36| Quiseste engravidar para me segurar.

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[Liam]

Estou na rua há já algum tempo a falar com a Miranda. Está um frio de rachar, mas não havia hipótese de tratar deste assunto lá dentro.

A mulher do outro lado da linha está a reclamar há uns cinco minutos sem qualquer motivo. Decido interrompê-la pela milésima vez.

- Miranda, não te esqueças que agora não passas da minha ex-mulher, e mãe do meu filho, não somos mais nada, nem voltaremos a ser. - digo-lhe de forma áspera.

- Sim, eu sei, tu agora estás mudado, gostas delas novinhas. Que idade é que ela tem mesmo? Idade para ser tu filha, quase. - Miranda provoca.

Dou um longo suspiro, mas não alimento o seu comentário absolutamente ridículo.

Depois de uma pausa, continua:
- Mas uma coisa te garanto, ela que não pense que vai fazer alguma coisa e que me vai tirar o Dan. Eu é que sou a mãe dele, não uma vadia qualquer que tu andaste a comer!

Ela está a passar das marcas.

- Miranda, aviso-te para não falares assim da Victoria, tu não a conheces. Ela não te está a tentar tirar o lugar. Se há alguém que está a sabotar o facto de seres mãe do Dan, és tu, que não lhe dás a atenção devida, porque passas o tempo com outros homens e em viagens, além de que também não há grande interesse da tua parte em estar com ele.

- Isso é mentira! - ela tenta justificar-se.

- Não, não é! Tu só procuras o Dan quando te apetece, e só o fazes para conseguires chegar a mim. Tu soubeste muito bem como colocar um ponto final no nosso casamento, mas isso não te chegou. Tens que me andar sempre a chatear a cabeça e aproveitas-te do Daniel para isso.

- Eu errei no nosso casamento e tu nem sequer te deste ao trabalho de tentar.

Quase que rio.

- Perdão? Tentar o quê?

- Fazer resultar.

- Nem vou entrar por aí. Foste tu que escolheste assim. Eu não vou atrás de quem decidiu ir por vontade própria.

- Sabes porque é que o Dan está contigo?

- Sei. Porque tu és desmiolada, sem condições a todos os níveis para o teres a tempo inteiro. - respondo. Quando vai ela entender que não pode competir comigo?

- Não! - ela atira. - Está contigo porque eu trabalho muito fora do país. Mas mãe é mãe.

- Está calada porque eu sei perfeitamente que tu só quiseste engravidar para me segurar. Foi tudo uma jogada. Tu pensavas que por termos filhos, podias fazer tudo o que quisesses, até ir para a cama com outros e que eu iria perdoar. Mas enganaste-te! - cuspo as palavras. - Agora é assim, se quiseres estar com o Daniel no fim de ano, tudo bem, senão arranjo alguém que não tem qualquer problema com isso.

- Porquê? O que vais fazer no fim do ano? - ela quer saber.

- Não tens nada com isso. Se queres, queres. Se não queres, ou ele vai comigo e com a Victoria, porque ela não se importa nada com isso ou... - ela corta-me.

- Não! - ela grita. - Eu fico com ele. Quanto menos tempo estiver com ela melhor.

- Estás com azar, porque a Victoria vive connosco e o Dan adora-a, e ela adora-o também, por isso, comporta-te e sê melhor pelo teu filho.

Desligo a chamada e coloco o telemóvel dentro do bolso das calças.

Viro-me para voltar a entrar em casa dos pais de Victoria, mas para minha surpresa, a minha rapariga loira está de pé nas escadas de acesso à casa. Ela está a tremer.

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