11| Tenho saudades tuas, bebé.

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Decidi vestir um vestido preto com um decote não muito exagerado com uns saltos não mortíferos e arranjar-me para me encontrar com Liam.

Optei por não responder ao seu e-mail. Faz-lhe bem esperar pela minha resposta mais um pouco.

Victoria Renner, diretora de design editorial!? Que homem idiota.

Processei tudo o que Hunter tinha escrito na noite anterior. Pensei em tudo o que aconteceu desde que o vi no Yoyogi Park e obviamente que foi um acaso encontrarmo-nos lá, mas na apresentação do livro, ele sabia quem eu era. Ele já tinha comprado a editora. Ele já tinha em mente em me fazer de diretora de design editorial?

Supostamente as pessoas não deviam conhecer-se primeiro e depois ver o que acontece? O que está a acontecer com Hunter é ver o que acontece enquanto nos conhecemos. Parece a mesma coisa? Mas não é!

Ele é um homem determinado, que sabe claramente o que quer. Tenho medo de sair novamente magoada principalmente porque não sei o que espero e o que quero.

Estou a sair de casa às 9h para estar às 10h na editora. Coloco a minha pasta juntamente com a minha mala no banco de pendura. Quero fechar a porta mas tenho dificuldade porque alguém está a fazer força para que eu não o consiga fazer. Levanto os olhos para encontrar do lado de fora, o Barry. Dou um longo suspiro. Não estou com paciência para ele.

- Hey, Vick! Com pressa? – ele pergunta com um olhar perturbado.

Barry está vestido com uma camisa branca amassada e desfraldada para fora das calças pretas. Os seus cachos estão mais compridos e espalhados pela testa suada.

O meu ex – namorado estende a mão para que eu saia do carro, mas não faço qualquer movimento para essa ação. Apenas o fito preocupada.

Ele dá a volta e fica de frente para mim, fazendo-me sair do carro usando alguma pressão no meu braço.

- Gosto quando te arranjas assim. Estás bonita, Vick! – ele encosta-me ao carro e segura-me pelos quadris enquanto que com a outra mão esfrega as minhas bochechas.

- O que é que estás a fazer, Barry? – estou assustada. Olho para todos os lados da rua e não há uma única alma a passar por aqui logo numa rua tão movimentada como esta.

- Tenho saudades tuas, bebé. – ele diz-me à medida que vai descendo uma das suas mãos pelo meu corpo até chegar ao fundo do meu vestido que me fica a meio das coxas.

- O-O que queres? – sussurro levando a minha mão ao seu peito de forma a afastá-lo, mas em vão. Ele tem muito mais força que eu.

- Eu estive a pensar e devíamos voltar. – ele responde massajando o meu pescoço. Tremo de medo sob o seu toque.

- Estiveste a beber? – questiono mas sabendo perfeitamente a resposta. – Tu estás completamente doido. – digo-lhe.

- Eu acho que devíamos voltar e ter um bebé. – ele diz apanhando-me de surpresa.

Ergo a cabeça para não o ter de encarar e conter as lágrimas que insistem em cair e estragar malditamente a minha maquilhagem que levei tempo a fazer.

- És um idiota de merda, Barry! – tento acalmar-me. – Não vamos voltar, muito menos ter um bebé. Deixa-me em paz de vez! – grito-lhe soltando dele com um pontapé no seu ponto fraco.

Entro dentro do carro arrancando o mais rápido que consigo deixando Barry para trás preso às suas bolas doridas.

Um bebé. Ele é um insensível. Merda. Merda. Merda.

Limpo as minhas lágrimas após estacionar perto da editora e retoco a minha maquilhagem.

Barry é um tarado doentio. Não percebo a sua obsessão agora por mim, ele arranjou alguém logo depois de terminarmos. Um bebé nunca iria fazer funcionar absolutamente nada entre nós. Ele é um irresponsável idiota e jamais o quereria para pai de um filho meu. Estúpido.

Amor & ObsessãoWhere stories live. Discover now