferimento a três dias. Seguindo o exemplo e o ânimo de minha amiga, me desvencilhei de Brad, me dispus a me alongar e aquecer os músculos que estavam doloridos pela noite mal dormida.

"Você está bem? Tá com uma cara péssima!" Ela olhou pra mim, fazendo uma pequena careta.

"Direta como um raio, não é Hill?" Eu replico, rindo da sinceridade demasiada da minha amiga.

"Como sempre, Anginha!" Ela olhou para mim melosa, rindo em seguida. Eu fiz uma careta e me juntei à ela nas risadas.

"Cara! Meu apelido não precisa de um diminutivo. E respondendo a sua pergunta, eu não consegui dormir a noite." Eu revirei os olhos para Hill, que detinha um sorriso malicioso. Ela olhou para Brad e depois pra mim.

"Sei! Teve uma péssima noite, né?" Ela falou exalando à ironia, me fazendo outra vez revirar os olhos.

"Ele... Nós. Ele apenas me esquentou! Ainda estava frio de noite, mesmo com a fogueira. Você só não reparou nisso porque é uma filha de Apolo." Eu confesso que me enrolei um pouco com as palavras, mas odiava aquele sorriso maroto que Hill estampava em seu rosto de forma extremamente irritante, devo acrescentar.

"Sei! Ouvi uma vez que os filhos de Hefesto são mui calientes. Aposto que você adorou!" Ela provocou, estalando a língua com uma mão na cintura, após ter terminado de se aquecer.

Eu parei de me alongar e olhei pra ela incrédula. Coloquei a mão na cintura indignada e balancei o pescoço, já sentindo o presságio do olhar de fogo.

"Eu não ouvi isso. Você sabe do meu juramento!" Digo, sentindo meu rosto se esquentar de raiva, com o dedo em riste para cara da mesma.

Ela me olhou calmamente, como quem tinha uma resposta debaixo da língua. Aparentemente alheia ao prenúncio de minha explosão. Como eu pensei, ela tinha resposta debaixo da língua.

"Juramentos podem ser quebrados. Ainda mais aqueles que são forçados." Ela disse como uma calma que excedia ao meu entendimento e como quem detinha toda a sabedoria do mundo. Congelei por alguns instantes.

Ela só pode estar ficando louca!

Para ela parecia uma verdade universal que todos deviam saber, mas para mim não passava de uma grande asneira. Balancei a cabeça, incrédula, ainda transtornada com o que ela falara.

"Olha eu vou fingir que você me disse nada. Acorda os outros, eu vou correr. Já volto com o café da manhã." Eu proferi calmamente, tentando negar para mim mesmo o porquê de estar tão transtornada com o que ela disse.

"Tudo bem." Ela concordou quanto à ordem que lhe dei. Ela apagou a fogueira e foi acordar o seu irmão.

Eu comecei a correr pela praia, tendo o mar como o meu acompanhante e guia. Eu corri por alguns instantes mas, de repente topei com algo que não soube descrever.

"Hill!" Eu bradei altiva. "Venha aqui!" Eu pedi alterada.

Era uma linha de água brilhante de uma cor anormal para uma água, brilhava em azul Royal.

A Filha de PoseidonWhere stories live. Discover now