Capítulo 10: A Viagem

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Nós encontramos um cara que guiaria a carruagem. Eu entrei seguida por Alec e depois Angel. Alec se sentou ao meu lado e Angel no banco a nossa frente. O interior era incrível e acolchoado, confortável e refinado. O cocheiro fechou a porta e se despôs a dar partida na carruagem.
Angel sorriu para nós, já tratou de pegar uma almofada e se ajeitar para cochilar. Eu dei uma risadinha de sua atitude e dei uma última olhadinha em minha mãe e meu irmão. Me perguntando quando os veria de novo.
Eu olhei para Alec que sorria para mim, ao mesmo tempo apreensivo.
"Você já está sentindo falta deles não, e?" Ele me perguntou.
"Sim. São minha família agora. Eu acho que foi a única coisa que me acostumei até agora." Eu comentei brincando com meus dedos.
"Eu entendo. Me doeu saber que Nathan não é meu pai. Pelo menos tenho minha mãe e meus meio irmãos." Ele falou olhando para o horizonte.
"Eu sei que o único fato permanece é que estamos juntos." Eu olhei para ele com ternura.
"Sim e isso nunca vai mudar." Ele sussurrou se aproximando de mim e assim que nossas bocas quase se encostaram, Angel de repente deu um ronco alto, digno de um porco. Nós pulamos de nosso banco e nos entreolhamos e caímos na risada. E por incrível que pareça, ela não acordou com nossas gargalhadas. E nos entreolhamos de novo.
"Onde estávamos?" Ele perguntou com um sorriso travesso.
"Ah eu acho que me lembro!" Eu disse pegando pelo colarindo de sua camisa e o beijando. Ele se surpreendeu com o gesto mas, continuou a me beijar. E a carruagem parou abruptamente me fazendo ficar deitada em cima dele.
"Perdão, Alteza." O cocheiro gritou.
"Sem problemas!" Gritei de volta, ainda em cima de Alec.
"Te chamam de Alteza?" Ele perguntou com um um sorriso zombeteiro.
"É isso que eu sou: uma princesa." Eu falei, acrescentando bastarda em minha mente.
"Uau! Eu namoro com uma princesa." Ele disse com um sorriso zombeteiro. E eu o beijei de novo, temendo que ele fosse falar outra besteira. E ainda podíamos ouvir o ronco de Angel, me fazendo sorrir em seus lábios. Eu me separei dele, deixando ele se ajeitar no assento. Ele encostou na parede da carruagem e pôs uma de sua perna em cima do banco. Ele deu um tapinha no lugar vago e eu rapidamente me aninhei em seus braços.
"Eu não faço mínima ideia do que vai acontecer conosco. E essa idéia me assusta." Eu confessei.
"Um passo de cada vez. Vamos focar no aqui e agora. A unica coisa que posso te afirmar é que te seguirei a onde for." Ele falou com ternura.
"Eu te amo, Alec." Eu sussurrei o encarando. Ele me beijou novamente. Seus lábios doces, quentes e macios junto aos meus. Sua língua pedia passagem e eu cedi. Elas se tocavam em sicronia. Eu subi em seu colo e envolvi seu pescoço com seus braços. E suas mãos, acariciavam meu rosto e minhas costas.
A carruagem parou, nos separamos rapidamente e nos ajeitamos. Angel acordou com a freada e se ajeitou no banco em que estava deitada outrora. Ela jeitou seu cabelo e esfregou os olhos.
"Vocês estavam se pegando, né?" Ela perguntou com um olhar travesso. E eu corei violentamente. E desviamos olhar dela.
"Sabia!" Ela disse rindo.
"Você é chata!" Eu disse cruzando os braços, fazendo ela rir.
"Para de fazer bico e ajeita o colarinho dele." Ela disse rindo. Eu ajeitei sua blusa, quando o cocheiro abriu a porta. Eu ignorei o olhar do cocheiro e saí da carruagem.
Estávamos no porto de Cherry e pela primeira vez em minha vida, eu vi o mar. Eu fechei os olhos ao senti a brisa salgada que vinha do mar. Eu os abri e percebi o modo que Alec me encarava.
"Que foi?" Perguntei desconcertada.
"É que esse bobão não percebe que você se sente em casa." Angel disse dando um tapinha na cabeça de Alec que bufou com o elogio. O cocheiro deixou nossas malas, nossos cavalos e partiu, não sem antes de fazer a reverência. Assim que o homem partira, Alec e Angel riram da minha cara. Eu peguei minha mala e peguei a rédea de Tempestade.
"Vamos. Temos que embarcar na nau." Eu falei revirando os olhos, seguindo em frente até o cais. Babacas!
"Para as Treze Colônias (Estados Unidos), Alteza?" Ele perguntou. E eu corei levemente.
"Sim." Eu falei recuperando minha postura.
Eu entreguei os passaportes para o homem na frente da nau. Alec e Angel me seguiam ainda conversando. Eu levei Tempestade até o abrigo de animais que ficava na parte interna do barco, deixei ela no compartimento alisei sua bela crina e a alimentei. Eu vi Angel fazer o mesmo e voltar ao convés do barco.
"Você está brava?" Alec apareceu de repente, colocando Trovão no compartimento ao lado.
"Não." Eu disse ríspida.
"Eu te conheço, Maya. Eu lembro que você ficou uma semana agindo assim comigo, só por levar Tempestade para passear." Ele disse sorrindo.
"Assim como?" Eu perguntei sem o encarar.
"Ríspida. Foi só brincadeira, Maya." Ele disse olhando pra mim e eu ainda ignorava seu olhar.
"Já é difícil para mim aturar isso." Eu falei por fim o encarando, deixando o balde de cenoura no chão.
"Eu sei. Desculpa, não vai acontecer de novo. Pelo menos da minha parte." Ele disse rindo.

