51|Como se ela fosse uma droga.

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[Liam]

Abro os olhos e ainda é escuro. Olho para o relógio em cima da mesa de cabeceira e são 5h23. Victoria tem uma das suas pernas por cima das minhas, um dos seus braços abraçam a minha cintura, e a sua cabeça está completamente enroscada no meu pescoço. Sinto a sua respiração calma bater no meu pescoço. Passo a minha mão de forma ligeira pela sua lombar, de forma a não a acordar. É a primeira noite em casa desde que a trouxe do hospital. Pensei que fosse ser uma noite complicada, mas a sua psiquiatra receitou qualquer coisa para ela conseguir dormir. Eu fico sempre preocupado com qualquer coisa que ela tome, mas a médica deixou claro que não iria fazer mal ao bebé.

Ainda não estou em mim por saber que temos um bebé a caminho. Não contámos a novidade ao Daniel. Tem sido um turbilhão de emoções nas últimas semanas, mas eu sei que ele vai ficar eufórico, porque é algo que Daniel quer muito.

Eu achei que nunca voltaria a ter alguém desta forma na minha vida. O meu coração arde pela Victoria, a todo o momento e pelo meu corpo corre uma espécie de adrenalina como se ela fosse uma droga, e quanto mais a tenho, mais a quero. Não é nada obsessivo, é puro amor. Desde que ouvi o nome dela, que soube que a teria. É difícil explicar como é que eu tinha tanta certeza, mas é algo que apenas se sente. Nunca a quis para sexo mas é algo que entre nós é tão perfeito como tudo aquilo que fazemos juntos. Quando estamos um dentro do outro é como se tudo aquilo que nos une, se conectasse mais ainda.

Passo os meus dedos delicadamente pelo seu rosto ainda ligeiramente inchado, mas com muito melhor aspeto do que há duas semanas atrás. Coloco alguns fios dos seus cabelos loiros para trás e aprecio o quão bonita ela é. Victoria veste uma camisa de seda azul petróleo com mangas 3/4 e botões à frente. Desde do início que temos uma intimidade sexual muito ativa e vai ser difícil não a poder possuir como ambos gostamos.

Ouço a porta do quarto a ser aberta e ouço uns passinhos delicados. Viro a cabeça e encontro Daniel.

- Papá? - o meu filho chama.

Tento-me desenvencilhar da minha esposa com cuidado para não a acordar, ela geme mas continua a dormir.

- Shhh... Não podemos fazer barulho para não acordar a Vicky. - levanto-me e pego o meu filho ao colo.

- Eu sei. - Daniel sussurra e abraça o meu pescoço. - Posso dormir aqui? Por favor?

- O que tem a tua cama? - questiono preocupado.

- Nada, quero dormir aqui contigo, papá... - ele faz uma pausa. - Tenho saudades da Vicky.

- Está bem, mas temos que ter cuidado.

- Papá, eu sei. - ele beija a minha bochecha. - Posso?

- Mas é para dormir mesmo. Ainda é de noite.

- Papá, estás a ser um chato.

- Daniel! - repreendo-o.

O meu filho sai do meu colo e salta para a cama. O meu coração quase que pula quando vejo a minha esposa de olhos abertos. Victoria abre os braços para que Daniel se deite junto a ela e ele assim faz, aninhando-se rapidamente. A minha esposa beija o topo da cabeça do meu filho.

- Vicky, eu gosto muito de ti. - o meu filho declara.

- Oh, meu amor, e eu de ti. - Victoria responde e então olha para mim e sorri. Desmorono ali mesmo. O meu mundo ali.

Volto para a cama, ficando Daniel no meio de mim e de Victoria.

- Papá, eu quero muito um mano. Por favor. - fico sem reação porque eu e a Victoria ainda não falámos sobre quando contar a Daniel.

Amor & ObsessãoWhere stories live. Discover now