48|Vick, bebé.

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[Victoria]

- Meu deus, Vicky! - Paige folhea os meus esboços dos vestidos de noiva. - Estão lindos. - sorrio.

Aproveitei a minha pausa da editora para almoçar com a Paige. Estamos numa esplanada a apanhar o dia de sol. Ela está incrível numa saia aos quadrados branca e preta acima dos joelhos com uma camisola preta de manga comprida e gola e calça uns botins pretos.

Eu vesti um macacão branco de calças e manga comprida e com botões. Calço uns sapatos verdes esmerada.

Atrás de nós estão os meus seguranças e não me sinto nada confortável com isso.

- Quero este para o meu casamento. - Paige aponta para um dos meus esboços. - Quer dizer, eu por mim tinha todos eles, mas não pode ser.

- Paige, os vestidos são presentes meus. Podes escolher aqueles que tu quiseres. - digo-lhe, apertando as suas mãos nas minhas.

- Sim, lá por seres minha dama de honor e estares casada com um homem riquíssimo, não quero abusar da boa vontade. Já estás a desenhar os vestidos e pagar pela confeção, então eu já estou imensamente grata. - Paige abraça-me.

A minha amiga escolheu então um vestido com uma enorme saia em organza de seda branca com apliques de folhas e flores de renda vermelha bordada, contendo também contas e cristais ao longo de todo o vestido. As mangas são em tule ilusion com apliques de renda vermelha bordada. Na parte das costas também optei pelo tule ilusion transparente. Na zona da cintura apliquei uma faixa branca de cetim.

- Está tão perfeito e mal posso esperar para estar pronto para o experimentar. - Paige comenta bebendo um pouco do conteúdo do seu copo.

- Eu vou perguntar à Ruth onde podemos fazer o teu vestido. - digo-lhe. Olho para o meu prato e não consigo terminar a minha refeição. Tenho uma sensação estranha desde que tomei o pequeno almoço.

- Tu hoje estás estranha. Nem quiseste vinho, Vicky. - a minha amiga balança o copo com vinho à minha frente.

- Não estou com muito apetite e estar a beber álcool com o estômago vazio não me parece boa ideia, além de que ainda tenho uma reunião depois de almoço. - respondo-lhe. Quero muito contar-lhe a novidade, mas eu e o Liam concordámos em guardar segredo.

- Tu e o Liam já estão a tentar engravidar? - abano a cabeça. Nem sequer tentámos. - E quando é que vais ao médico?

- Hm... Daqui a umas semanas. - pelo menos é verdade.

- Os teus seguranças são jeitosos, Vicky! - Paige comenta, olhando para eles atrás de mim.

- Eu não reparo nessas coisas, Paige. - bebo um pouco da minha água com gás. - Eu detesto ter que andar com eles atrás de mim para todo o lado.

- Eu cá não me importava nada de ter dois gostosos desses atrás de mim o dia todo. Sou comprometida, mas tenho olhos na cara e é para ver beldades destas. - balanço a cabeça e rio.

- Preciso de ir à casa de banho. Podes ir pagando? - digo, levantando-me.

- Claro. - Paige tenta meter conversa com Henry, um dos meus seguranças, enquanto James me acompanha até à casa de banho e só me deixa usá-la depois de a inspecionar. Reviro o olhar com a situação. Desnecessário.

- Olá bebé. - estou a acabar de me vestir quando ouço essa alcunha. Preciso de me apoiar. Evito fazer barulho e de me mexer. - Eu sei que estás aí.

A casa de banho só tem 3 divisões e eu estava na última. Barry começou a bater em todas, até chegar à minha.

- Vick, bebé. Quero ver-te. Tenho saudades tuas.

Sustenho a respiração. Encosto-me ao máximo ao canto e procuro o meu telemóvel dentro dos bolsos e depois lembro-me que o deixei na mala. Estúpida.

Num instante, Barry consegue abrir a porta com pontapés e então os nossos olhares encontram-se.

O meu corpo treme e sinto uma tontura. Então ele aproxima-se e agarra-me com força pelo pescoço, levando-me para fora daquela divisão. Barry aperta o meu pescoço e depois empurra-me contra a parede. Gemo de dor quando bato de costas e ele pontapea as minhas canelas e pisa os meus pés.

- Barry... - tusso, tentando respirar. - Como entraste?

- Não te preocupes, bebé, ninguém deu por nada. - Barry aproxima-se e começa a beijar-me o pescoço. Ele aperta os meus pulsos com uma das suas mãos e com a outra ele aperta um dos meus seios. - Sempre tão sexy. És só minha. - cola a sua boca à minha e enfia a sua língua dentro da minha boca, mesmo contra a minha vontade. Mordo-o e tento empurrá-lo para trás.

Barry chateado por o ter mordido, dá-me uma chapada no meu rosto com força e empurra-me contra os lavatórios. Embato com a minha zona pélvica nos lavatórios e imediatamente surge uma dor e eu só penso no bebé, mas não digo nada. Respiro fundo, no entanto não tenho tempo para agir. Barry puxa os meus cabelos e vira-me de frente para ele. Ele inclina a minha cabeça para trás e ele começa a rasgar a minha roupa sem dó nem piedade. Choro.

- Para, Barry! - peço. - Por favor.

- Agora vou-te consumir e depois logo vejo o que faço. Vou ter finalmente o que me pertence.

Ele é doente. Quando vou começar a gritar, ele tapa a minha boca com uma das mãos. Mordo-o com muita força até ele gritar de dor, mas ainda assim não é suficiente para eu conseguir escapar. Chego até à porta mas ele empurra-me contra o espelho que fica de frente para a porta e sinto-o partir-se atrás de mim.

- Ajuda! Ajuda! Paige! - grito. - James! Henry! Por favor.

- És uma putinha! Mas és tão bonitinha! - Barry volta a puxar-me como se eu fosse uma boneca e atira-me contra o chão. - És uma puta! Mas eu amo-te tanto, sua vaca!

Sinto tão enjoada. Sinto-me tão fraca no chão frio da casa de banho. Sinto-me tão tonta.

Ouço barulho vindo do outro lado da porta, mas mesmo assim Barry pega em mim e encosta-me à parede. Não tenho forças para nada. Ele coloca um dos meus seios de fora e começa a chupar com força e a apertar o outro da mesma forma. Com certeza ele quer marcar-me. Eu acho que grito.

Ele chega à minha zona íntima e simplesmente a afasta e coloca os dedos dele dentro de mim. Eu grito, eu choro, mas não tenho mais forças. Todo o meu corpo dói.

Quando a porta se abre, entram os meus seguranças e eu sinto-me imensamente envergonhada por aquilo encontram, mas também me sinto imensamente grata.

Perdi um bebé e sei que neste momento perdi o segundo. Paige tenta abraçar-me mas eu sinto-me sangrar por todo o lado, então ela tapa-me com algo e deita a minha cabeça no seu colo.

- Vicky, estás a ouvir-me? - Paige pergunta-me massajando os meus cabelos.

- Hmhm...

- Querida, tens que ficar acordada até chegarem os bombeiros.

- Tenho sangue? - pergunto preocupada.

- Vicky, tu tens sangue em todo o lado.

- Entre as coxas... - inspiro com força. - Onde estão os seguranças?

- Lá fora, Vicky. E não me parece que tenhas sangue entre as coxas.

- Não deixes que ninguém me veja assim, por favor. - peço. - Promete.

- Prometo. - ela acaricia o meu rosto e tenho quase a certeza que adormeci. Só ao final do que parece uma eternidade é que sinto pegarem em mim, mas eu nem abri os olhos e parecia que toda eu estava dormente.

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