Dá para parar de descutir seu relacionamento e pôr as cenouras ao meu alcance?

Eu arregalei os olhos e Alec percebeu.
"O que foi?" Ele perguntou intrigado.
"Você ouviu isso?" Eu perguntei.

Não Maya só você me ouve.

"Falou de novo. Não ouviu?" Eu perguntei de novo.
"Não." Ele disse me encarando com uma expressão de confusão.

Eu já falei que só você pode me ouvir. - Disse a voz feminina.
Mil perdões pela minha colega, filha dos Mares. Só você pode nos ouvir por ser filha de nosso criador. - Disse a voz masculina.

"Quem está falando?" Eu perguntei pro nada. E Alec se estava confuso, já está achando que sou louca.

Seu Pégaso, criatura. Você é filha de Poseidon, lembra? - Disse a voz feminina.

"É você Tempestade?" Eu perguntei olhando para o cavalo a minha frente.

Sim, criatura! - Disse Tempestade.
Mais respeito com a filha de nosso criador! - Disse Trovão.

"Oh! Tempestade e Trovão estão falando comigo." Eu exclamei.
"Eles estão falando com você?" Ele perguntou cético.

Outro tapado! - Disse Tempestade.
Tempestade! - Exasperou Trovão.

"Filha de Poseidon, lembra? Meu pai criou eles. Esquenta não Trovão! Eu também teria me chamado de tapada." Eu falei.
"Uau. Tempestade te chamou de tapada?" Ele perguntou.
"Sim e a você também. Tempestade eu espero que nós sejamos amigas." Eu falei sorrindo para ela e lhe dando cenoura.

Para sempre vou ser sua amiga. - Ela disse carinhosa.

"Ah! Eu também, linda." Eu falei alisando sua crina.
"Ela me chamou de tapado?" Ele perguntou.
"Sim." Eu disse rindo.
"É melhor a gente ir, antes que ela faça algum elogio." Ele disse rindo e me levou consigo até o convés.
Eu olhei e ainda estávamos parados no lugar e sem âncora.
"Por que não partimos?" Eu perguntei para um marinheiro.
"Falta de vento." Ele explicou.
Nada que eu resolva. Eu fui para ponta do navio, onde Angel estava nos esperando.
"Dá um geito de movimentar esse barco! Não estou a fim de ter que lutar com Benevolentes tão cedo." Ela disse rabugenta.
Eu fui mais para ponta e fechei os olhos e respirei fundo.
Pai, eu não sei como fazer isso.
Eu sei. É só pensar que vai acontecer.
Mas, eu nem sei o caminho.
O mar fará por si mesmo. É só pedir que ele o fará.
Obrigada.
Sempre estarei pronto para te ajudar.
Eu quero chegar ao meu destino. Leve-me até lá, mar.
E como se fosse magia o barco se movimentou pelo oceano. E eu abri os olhos e eles me encaravam.
"Funcionou. Agora se me permitam, eu vou dormir. Senão bou vomitar a viagem toda." Ela disse caminhado para longe de nós. Eu olhei em volta e os marinheiros ficaram impressionados por estar movimentando sem vento.
"Uau. Como você fez isso?" Ele perguntou me encarando.
"Pedindo." Eu falei desconcertada.
"Hum. Eu vou dormir também antes que eu vomite. Não sei como você não fica com náusea." Ele comentou.
"Filha de Poseidon, lembra?" Eu falei rindo.
"Lembro." Ele disse caminhando para ao longe.
Eu me sentei na ponta do barco, observando a terra se afastar de nós.
Acampamento meio sangue lá vamos nós.
...
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Bela_lima

A Filha de PoseidonWhere stories live. Discover now